Come Back... Be Here

11.3 - Vai ficar tudo bem

17 anos atrás

Se o clima entre Tony e Pepper já estava estranho antes do beijo, após o corrido ficou ainda mais. Eles se ignoravam descaradamente, nenhum dos dois fazendo questão de disfarçar.

Ambos sabiam que havia sido um beijo que não tinha nada a ver com a farsa, com o filme ou com qualquer outra coisa além do fato de se desejarem.

Ou pelo menos foi o que pareceu na hora. Mas, então, Pepper pirou e foi embora, fazendo com que Tony acreditasse que o desejo era apenas de sua parte. Enquanto o mesmo acontecia com ela.

O moreno não sabia o que pensar ou o que dizer para a mulher. Por isso, estava fazendo o que qualquer cara de vinte e poucos anos com algum bom senso faria: estava lhe dando bastante espaço.

A ruiva pensou a mesma coisa, porque nas poucas palavras que trocaram só mencionou que havia conseguido um estágio, então precisaria reajustar seus horários. Nas semanas seguintes, o contato entre eles foi escasso, se deram unicamente por e-mail e exclusivamente para falarem sobre a gravação do filme que deveria começar em breve. Eles estavam atrasados em relação as outras duplas e sabiam disso. Precisavam correr atrás do prejuízo.

Sendo assim, foi totalmente compreensível quando em uma quinta feira chuvosa, por volta das 17h, Tony se assustou ao abrir a porta do seu apartamento se deparando com Pepper a sua frente totalmente molhada. O porteiro não havia anunciado sua presença, mas ele nem teve tempo de comentar sobre isso. Na verdade, não teve tempo de falar nada, a ruiva se jogou em seus braços o abraçando, chorando copiosamente e a única reação do moreno foi abraçá-la de volta.

Ele estava para sair à sua procura e agora ela estava bem ali, em seus braços.

— Meu Deus... O que houve? Estávamos preocupados com você. -Comentou, acariciando os cabelos dela. — Você está bem? -Afastou-se um pouco para olhá-la. A ruiva estava tão molhada que uma poça já havia se formado sob ela, seus olhos estavam vermelhos e seu rosto inchado. A resposta certamente era não.

— Me desculpa, eu não sabia para onde ir... E-eu... Eu sinto muito.

— Tudo bem... Vai ficar tudo bem. -A tranquilizou. Seu olhar doce e atento expressava todo seu acolhimento. Nunca havia visto sua parceira de trabalho tão vulnerável, para ser sincero, não achou que ela pudesse ser tão sensível assim, mas naquele momento, vendo-a tão emotiva, com a maquiagem preta borrada e quase sem conseguir falar, passava a ter uma nova imagem dela. Era como se tudo que conhecesse sobre ela fosse apenas uma máscara, uma forma de proteção. Não passava de fingimento. — Vem, vamos entrar. -Com cuidado, fechou a porta atrás deles e a acomodou no sofá.

A situação era tão incomum que Tony não sabia como agir, então ficou em silêncio, apenas mantendo seus braços em volta de Pepper e permitindo que ela chorasse. Se mantinha no papel de ombro amigo.

Ficou assim por um longo tempo, seu braço já estava ficando dormente quando sentiu que a respiração dela havia mudado. Inclinando levemente o rosto em sua direção constatou que a ruiva tinha dormido. Ele não podia deixá-la ali, mas também não podia somente colocá-la em seu quarto, não do jeito que ela estava.

Pensou em acordá-la, talvez fazer com que tomasse um banho quente, mas não conseguia tomar coragem para tal.

Refletiu por alguns instantes e então lembrou que Lindsey estava na cozinha. A loira era uma das faxineiras de confiança da família Stark e naquele período estava trabalhando com ele.

Com cuidado, pegou a ruiva no colo e a levou para sua cama. Em seguida, foi até a outra mulher e pediu que ela trocasse a roupa da sua colega. Lhe entregou uma blusa sua e pediu que lavasse as roupas de Pepper, queria que estivessem secas quando a ruiva acordasse.

Após ver Lindsey entrar em seu quarto o moreno mandou uma nova mensagem para os amigos e Natasha, informou sobre os últimos minutos e aproveitou para trocar sua própria roupa também, que haviam molhado com o a proximidade e contato entre eles.

Depois esperou. Era a única coisa que poderia fazer. Quando Pepper acordasse, eles teriam que conversar.