37 | Desabafo necessário...

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Gabigol

- Vem logo, sem reclamar. - manda eu ir pro banheiro, pra ela poder lavar meu cabelo.

Não vejo necessidade nenhuma de passar esses bagulhos no meu cabelo, ele fica bonito só penteando.

Paro na frente do espelho, esperando ela falar o que era pra eu fazer agora. A maluca me olhou rindo, pelo reflexo do espelho.

- Que foi? - perguntei franzindo a testa.

- Você parece uma criança birrenta, quando ficar velho vai ser chato pra caralho. - falou enquanto tirava alguma coisa de dentro da sacola.

- Vou te obrigar a cuidar de mim e me aturar. - ela fez cara de deboche e eu arquei a sobrancelha.

- Ele jura né. - sussurrou sorrindo. Vai ela pensando que eu não ouvi. - Se manca ovo mole, tua namorada tá aí pra isso. - abriu a tampa do que me parece ser um shampoo e cheirou. - Olha que cheirinho bom. - colocou o negócio praticamente dentro do meu nariz pra mim cheirar.

- É bom mesmo, quanto deu isso tudo aí? - perguntei ignorando o que ela disse antes disso.

- Eu sei lá, só paguei. Bora lá, inclina a cabeça na frente da pia, pra molhar o cabelo. - olhei confuso pra ela, mas fiz o que ela pediu.

Ayla ligou a torneira, molhando meu cabelo, suas mãos leves e macias, deslizavam pelos fios. Ela desligou a torneira, e eu levantei a cabeça, ficando com o corpo reto. Olhei pra ela, que estava toda concentrada em por uma boa quantidade de shampoo na sua mão.

Muito linda, cara.

- Com que frequência você lava o cabelo? - perguntou vindo pra minha frente, abaixei a cabeça pra ela poder passar o shampoo.

- Eu molho ele todo dia né, mas lavar, acho que umas duas vezes por semana. - percebi que a mesma estava com dificuldades por ser um pouco baixa, então a peguei pela cintura, e a coloquei sentada em uma parte seca do balcão grande da pia.

Abri um pouco a perna dela, pra poder ficar ali no meio e fazer com que os dois ficassem confortáveis.

- Te aconselho a lavar um dia sim e um dia não. - sugeriu esfregando o shampoo no meu coro cabeludo, ela movimentava a mão com delicadeza, massageando mesmo.

- Tô sem tempo, gatinha. - mesmo com a cabeça baixa, tendo a visão dos seus seios que estavam cobertos, mas estavam marcados. Olhei pro seu rosto, e vi sua expressão seria, como se estivesse pensando. - O que foi?

- Como está a sua relação com a Rafaella? - perguntou, me fazendo suspirar, isso não é momento pra essa conversa. Ela passou a toalha na minha testa, limpando a espuma que caia na direção do meu olho, e simplesmente parou o que estava fazendo, esperando uma resposta minha.

- Boa, por que? - ela negou olhando pro lado, depois para mim novamente.

- Não Gabi, boa como? - insistiu.

- Não sei, pra mim tá boa, a gente se fala de vez em quando e tá tudo bem entre a gente. - franzi a testa olhando seu olhar preocupado, só não sabia o por quê.

- Eu gosto quando você me dá apelidos, mas no lugar dela eu me odiaria, isso não é legal pra um relacionamento, eu gosto muito da nossa relação, mas um dia isso vai ser motivo pra briga de vocês. - explicou e eu entendi onde ela queria chegar, ela percebeu que as vezes eu dou em cima dela, discretamente, mas dá pra notar.

Meu camisa 9 - Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora