31 | Another life.

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Ayla

Nesse momento eu queria ir embora, é difícil pensar que fui magoada pelo cara que eu pensei que nunca me magoaria, até porque na minha cabeça, não passava que iríamos ficar próximos.

Ele me levou pra um dos quartos do andar de cima, entrei primeiro que ele e fui direto pra varanda, precisava de ar. A vista dava pra parte da frente da casa, tinha a vista do condomínio, mansões e algumas árvores.

Me apoiei na sacada de vidro, que tinha a cor preta. Ele entrou, e sentou na poltrona que tinha ali naquele espaço que não era muito grande.

Eu mantia minha atenção pra vista, olhando aquilo tudo, tentando ignorar a presença dele. Esperava ele falar, mas estava um silêncio.

Que ele desista de falar alguma coisa. Não quero render pra ele e eu sei que isso vai ser fácil de acontecer.

- Eu sei que te magoei, e não sei exatamente como me desculpar. - é, ele não desistiu. - Acho que não deveria ter acontecido, eu tava bêbado e provavelmente você também estava, me equivoquei, rolou, foi bom, mas... Não era pra acontecer. - suspirei tentando controlar a respiração e principalmente a vontade de chorar.

- Se sabia que me magoou por que não me procurou? - perguntei ainda olhando pra frente.

- Eu te mandei mensagem. - neguei, me virando pra olha-lo.

- Acha que uma mensagem vai compensar o que você fez eu sentir naquele momento? Acha que isso apaga o fato de você ter me magoado, eu esperava isso de qualquer pessoa Gabriel, menos de você, menos do meu ídolo, do cara que eu com certeza colocaria minha mão no fogo e faria de tudo. - não era nem a metade do que eu tinha pra falar, mas ali, eu já tinha desabado em chorar. As lágrimas rolavam e ele me olhava sem reação, sem saber o que fazer ou dizer.

- Você disse que tava tudo bem. - se levantou vindo pra minha frente. Desviei o olhar limpando as lágrimas.

- Desde de quando você acredita em tudo que te falam? - olhei em seus olhos, que tinha preocupação e aflição. Ele procurou palavras, mas antes que ele respondesse, eu continuei. - As vezes você só pensa no seu próprio nariz e no seu relacionamento que só você é "fiel". - ele me olhou confuso.

- Isso não é verdade, não envolve meu relacionamento na nossa discussão. - fechou a cara.

- Ela é o motivo da nossa discussão Gabriel. - alterei um pouco a voz. É cansativo tentar abrir os olhos de uma pessoa que claramente se faz de cego pra situações que te prejudicam.

- Não grita, porra. - mudou seu tom, pro mesmo que o meu.

Desisti de continuar essa conversa.

Não valia a pena.

Olhei pra ele engolindo o choro e me movimentei pra sair dali.

Ele me puxou de leve, me fazendo voltar e encostar na sacada.

- Eu quero sair daqui, da pra me deixar ir? - negou.

- A gente ainda não terminou. - ri sem humor, olhando pro lado.

- O que tem pra terminar Gabi? A nossa amizade que tá praticamente acabada? Por favor, eu não quero brigar com você. - minha voz saiu falha, e involuntariamente fiz um biquinho, chorando.

Meu camisa 9 - Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora