Noite de confissões

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Tive que esperar 5 minutos para o resultado, e nesses 5 longos minutos me senti como se estivesse realmente em uma gestação, nunca fiquei tão nervoso em um período tão curto de tempo. Milhares de pensamentos ficaram indo e voltando em minha cabeça, resolvi deixar o palitinho em cima da tampa do vaso e lavar o rosto. Queria esfriar a cabeça, como a água era bem gelada por estar no inverno era perfeita para isso, abri a torneira deixei a água gelada cair sobre minhas mãos e em seguida passei as mãos no rosto me deixando levemente mais lúcido, encarei meu reflexo no espelho com a moldura antiga porém ainda conservada tomando coragem pra voltar a olhar o resultado, pensando que independente do resultado vou fazer o melhor pra continuar vivendo e sobrevivendo nesse caos que chamamos de mundo.

- Jimin? Tá tudo bem?- Hyung bateu na porta com um tom de voz calmo e sutil, me acordando do transe e rapidamente encarei o palitinho vendo apenas 1 listra, suspirei aliviado.

- tá sim. - abri a porta e olhei - Negativo, só apareceu um tracinho... olha.- falei mostrado o  teste meio de relance.

- Graças a Deus!  - suspirou ele pondo a mão no peito o que me fez rir. - Tá triste? - me olhou esperando a resposta atento, sabia que eu era muito sentimental com essas coisas.

- não to triste mas também não to feliz... é mais um alívio, não é hora ainda pra isso. 10% de chance é o mesmo que um milagre... então, vou esperar pacientemente o meu milagre, não tenho muita esperança não mas quem sabe. - ri

- Fico feliz que esteja bem! - recebi um abraço apertado que me fez rir de novo.

- obrigada. - sorri - não me importo muito, de bebê pra cuida só o nosso filho - falei em relação ao Taerim e dessa vez nós dois rimos.

- Quer que eu passe a noite com você hoje? Sei que amanhã tem aula mas posso sair de manhazinha . Quer? Posso melhorar seu astral comprando algumas besteiras pra comer, uma coca pra você e uma cerveja pra mim, sorvete! Vai, eu sei que gosta de sorteve e sem lactose porque sei que tu não pode com sorvete normal. Estou disposto a estourar meu cartão na loja de conveniência por você, tem amor maior?

-tem certeza? não está cansado demais ?

- Tenho, eu to ótimo.

- ta bom! Aceito... mas dessa vez também quero uma cerveja.

- Uy que ele está todo adulto, claro senhor adulto! Não estar grávido é um ótimo motivo pra encher a cara!




[...]




Puxamos uma mesinha pro meio da sala, 6 latas cervejas, 3 cocas, salgadinhos de milho, alguns doces de goma, pipoca, dois potes de sorvete e o famigerado site de filmes e séries conhecido mundialmente que colocamos no notebook. Assistiamos um filme qualquer e bebiamos conforme conversamos, e não podemos esquecer que tínhamos uma criança no meio, ele podia comer tudo que estamos comendo normalmente mas o que me intrigava era um copinho de bico que usa na transição pra largar a mamadeira e usar um copo normal, só que esse copo tinha coca, sei que não é certo dá coca pra um menino que acabou de fazer 4 anos mas se o próprio pai deixou quem sou eu pra discordar, normalmente eu até brigava e trocava por suco natural mas meu ânimo hoje estava 0%.
Conversamos coisas aleatórias pra tentar esquecer dos problemas, nesse meio tempo Taerim dormiu no colo do pai, e eu tentando  entender o que tem de divertido na cerveja, se era apenas uma bebida amarga que te faz esquecer as coisas ou te encoraja a fazer coisas que sóbrio você não tem coragem.
Não acho que eu esteja muito bêbado com duas latas e meia mas me faz pensar em muitas coisas ao mesmo tempo. Deitei no chão encarando o teto e respirei fundo, ouvi os passos do hyung indo pro quarto provavelmente indo deixar o menino na cama, assim que voltou minutos depois o olhei e pensei, por que escondia tanta coisa da única pessoa que se preocupa comigo além da minha mãe.

All my first timesOnde histórias criam vida. Descubra agora