Gabigol
No momento em que a bola caiu no meu pé, me senti ansioso pra fazer o gol, talvez isso tenha sido ruim, corri o máximo que pude e acabei chutando na trave. Esse foi o último lance do primeiro tempo, o juiz encerrou e fomos pro vestiário.
Lá o Dorival instruiu a gente, falou sobre táticas e várias outras coisas, que eu nem prestei tanta atenção, hoje eu não tô muito focado.
Liguei meu celular na esperança de ter alguma mensagem da Rafaella, já que ela voltou de Paris, a uma semana atrás, me chamou pra conversar e nos encontramos, uma três vezes já, mas só saiu nos sites de fofocas essa última vez.
Só havia uma mensagem dela, dizendo que tínhamos que conversar, não sei pra que tanta conversa, se nunca dá em nada.
Deixei o celular de lado e na mente me veio a Ayla, eu precisava daquela mensagem de novo, ou de pelo menos ouvir sua voz, ela me acalma e eu não sei explicar como.
Como se atendesse meu pedido, ao sair do vestiário vi ela conversando com o João, é bom ver ela realizando o sonho dela, de ter amizade com os jogadores. Mas de fato, com o João é muita intimidade, ela chama ele de jota, nos treinos eles fazem chamada de vídeo, mandam áudio um pro outro e se falam o dia todo.
Não sei como a Mylla não se incomoda.
Não falei com ela, fiquei no meu canto, ouvi ela explicar que estava perdida, e fingi não estar ligando, mas ainda assim a olhava, e por dentro eu queria muito prestar atenção nela.
Ela falou algo que fez todo mundo rir, menos eu, e não porque eu não achei graça e sim porque eu nem prestei atenção, estava ocupado demais olhando pra ela e seu sorriso encantador.
João foi guiando ela, e nós fomos atrás, pude ver que atrás da sua camisa estava escrito "Arrascaeta" e o número dele.
Engraçado, achei que eu fosse seu jogador preferido.
Voltamos pro campo, tentei focar no jogo, mas parecia impossível, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e na minha única oportunidade no jogo, o zagueiro do Grêmio fez falta em mim.
Naquele momento tudo parou, a dor tomou conta de mim, minha perna.
Não, eu não posso me lesionar, nada de grave aconteceu comigo antes, a nação precisa de mim e eu preciso jogar!!!
Esperei que o Dr. Tannure me avaliasse e torci pra ele falar que não era nada demais e que eu poderia voltar a jogar, que foi só uma batidinha e eu estava bem. Mas não foi isso, ele simplesmente não disse nada pra mim, só chamou o carrinho pra me tirar do campo.
Pediram substituição.
Só deu tempo de ver o Dorival colocando o Cebolinha no meu lugar e provavelmente mudando a formação do time, me levaram pra enfermaria do estádio.
(...)
- Eu tô bem, mãe. - tentei tranquiliza-la pela chamada de vídeo. Fabinho dirigia até minha casa.
- Amanhã eu vou pegar o vôo cedinho, e vou praí. - dava pra ver o quanto ela tava preocupada. Dhio me mandou mensagem dizendo pra mim ligar pra ela, porque ela já queria vir agora a noite.
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Meu camisa 9 - Gabigol
FanfictionDe algum modo, minha alma conhecia a sua alma. Antes que tivéssemos a chance de nos encontrar. 𝐑𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐉𝐚𝐧𝐞𝐢𝐫𝐨 📍