15 | "Minha amiga"

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Ayla

Mandei a mensagem sem esperar que ele respondesse, mas no fundo eu tinha esperanças dele ver e isso acabar ajudando de alguma forma.

Coloquei na minha cabeça que eu iria esquecer o que houve ontem, foi um dia muito bom pra ser lembrado só por um momento ruim.

Prometi pra mim mesma que iria esquecer isso, e imaginar o gabigol como o meu ídolo, e não como um cara que pode fazer parte do meu convívio. Se isso vir a acontecer, eu espero que possamos ser bons amigos, e que ele não me veja apenas como uma fã.

- Mandou a mensagem? - Bia perguntou enquanto fazia caras e bocas pra câmera do celular.

Ela é tricolor, mas sempre que pode vem me acompanhar nos jogos do Fla, isso não faz dela uma torcedora modinha, pelo menos pra mim não. Na minha visão, ela só está me apoiando, coisa que eu faria por ela também. Não vou estar ali pelo time dela, e sim por ela.

Um dos motivos dela vir também, é por namorar um jogador do mengo, Matheuzinho faz questão dela aqui.

Nossa irmandade passa por cima de muita coisa, e uma delas é a rivalidade, porém depende...

- Mandei sim, mas provavelmente ele não vai ver. - forcei um sorriso olhando pra ela, que agora já tinha seu celular guardado na bolsa.

- Pelo menos você tá apoiando, mesmo ele não merecendo depois de ontem. - exclamou jogando seu cabelo pra trás, como uma garotinha mimada. Eu dei risada. Bia é muito marrenta e tem cara de metida, mas ela é um amor de pessoa, com quem merece é claro.

- Acho que você tá exagerando, vai criar ranço dele por algo besta. - ela revirou os olhos.

- Ayla ele te deixou totalmente sem graça. Como você pode achar isso normal? - perguntou gesticulando com as mãos. Ela tinha essa mania.

- Eu não disse que achei normal, mas você tem que entender que esse tipo de coisa acontece, as vezes eu posso falar algo que vá te deixar sem graça, mas que com certeza não foi minha intenção, e isso foi o que aconteceu com ele. Provavelmente não foi a intenção dele me deixar sem graça. - expliquei. Ela nem se deu o trabalho de responder, só deu de ombros e tirou o celular da bolsa.

O meu vibrou no bolso do short, peguei vendo a resposta do gabigol, eu não achava que ele iria responder agora.

Sorri com o apelido de "gatinha" e ainda mais com o possível gol dedicado pra mim. Ninguém nunca fez isso por mim, confesso ser um sonho meu, e ele poder ser realizado pelo GABIGOL, torna as coisas ainda mais surreais na minha vida.

- Que sorriso bobo é esse? - bia perguntou com um sorrisinho malicioso no rosto. Revirei os olhos.

Não falei nada, só direcionei o celular pra frente dela, ela leu as mensagens e sorriu.

- Ele tem esse poder de fazer as pessoas sentir raiva dele e depois ficar feliz com algo que ele faz. - concordei sorrindo.

- É o dom dele.

O jogo reiniciou e sim, ele fez o golzinho dele, dedicou pra mim, fazendo um "A" com a mão. Eu chorei de emoção, tenho tanto orgulho do meu camisa 9.

- Caralho eu não acredito. - Beatriz berrou pra mim, com os olhos arregalados. A expressão de espanto dela, era a mesma que a minha. - Nunca critiquei ele. - neguei com a cabeça rindo.

Meu camisa 9 - Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora