Gabigol.
Vejo Ayla entrar no carro e me apresso pra sair com ele, ela me olha e se mata de rir. Fico sem entender nada.
- Tá rindo de que Ayla? - pergunto com grosseria. Eu estava muito irritado, e ela ainda fica tirando uma com a minha cara.
- Você vai assim? - apontou pro meu rosto.
- Assim como? - perguntei abrindo o espelhinho do carro. Vejo a máscara verde no meu rosto, e bufo já sem paciência. Eu nem me liguei nisso. - Como eu vou tirar esse caralho? - ela me olha parando de rir.
- Calma, minha bolsa tá aqui no banco de trás. - se inclinou pra trás. - Acho que tem um pacotinho de lenço pra tirar isso aí... Achei. - me entregou um lencinho úmido. Esfreguei no rosto, tirando tudo, e ela fez o mesmo, olhando pela câmera do celular.
Ao terminar, jogo o lenço pelo chão do carro mesmo, e dou partida, acelerando. Ayla me olha assustada, talvez pela velocidade alta. No momento eu nem ligo, só deixo a raiva me consumir.
O que eu sabia, que não era nada bom.
- Vai com calma Gabi, assim vai bater o carro. - pediu com desespero na voz, não dei atenção, mas no momento em que eu percebi que ela estava realmente com medo, e que eu estava passando da velocidade, abaixei a tranquilizando.
Rapidamente cheguei na casa da Rafaella, o condomínio sempre liberava minha entrada, e eu tinha a chave da casa dela, então se ela realmente estiver me traindo, eu vou pegar no flagra.
- Fica aqui. - pedi pra ela, travando o carro e descendo, sem esperar ela responder, somente vendo o seu olhar preocupado.
Caminhei até a entrada da casa, pretendia fazer todo em silêncio, pra que ela não percebesse que eu estou aqui, minha respiração está descontrolada. Não consigo negar que tô nervoso pra caralho.
Porra, a mulher que eu passei anos da minha vida, pode tá me traindo.
Destranquei o portão da sua casa, e entrei, a porta da frente tava aberta, então seria menos barulho. A sala estava vazia, só com um sapato no chão, perto do sofá, o tênis era de homem. Foi nesse momento onde eu tive certeza que não veria coisa boa.
Subi a escada com muito cuidado, pra não fazer barulho, ouvi vozes, vindo do quarto dela, a voz dela e de um homem.
A porta tava aberta, e ali eu pude ver a cena que destruiu a porra do meu psicológico.
Ela estava sentada no colo do cara, que estava sem camisa, e ela tava com a camisa dele. Os dois pareciam se beijar.
Como eu pude ser tão burro? Como eu não desconfiei? Como eu não ouvi as pessoas?
Sabe o momento em que você não sabe o que fazer? Eu tô completamente sem reação.
Tô paralisado na entrada do quarto dela, buscando calma, se eu deixasse o Gabriel, de dentro de campo, assumir o controle da situação, eu iria quebrar esse cara todinho.
Antes que eu fizesse alguma coisa, o homem, que eu pude ver ser o tal ex dela, olhou por cima dos ombros dela, e me viu.
Senti ódio da sua cara de espanto. Ele sussurrou um "puta que pariu" e ela virou pra trás, arregalando os olhos ao me ver.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu camisa 9 - Gabigol
FanfictionDe algum modo, minha alma conhecia a sua alma. Antes que tivéssemos a chance de nos encontrar. 𝐑𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐉𝐚𝐧𝐞𝐢𝐫𝐨 📍