A troca

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O carro tinha virado uma confusão, tinha que deixar tudo bem realista.
Comecei a usar todas as minhas habilidades de atuação que ganhei na quita série e lendo livros durante toda minha vida. Tinha que fazer eles acreditarem que estava realmente morrendo ali, assim talvez me levassem pro hospital e eu poderia pedir ajuda.

- Chefe o que a gente faz?

- Calem a boca!

- Deveríamos ir pro hospital.

- Eu sei que é esquisito mas se acalme Sr Jimin ...

- A ÚLTIMA COISA QUE TO É CALMO!

- Vamos seguir o caminho.

- Que? Mas chefe e se o bebê...

- FODA SE, O QUE ME IMPORTA É O DINHEIRO.

O meu plano não estava dando certo, e não tinham mudado de curso. Agora eu estava realmente nervoso, estava com medo e não conseguia nem disfarçar. Eu não me arrependia de ter me envolvido com o Jungkook por tudo isso não foi culpa dele, eu já estava preso nesse ninho de confusão desde que nasci, e tenho certeza de que quem está por trás disso é o meu pai. As vezes consigo sentir a angústia do kook o que me deixava muito agoniado.

O carro foi diminuindo até estacionar, tive que sustentar a mentira dizendo que eu ia ganhar as crianças ali, mas de alguma forma comecei a me sentir um pouco mal.

- Anda logo, sai do carro.

Um deles falou comigo e tive que sair, prenderam minhas mãos pra trás e me fizeram andar pra dentro de um balcão velho abandonado. As vezes tropeçava mas um dos caras me segurava evitando de cair.

- O que vão fazer comigo? - perguntei, estava meio fraco.

- Só cuidado pra não cair. - respondeu o cara meio seco.

- Vão me matar? Eu não fiz nada...juro que não fiz nada.

- ...

- Por favor... Me tira daqui. Eu te dou dinheiro, eu dou o triplo que pagaram pra vocês.

- Não é questão dinheiro. Se não fizermos isso estamos todos mortos aqui.

- ... Que? Mas por que eu?

Assim ele se calou e me deixou numa sala vazia, me sentou na cadeira e amarrou meus pulsos.

- Meu nome é Mick, precisar de alguma coisa é só me gritar.

E eu fiquei lá, estava frio, não ouvia a voz de uma viva alma, o ar hiper úmido era horrível pra respirar. Estava começando a me convencer de que ia mesmo morrer ali, porque apesar de trazer comigo umas coisas pra mim defender eu não tinha coragem de usar, não tinha coragem de matar ninguém.
Agora sim meu rosto estava coberto de lágrimas rezando pro kook aparecer a qualquer momento, me lamentava por não poder ver meus filhos crescerem.

Um tempo depois  o Mick aparece de novo com algumas coisas na mão.

- Eu não te chamei. - falei seco sem olhar pra cara dele, eu encarava o chão.

- Trouxe água e alguma coisa pra comer.

- ....Qual o sentido de alimentar alguém que vocês vão matar?

- Tenho princípios.

- ... Princípios? ... Que idiotice.

- Vou desamarrar suas mãos.

- Confia tanto em mim assim? E se eu fugir?

- Pode tentar mas nosso pessoal está atrás da porta.

- ...

All my first timesOnde histórias criam vida. Descubra agora