6.1 - Motivos errados

320 24 45
                                    

Após serem expulsas da sala e verem a mãe e William seguindo para o antigo escritório de Thomas, as gêmeas sabiam que mais nada poderia ser feito naquele momento. Estavam cientes de que teriam que enfrentar um longo sermão sobre ouvirem conversas que não deveriam, e se Pepper as pegassem ouvindo novamente atrás da porta, poderiam facilmente serem mandadas para um internato na Espanha.

Sendo assim, caminharam até a área externa da casa e se deitaram nas espreguiçadeiras que ficavam de frente para a piscina. Não disseram nada por alguns minutos, até que seus olhares foram levados para Rosie, uma das empregadas mais antigas da casa. Violet e Olivia se olharam por meio segundo e sorriram, percebendo que tiveram a mesma ideia.

— Rosie... -As duas disseram em uníssono ao se aproximarem da senhora que terminava de arrumar a mesa para o almoço, que naquele dia seria servido ao ar livre.

— Quando vocês duas chegam assim é porque alguma coisa tem... -Disse parando o que fazia e olhando para as garotas. — Vamos lá, falem que eu conheço vocês desde que nasceram.

— Bom, aconteceram umas coisas e nós ficamos pensando... -Olivia começou. — A mamãe nunca tem um amor por muito tempo, não é?

— Já sei onde essa conversa vai parar. É na questão do casamento e na herança que o avô de vocês deixou, não é? -As gêmeas assentiram, sendo assim Rosie prosseguiu. — Bom meninas, eu ouvi tudo que ela conversou com o doutor Nolan, então coloquem uma coisinha na cabeça de vocês, ela não vai casar, nem mesmo por causa do dinheiro.

— Como você pode ter tanta certeza?

— Vi, a sua mãe se decepcionou demais. -Suspirando, olhou bem nos olhos das gêmeas. — Vocês sabem que eu trabalho nessa casa há muito tempo, não é? Primeiro eu trabalhei para seu avô, ajudei a criar sua mãe... Então por isso eu conheço vocês todos muito bem. Seu avô sempre foi muito teimoso, mas sua mãe mais ainda. Ela não casa.

— Tem que ter algum motivo. Todo mundo se apaixona alguma vez na vida. -Olivia observou.

— Vocês são muito novas para entenderem. Um amor muito grande quando acaba é assim como uma cicatriz...

— Você está falando do nosso pai, não é?

— E se for?

— Mamãe nunca esqueceu ele. Toda essa história de produção independente... Ela nunca se conformou em perder ele.

— Eu não sei... Pode ser... Sei lá, meninas. -Rosie desconversou.

— Com o nosso pai ela casaria. -Violet sorriu. Soou muito mais como uma afirmação do que como uma pergunta.

— Ela o amava, não o amava?

— Meninas, essa é uma conversa que as mocinhas deveriam ter com a mãe de vocês. Ela não vaia gostar nadinha de saber que as duas estão investigando a vida amorosa dela.

— A gente falaria se ela disse alguma coisa sobre ele. -Olivia bufou.

— Mas toda vez que abordamos o assunto a resposta é sempre a mesma, que somos fruto de uma produção independente. -Violet completou.

— Como se a gente realmente fosse acreditar nessa história.

— Bom, se a mãe de vocês não quer falar sobre esse assunto, não sou eu quem irei.

— Rosie, você não acha que a gente tem o direito de saber?

— Acho, mas também acho que a mãe de vocês tem os motivos dela para não falar no assunto. Que tal vocês respeitarem isso?

— Então você realmente sabe quem ele é e o que aconteceu... -Violet observou.

— E você não negou quando a gente disse que ela ainda o amava... -Olivia continuou, ajudando o raciocínio da irmã.

— Eu só vou dizer mais uma coisa a vocês, esqueçam essa história. Não importa o que tenham em mente, Virginia Potts jamais se casará pelos motivos errados.

 

Come Back... Be HereOnde histórias criam vida. Descubra agora