40 | "Fica comigo?"

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Ayla

Eu nunca havia apanhado, meus pais sempre souberam resolver na conversa, ou até nos gritos, mas um soco desse, eu nunca levei.

Obviamente eu não deveria ter entrado na frente, mas eu só queria parar aquela briga, e sei que não é culpa do homem, não foi a intenção dele.

O Gabi segurava no volante com força, sei que ele tá nervoso, e provavelmente se culpando. Eu não conseguia parar de chorar, estava assustada, com todo que aconteceu, e meu rosto tava doendo pra caralho.

Mesmo olhando pra frente, pude sentir o olhar dele em mim, eu não queria olha-lo, não agora. Ouvi ele suspirar pesado, no fundo eu só queria abraçar ele e falar que vai ficar tudo bem.

Mas essa piranha deve ter destruído o psicológico do meu jogador, isso é muito ruim.

O caminho foi um completo silêncio, ao chegar no hospital, fizemos a ficha e logo fomos atendidos.

Fizeram curativos em mim, e nele, depois deram uma receita de remédios pra cada um. Logo liberaram, e voltamos pro carro.

- Tá com fome? - neguei, olhando pela janela. - Tem certeza? - suspirei.

- Sim. - respondi baixinho. Não tô afim de falar nada.

- Quer ir pra minha casa ou pra sua? - a voz dele era calma, e ele parecia preocupado.

- Pra minha. - ele bufou, parecendo estressado.

- Da pra olhar pra mim? - falou impaciente, parando o carro em uma rua deserta.

Fechei os olhos com força e abri, virando pra olha-lo.

- Tá com raiva de mim? - perguntou tirando o cinto e sentando de lado no banco.

- Não! Só quero ficar quieta e ir pra minha casa. - respondi olhando pra frente, engolindo o choro.

Eu não estou com raiva dele, só que depois de tudo isso que aconteceu, não sei se vale a pena colocar tudo a perder por causa dele.

Esses dias eu e minha mãe brigamos, porque eu passei quase uma semana sem abrir a loja. O motivo? Eu estava com o Gabriel.

Provavelmente ele vai voltar pra Rafaella, mesmo depois do chifre, e eu? Estou com a cara inchada e roxa, não irei abrir a loja amanhã, por ter que ficar de repouso, me meti em uma briga que nem era minha.

No final eu nem sei se vale a pena insistir nele.

Ele tá solteiro, ok, mas agora ele vai curtir a vida dele, e eu vou ser só mais uma, igual todas as outras. Porque no coração dele, sempre será a loira oxigenada.

- Fica comigo? - pediu baixinho, se aproximando de mim. Não pede de novo, se não eu aceito. - Por favor. - alisou meu cabelo, com a carinha de bebê pidão.

- Eu não posso. - tentei manter postura.

- Por que? - tirei a mão dele do meu rosto, me ajeitando no banco, fazendo com que ele se afastasse.

- Não quero ser segunda opção Gabriel, por que tá me pedindo pra ficar contigo agora? Só porque você tá carente e triste? Eu passei dias na sua casa, deixando minha loja e um monte de compromissos, você nem se quer ligou pra mim, e agora tá pedindo pra mim ficar contigo? - disparei, o deixando sem resposta.

Meu camisa 9 - Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora