Selvagem

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- não me xinga tem muita gente olhando. - falei entre os dentes com um sorriso no rosto tentando manter as aparências.

- O que é isso que está vestindo? Olha pra mim quando eu estiver falando! - ele segurou meu rosto me forçando a olhar pra ele. - Que maquiagem toda é essa.

- Calma, eu vou explicar só que depois, tem muita gente. - tentei ao máximo em sinais mostrar que não é momento pra discutir.

- FODA-SE OS REPÓRTERES !!! - gritou na frente de todo mundo, seus punhos estavam cerrados, pude notar que trancava tanto a mandibula que podia trincar os próprios dentes. A última vez que o vi assim foi na boate.

- Jungkook, olha pra mim. Calma. Só estava passeando por ai. E me pediram entrevista, só isso.

- NÃO FOI PRA ISSO QUE TE TROUXE AQUI. PORQUE SUA BLUSA TA ASSIM, FECHA LOGO ESSE CARALHO. - na brutalidade ele puxou minha camisa tentando fechar os botões mas na raiva não conseguia, os fotógrafos tiravam muitas fotos, câmeras de celulares era apontados pra gente. Essa parte eu não tinha pensado, acostumei tanto com o Jungkook bonzinho que esqueci seu lado bruto e o porque todo mundo tinha medo dele.

- Para, Deixa que eu fecho. - falei sem emoção nenhuma. E mais uma vez fui puxado pelo braço, dessa vez com mais força, eu não conseguia acompanhar os passos porque eu estava de salto, não era bom andando com sapatos femininos.

- NÃO QUERO NINGUÉM OLHANDO O QUE É MEU! E OUTRA COISA QUEM TIVER FOTO OU VÍDEOS NO CELULAR OU EM QUALQUER OUTRA COISA, TA DEMITIDO. - não sei o que deu nele, me soltou e avançou em cima de um dos repórteres jogando a câmera no chão de uma vez só estilhaçando o vidro da lente e em seguida desferido um soco no cara.

- JUNGKOOK! PARA!.

- ... - ele me ignorou e vi o homem apavorado cuspindo sangue no chão. Não vou mentir estava com medo, era como um urso imenso selvagem descontrolado. As pessoas se afastavam e os seguranças da empresa tentava dispersar a multidão, sabiam que tocar nele não adiantaria de nada.

- JUNGKOOK! MANDEI PARAR, AGORA! - incrivelmente, ele parou.

-... - ainda respirando super pesado, com o rosto tenso e punhos cerrados largou o cara e veio na minha direção agarrando meu braço mais uma vez me puxando pra outro lugar mais vazio.

- ME SOLTA. TÁ ME MACHUCANDO. DÁ PRA PARAR DE SER UM IDOTA? - ele me soltou. Ficou parado sem olhar pra trás, sem me olhar. Vi a respiração dele ofegante de pura raiva e continuei - EU NÃO FIZ NADA DEMAIS. NINGUÉM ME TOCOU NEM NADA, ENTÃO PARA. FORAM SÓ FOTOS! EU ODEIO QUANDO VOCÊ É ASSIM! PORQUE VOCÊ BATEU NO CARA?? O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA????? TÁ ME OUVINDO?? - tirei um dos meus saltos e joguei com toda minha força em sua direção, estava quase chorando de raiva, sou o tipo de pessoa que chora em toda discussão. Mas ele nem se mexeu, continuou com a respiração parecida com de um animal, percebi que alguma coisa estava errada.

- ... - andei até ele o encarando, seus olhos tinham mudado de cor, pupilas dilatadas de uma maneira que nunca tinha visto em toda minha vida, ainda tricava o maxilar, ele suava de pingar como se estivesse com uma febre altíssima. Esse é tal lado ruim do alfa dominante, querer dominar e comandar em tudo na raiva.

- Olha pra mim. - mantive a calma e tentei acariciar seu rosto, mas estranhamente ele rosnou... ele rosnou pra mim.

-...

- Não me faça te bater pra fazer você voltar ao normal. - falei fraco, sabia que gritar não ia adiantar, ele não estava consciente de muita coisa. Era como lidar com um animal selvagem. Ele mordeu o canto da própria boca, vi sangue escorrer, era como se estivesse se contendo. No desespero o abracei, colando meu corpo no seu e fiz uma coisa que nem era pra fazer, liberei meu aroma pra ele sentir e se acalmar. Minha mãe dizia pra mim nunca fazer isso porque dominantes tem aromas muitos fortes e causam efeitos diferentes em cada um e também nunca consegui controlar.

All my first timesOnde histórias criam vida. Descubra agora