Bônus 3

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- Filho... Acorda, você tem escolinha hoje. - tirei o cobertor de cima dele.

- hum... eu não quero ir. - resmungou baixinho.

- Mas precisa ir. Vamos, levanta e vai escovar o dente, tô terminando de arrumar sua mochila. - Eu estava num mal humor terrível, na noite anterior tinha um bebido e acordei com uma puta ressaca.

- Papai... eu não quero ir... - se cobriu todo de novo.

- Não quer ver o tio Minho e seus amigos não? Lá tem muitos brinquedos.

- Quero mas... aqui tá doendo - apontou a garganta com suas mãozinhas.

- Deixa eu ver, abre a boca. - dei uma olhada rápida e parecia que estava com a garganta inflamada e pra melhorar tinha febre. Sabia que não podia ter deixado ele tomar sorvete ontem.

- Bom... - suspirei - Meu amor, você tá doente então não precisa ir pra escola. Fica ai deitado que vou pegar o remédio.

- E-espera... papai to dodói? ... - ele resmungou com uma cara de choro e eu to sem condições de escutar criança chorando agora, minha cabeça estava explodindo.

- Sim meu amor. Espera aqui que papai já volta.

Era de manhã cedo e tudo que eu havia planejado hoje foi pro ralo com essa gripe do Taerim. Ia ter que faltar trabalho, não ia poder ir no mercado e nem comprar a calça jeans que estava namorando há séculos na vitrine de uma loja, juntei meu dinheiro só pra isso mas agora meu lindo dinheirinho vai pra despesas de hospital, sem contar que tinha combinado de sair com o Minho a noite, teria que desmarcar tudo.
Peguei o celular ligando pro mesmo.

[Ligação on]

- Oi, sou eu. Taerim não vai pra escola hoje.

- Não vem? Porque?

- Tá doente. - suspirei - acordou com febre e dor de garganta. - conversava ao mesmo tempo pegava no armário um anti-termico e um termômetro.

- Tudo bem vou avisar aqui. Quer que passe ai depois do trabalho? Hoje saio as 16h.

- Vai adiantar eu falar que não? Já me escutou pelo menos uma vez nessa vida?

- Nope! Nunca escutei e nem vou. - escutei a risada dele no fundo, fazendo as borboletas da minha barriga que julgava estar mortas voarem como nunca voaram antes.

- .... F-Faz o que você quiser. Traz alguma coisa pra fazer sopa pra ele... não tenho nada em casa, ia passar no mercado hoje.

- Como sempre não tem nada em casa. Ai ai, o que seria de você sem mim!

- Idiota! É só emergência. Se não quiser não traz nada então! Seu cuzão. Só me estressa! - eu não queria falar assim com ele, não sou insuportável o tempo todo, era só que, ele me deixava muito nervoso. E parecia que ele não se importava e apenas ria.

- Taemin... Eu te amo.

- ... - desliguei o celular. Nunca ouvi ninguém dizer que me ama e ele me diz isso o tempo todo, é esqusito, não sei onque falar, meu corpo para, e novamente meu nervosismo me leva a fazer besteiras como desligar na cada dele e a cada dia que passa piora. Só que ele não se importa e ainda se acha vitorioso por isso. - ... Droga. Desligue na cara dele, de novo! Ai que ódio!!! Porque faço isso???

[Ligação off]

Levei alguns segundos pra me recompor, respirei fundo e voltei pro quarto do Taerim como se nada tivesse acontecido, sou um adulto e não posso agir como adolescente! Ou pelo menos tento, porque minha mentalidade parou aos 17 anos.
Ele estava cochilando de novo todo coberto. Ardendo em febre, coloquei o termômetro nele e em alguns minutos marcou a temperatura 38 graus.
O acordei pra dar o remédio, foi um chororô porque ele odeia tomar remédio. No fim, coloquei uma toalha úmida em sua testa e sentei ao seu lado na cama, peguei o celular, dessa vez para avisar que iria ter que faltar o trabalho, a senhora que trabalha comigo entedeu perfeitamente e deu melhoras ao meu filho.

All my first timesOnde histórias criam vida. Descubra agora