Memórias passadas

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- Vem vamos pro quarto, precisa urgente de um banho.

Ele me seguiu sem dizer nenhuma palavra, não saiu do meu lado. Chegando no quarto improvisado que havia em seu escritório, o levei direto pro banheiro fechando a porta atrás de mim.

- Vai me banhar pequeno?- minha espinha estremeceu por ouvir sua voz intensa de forma repentina.

- Fica quieto! - ditei com minha voz nada autoritária e comecei a desabotuar sua camisa devagar.

Segundos se passaram e um profundo silêncio habitou no lugar, seu olhar era fixo a mim.

- Qual o seu nome? - Falei tentando quebrar aquela incômoda situação.

- Acaso não sabe o nome do seu alfa?

- Meu marido eu sei, mas o seu não.

- Meu nome não importa.

- Importa sim, ou quer que fique de chamando com o nome do meu marido.

- Você também está casado comigo. - nesse momento eu corei, desviei o olhar pro chão.

- ...B-Bom... é melhor ir pro banho logo! - apontei com minhas mãos pequenas pra o chuveiro.

- Não vai tirar o restante? - eu havia tirado apenas a blusa e o deixei com as calças por motivos óbvios.

- Você pode fazer isso sozinho...

- Certeza?

- Como faço fazer você voltar ao normal?

- Quer tanto que eu vá embora assim? - ele me abraçou pela cintura encarando minha barriga por longos segundos.

- ... Não é isso... é que... eu não conheço esse lugar então, ele seria de grande ajuda... porque... é....Não sei onde tem shampoo! -inventei uma desculpa bem mal formulada.

-Segunda gaveta a direita.

-Como você...

- Quantos acessos de raiva você acha que esse cara tem aqui? Passo mais tempo aqui do que imagina.

- Ah... - estava confuso - Não acredito que casei com um cara com dupla personalidade - ri fraco

- Somos um só.

- Tá... já entendi, essa coisa de vocês ficarem mudando me deixa confuso- respirei fundo - Então vou te tratar como trato ele. Vai logo tomar banho, odeio cheiro de sangue.

-Com prazer - ele terminou de se despir na minha frente e não sei porque eu desviei o olhar e encarei o chão, eu já vi tudo aquilo várias vezes e mesmo assim fiquei com vergonha de estar ali.

- Então então...eu... já vou indo...

- Pode parando ai - Meu corpo instintivamente parou na metade do caminho e obedeci a ele. - Volta aqui. - assim fiz.

- O que quer?

- Fica aqui comigo. Não confio te ver andado sozinho por ai. Pelo menos não nesse lugar.

-Voce é igualzinho a ele. Porque você e o Jungkook me tratam como criança? Se eu quiser andar por ai eu ando!

- Jimin... - sua voz era muito densa, completamente diferente do jeito que Jungkook me chamava, meu corpo inteiro estremeceu.

- Eu vou ficar bem! - respirei fundo e voltei a andar em direção até a porta.

- Você também é igualzinho a ele...

- Ele quem? Eu não quero te ver me traindo com ninguém em! Eu to falando sério! - me virei pra ele com minhas mãos na cintura, vi seu sorriso e revirei os olhos, abrindo a porta.

All my first timesOnde histórias criam vida. Descubra agora