— Pode ser no Starbucks? -Ele perguntou. — Ou o fornecedor de copos dele mata golfinhos demais?
Pepper arregalou os olhos em sua direção, o fuzilando. — Só pra saber, quantos clichês você guarda no bolso?
— Foi você quem começou. -Disse, diminuindo o ritmo quando notou que ela tinha dificuldade em lhe acompanhar. — Acha que não notei que você e todo mundo naquela sala simplesmente concluiu que cheguei de iate?
— E não chegou? Manhattan é uma ilha, afinal.
Ele a avaliou por um segundo, tentando descobrir se estava falando sério. Não sabia dizer, então recorreu ao sarcasmo de sempre. — Não, só uso o iate de fim de semana.
Naquele momento, foi a vez dela de lhe olhar sem saber se estava brincando. Foi até engraçado, de um jeito um tanto esquisito.
— Virginia, né? -Perguntou, quando ela não retrucou. — Posso te chamar de Giny?
— Não. Nem vem. – Respondeu, enquanto atravessavam a rua na direção do logo verde e branco familiar da Starbucks. — Meu ex-namorado me chamava assim. Meio que cansei.
— Foi um término ruim? -Quis saber, segurando a porta para ela, como um cavalheiro.
— Acho que sim. Quer dizer, eu o peguei explorando a vagina de outra pessoa. Não posso dizer que fui muito compreensiva. -Explicou, o fazendo engasgar com uma risada. Ele achou que nunca ouviu uma garota usar essa palavra de forma tão casual. Então, era meio... chocante.
— Tá. Então nada de Giny.
— Nada de Giny. -Confirmou.
— Como seus amigos te chamam?
— Nós não somos amigos, você não precisa saber.
— Você percebe que não me resta muitas alternativas, não é? Terei que continuar chamando você de Pepper.
— Não se atreva. -O ameaçou.
Tony riu, mudando de assunto. — Deixa eu adivinhar: você vai pedir alguma coisa com leite de soja. -Disse ao entrar na fila.
Ela levantou um ombro, aparentemente resignada a esse estereótipo em particular. — Mocaccino com leite de soja grande e sem chantili. E você vai querer algo bem viril, como café simples. Talvez um expresso.
Mesmo sabendo que foi ele quem insistiu com essa troca de clichês, começou a odiar o fato de que seus palpites sobre o outro estivessem quase sempre certos.
Então, em vez de pedir um café médio, como sempre, quando chegou sua vez, enumerou todas as palavras fofinhas em que conseguiu pensar: chocolate branco, chantili, caramelo, amêndoas. — Ah, e não esquece o granulado. -Acrescentou.
O barista assentiu, claramente pensando em como fazer para escrever tudo aquilo no pouco espaço em branco no copo.
— Você só pediu isso pra me contrariar. -A ruiva constatou enquanto pegavam suas bebidas e iam para a mesa.
— E você só me deixou pagar o seu porque eu imaginei que insistiria em pagar pela sua bebida.
— É, mas também foi difícil ignorar o maço de notas de cem na sua carteira.
— É dinheiro pra droga. -Comentou, dando um gole na bebida. Fez uma careta de tão doce que era, e Virginia riu, revelando uma covinha que ele ainda não tinha notado. Provavelmente porque ela não era do tipo que distribui sorrisos a troco de nada.
— Espero que tenha entendido alguma coisa daquele blá-blá-blá da aula. -Tony disse, deixando a bebida de lado. — O que ele quis dizer com "argumento básico de um filme"? -Fez as aspas com as mãos, e viu que ela apertou um pouco os dentes.
— Eu sabia. -A ruiva disse, se inclinando para ele. — Você não é aluno de cinema.
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Come Back... Be Here
FanficOnde Tony e Pepper se reencontram 16 anos depois devido a um plano que envolve uma herança bilionária e um casamento de mentirinha.