33.1 - Eu sinto muito

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Quando finalmente se deu por vencida, não tinha mais forças para continuar ali. Ela estava emocionalmente exausta, com os olhos inchados e uma dor profunda no peito. Não tinha mais vontade de continuar naquele lugar, então dirigiu até sua casa. Quando chegou, encontrou Tony na sala, esperando por ela.

A ruiva sabia que precisavam conversar. Sentia que ele merecia saber o que aconteceu, mas também estava ciente de que a conversa seria dolorosa. Caminhou até ele com passos lentos e hesitantes. Por mais cansada que estivesse, por mais que seu desejo fosse de adiar aquela conversa por um pouco mais, entendia plenamente que não poderiam perder mais um segundo de tempo que fosse.

Enquanto se aproximava dele, sentando ao seu lado no sofá, torcia para que não fosse tarde demais, para que houvesse uma chance para eles.

— Tony... -Ela começou com a voz trêmula. — Precisamos conversar.

— Eu sei. -Suspirou. — Estava só esperando você chegar.

Ela assentiu e entregou a ele a carta que estava em sua bolsa, a mesma que ela levara para confrontar William. Tony passou os olhos rapidamente sobre o conteúdo, já tendo uma ideia do que se tratava, ele não era idiota, mas queria ouvir tudo da boca de Pepper. Ele queria que ela explicasse, que ele ouvisse em suas próprias palavras o que tinha acontecido.

Pepper, a princípio, não compreendeu o que ele estava buscando, mas então a ficha caiu. Ele queria que ela contasse a história que por tanto acreditou ser verdade e usou contra ele, que ela falasse o quão injusta havia sido, que se desculpasse. Ele queria que ela percebesse o quanto tinha magoado ele ao simplesmente não dar a chance que ele se explicasse, que se defendesse de algo que sequer sabia que estava sendo acusado. Suas mãos começaram a tremer enquanto ela olhava para Tony, seus olhos cheios de lágrimas.

—Tony... -Sua voz estava embargada. — Você precisa saber... O que aconteceu. Eu... Eu fui tão enganada quando você. Eu pensei que... 

Ele a interrompeu suavemente, segurando-a pelas mãos. — Não, dessa vez não vamos pular etapas, não vamos pular para conclusões. Eu quero ouvir da sua boca o que aconteceu. Eu quero saber os detalhes, vamos conversar pela primeira vez como adultos. Como deveríamos ter feito desde aquela primeira conversa no meu apartamento. Não somos crianças, chega de agir como tal.

Ela olhou para ele, os olhos marejados. Respirou fundo e começou a contar a história, com todas as palavras carregadas de arrependimento e dor. Conforme as palavras saíam de seus lábios, ela percebia o quanto havia julgado Tony injustamente, o quanto o acusara de algo que ele não merecia.

Mas sinceramente, como ela poderia saber? Como ela poderia imaginar que tudo fazia parte de um grande plano de manipulação? Como poderia saber que eles nunca tiveram escolha? Que nunca tiveram chance?

O moreno ouvia atentamente, seu rosto demonstrando compreensão e empatia. Ele sabia o quão difícil era para Pepper admitir seus erros, e ele apreciava a coragem que ela demonstrava ao fazê-lo. Ele sabia reconhecer os pontos positivos.... Mas, Tony não conseguia esquecer que ela não lhe permitiu o benefício da dúvida. Eles poderiam ter sido vítimas do plano doentio de Howard e Thomas, mas tudo que aconteceu depois quanto ao "ser cinero" sobre os dois, isso dependeu apenas deles. Há meses haviam se reencontrado, há meses estavam na vida um doutro, há meses ela escolheu se manter distante, julgá-lo, puni-lo. Há meses ela escolheu trata-lo como o vilão da história. E mesmo quando terminaram, se ela escolheu acreditar na farsa, é porque nunca havia confiado nele de fato.

Pepper observou a expressão cansada e magoada no rosto dele. A sala estava mergulhada em um silêncio pesado, que só era quebrado pelo som de suas respirações entrecortadas. A tensão era palpável, e ambos sabiam que havia muito a ser dito.

Finalmente, depois de um longo e doloroso momento de silêncio, Tony respirou fundo e tomou a iniciativa.

— Pepper, eu quero que você saiba que eu entendo o quão difícil foi para você. Entendo que você estava confusa, magoada, com raiva. Mas isso não justifica a maneira como nos tratamos. Não justifica a falta de confiança que cresceu entre nós. Eu nunca quis que chegássemos a esse ponto, mas agora estamos aqui.

A ruiva olhou para ele com lágrimas nos olhos, sua voz tremendo quando ela tentou se explicar. — Tony, eu estava com tanto medo. Tudo aconteceu tão rápido, e eu não sabia em quem acreditar. Não tinha a clareza que tenho agora.

Ele assentiu, sua expressão demonstrando que ele estava tentando entender o que ela sentia. — Eu entendo, Pepper. Eu também estava com medo, também estava com raiva. Mas isso não justifica as acusações, o afastamento, a falta de confiança. Eu só queria que você tivesse me dado uma chance de explicar, que tivesse acreditado que eu nunca a trairia.

Pepper sentiu uma dor profunda em seu peito. As palavras dele a atingiram em cheio, fazendo-a perceber o quanto ela havia agido de forma errada.

— Eu sinto muito. -Murmurou, lágrimas escorrendo por seu rosto. — Eu cometi um erro terrível, e eu entendo que você esteja magoado. Mas eu não sabia como lidar com isso na época. Eu estava perdida.

Ele olhou nos olhos dela com intensidade. — Pepper, eu também estava perdido, mas eu nunca teria agido assim. Se fosse o inverso, eu sempre teria escolhido acreditar em você, não importa quantas provas surgissem.

Pepper suspirou, passando a mão pelo rosto. Ela estava exausta emocionalmente, e a realidade do que havia acontecido estava pesando sobre ela.

— O que podemos fazer agora? -Ela perguntou, sua voz cheia de tristeza.

O moreno a olhou atentamente, seus olhos expressando a complexidade de suas emoções. — Eu não sei. Eu amo você, mas agora... Agora, eu não consigo lidar com isso. A ferida está aberta, e não podemos simplesmente voltar a ser como éramos antes.

A ruiva soluçou, lágrimas escorrendo por seu rosto enquanto tentava alcança-lo. Ela queria que ele a entendesse, que soubesse o quanto ela o amava e se arrependia de suas ações.

— Tony, por favor, me perdoa. -Ela implorou. — Eu não sabia o que estava fazendo naquela época. Eu não queria machucar você. Eu estava apenas confusa e com medo. -Tentou se justificar pela milésima vez.

Ele olhou para ela com um misto de tristeza e compaixão. — Pepper, eu não posso simplesmente te perdoar agora. Eu sinto muito, mas essa história é tão absurda que não consigo pensar em outra coisa senão no fato de que você nunca tentou me ouvir... Eu preciso de tempo para processar tudo isso, para entender o que aconteceu e como seguir em frente.

A ruiva deixou novos soluços escaparem, sentindo-se completamente perdida. Ela nunca imaginara que sua decisão de acreditar na mentira de seu avô poderia causar tanto estrago em sua vida e no relacionamento com Tony.

— Tony, eu te amo. -Repetiu como se essas palavras fossem mágicas que pudessem consertar tudo.

Ele a abraçou com ternura, mas havia uma distância palpável entre eles. — Eu também te amo, Pepper. Mas o amor sozinho não é suficiente para superar tudo o que aconteceu. Precisamos de tempo, espaço.

— Podemos fazer isso juntos, podemos tentar encontrar uma maneira de consertar as coisas.

— Eu sinto muito, só não tenho tanta certeza disso agora.

Com pesar, Tony se afastou dela, deixando a sala e fechando a porta atrás de si sem sequer olhar para trás.

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Bom, vocês queriam o Tony sendo exaltado, então teremos!

Bem vindas ao que no roteiro está sendo a minha parte favorita dessa fanfic!

Ah, já foram conferir minha nova fanfic no perfil? Acabei de atualizar!

ps: estou sem tempo nem para respirar, por isso, não cobrem att tão cedo 

Come Back... Be HereOnde histórias criam vida. Descubra agora