25 | Carência...

6.1K 324 66
                                    

Ayla


Estava na sala da casa do Gabriel, cheguei aqui a mais ou menos umas duas horas atrás, ele colocou um filme pra assistirmos.

Ele tava deitado em cima de mim, o sofá estica, então facilita. A cabeça dele encostada na curvatura do meu pescoço. Tantas vezes já me imaginei assim com ele, e hoje isso é real, mas eu sempre irei duvidar de que é tudo um sonho, e que em breve eu vou acordar e perceber que nada disso faz parte da minha realidade.

- Vai aonde? - perguntou me puxando pelo braço, quando eu levantei pra ir no banheiro.

- Vou no banheiro. - dei risada por conta do desespero dele.

- Tá, não demora. - assenti, saindo dali.

Fiz xixi e lavei as mãos, parei em frente ao espelho e me encarei. Eu não chego aos pés das mulheres que o Gabriel fica, mas gosto da ideia de ser só amiga dele, por mais que as vezes ele me faça achar que ele quer mais que isso.

Voltei pro sofá, deitei novamente, ele já veio grudar em mim, voltando a posição que estávamos antes.

Eoem, uma carência do nada.

Fiz carinho na cabeça dele, e percebi ele lutando contra o sono, já que os olhinhos abriam e fechavam. Depois de uns minutos ele realmente dormiu, então eu pausei o filme e fiquei mexendo no celular.

Minha vontade era tirar uma foto dele, do jeito que ele tava em cima de mim, mas obviamente eu não poderia postar.

Idai, vou tirar mesmo assim, só não vou postar.

Entrei no Instagram e fiz um boomerang. Saiu exatamente do jeito que eu queria.

Sabe aquelas fotos onde o cara tá com a cabeça no seu pescoço, a sua mão na cabeça dele e só dá pra ver seu olho e ele. A foto saiu desse jeito.

Vou guardar de recordação.

Tomei um susto quando o celular do Gabi, começou a tocar, ele pareceu ter se assutado também. Levantou com cara de sono, murmurando algum palavrão, se esticou pra pegar o celular que estava na mesa de centro. Vi de relance que estava escrito mãe, e um coração.

- Oii mãe... Tão aonde? Quer que eu vá buscar vocês? Tá bom... Eu também te amo... Tchau. - desligou colocando o celular de volta onde estava e voltou a deitar em cima de mim, mas agora com a cabeça na minha barriga e o braço em volta da minha cintura. - Meus pais tão vindo pra cá. - falou com os olhos fechados.

- Se você quiser eu posso ir embora, pra não atrapalhar o momento de vocês. - inclinou a cabeça, olhando na minha direção com a expressão confusa.

- Tá maluca é? Claro que não, eu não disse que queria que tu conhecesse eles? - assenti. - Então pronto, vai ficar aqui. - a voz grossa me deixou desnorteada, ele abaixou a cabeça deitando novamente na minha barriga.

- O que você tem hoje em? - me referi a sua carência e insistência de ficar grudado comigo.

- Como assim? - perguntou sem me olhar.

- Você não desgrudou de mim desde que eu cheguei. - deu uma risadinha.

- Eu tava com saudade, pô. - se aproximou de mim e eu prendi a respiração.

Meu camisa 9 - Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora