O trauma

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- isso foi cansativo. - suspirei me encolhendo em seus braços estava num momento em que já não ligava pra nada e estar assim com ele se tornou algo normal mesmo estando consciente de que nada disso é real.

- Acho que cuidar de uma criança é difícil.

- eu tenho certeza disso - ri -  Mas ainda assim amo crianças, sinto um pouco de inveja da liberdade que elas tem.

- É... isso é verdade. - Nesse momento ele passou a mão em meus fios os pondo pra trás, meu cabelo estava maior do que normalmente deixo.

- sabe... quando me mudei pra cá, foi quando iniciei meus estudos. Eu era sozinho e fiquei amigo do hyung bem rápido, taerim era um bebê na época. Acho que o menino se apegou a mim porque ajudo a cuidar dele desde bebê e é por isso que mesmo não morando aqui tenho muitas coisas de criança em casa.

- Eu percebi mas não quis falar nada.

- quando percebeu? - ri levantando meu rosto pra ver sua expressão.

- Quando vi um assento sanitário infantil no seu banheiro, cheguei a achar que você tinha um irmão ou algo do tipo.

- ah - comecei a rir - Nunca tive irmãos mas fui babá na adolescência pra ter uma grana...ai acabei ajudando a criar ele.

-. Eu imagino seu amigo segurando um bebê de cabeça pra baixo.

-  no começo era realmente assim - ri

- Taerim é um menino muito especial, quando tinha uns dois anos o outro pai dele meio que sequestrou o menino quando dormia na creche.  Custamos pra trazer ele de volta, o cara e bem rico e acha que pode fazer tudo, eu nunca soube o nome dele só sei que se desfez do filho.

- Então, é por isso que ele tem medo de ir dormir?

-  sim... por isso ele entra em pânico toda vez que tem que dormir. Na cabecinha dele aquilo pode acontecer de novo. Isso é tão triste, o jeito que ele se apavora e me deixa triste, os pais devem amar seus filhos ... o mundo é tão cruel.

- ...

- Acho que ele não gostou de você por causa da sua roupa, a cor escura lembra uniforme dos seguranças, toma um banho e coloca uma das minha roupas com cores claras, talvez melhore... ah e não toma aqueles achocolatados da geladeira, tem calmante dentro.

- Como? Você batiza um achocolatado?

- sim, é bem pouco, foi o médico que receitou.

- Que loucura...

- é... ter filho não é facil não, principalmente se o pai é um idiota. - suspirei.

- Mas eu achei lindo sabia.

- o que?

- O jeito que você leva com ele, o modo que o segurou no colo achei tudo muito lindo.

- e-eu acho nomal... Não sei porque diz isso... - me olhou sorrindo, aquele sorriso que me desconcerta todo fazendo meu gaguejo aparecer novamente.

- Tá bom, vamos esquecer só um pouquinho e falar da gente. - disse isso se aproximando estranhamente.

- falar do que? Alguma coisa sobre o plano? - perguntei o olhando, minha mão ficou sobre seu peitoral, não tinha certeza se iria tentar algo e não podemos, não agora.

- ... É - ele riu sem graça.

- eu estava pensando e podemos começar assim que eu me formar. Daqui a 6 meses, pode ser?

- Jimin vai se formar semestre que vem? - agora ele me olhou meio confuso e se afastou.

- uhum! Adiantei muita matéria, vai ser só um pouquinho antes que o normal.

All my first timesOnde histórias criam vida. Descubra agora