13. 3 - E o que você sabe sobre amor?

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— Mas funcionou? Vai fazer você nos contar alguma coisa?

— Uma pergunta de cada e apenas isso. -Tony se deu por vencido.

— Isso não é justo. Considerando que passamos 15 da nossa existência sem conhecer metade de quem somos, 2 perguntas com certeza não irão sanar todas as nossas dúvidas.

— Ótimo, são teimosas como a mãe... -O moreno resmungou.

— Viu só? Você já sabe mais uma coisa sobre a gente, agora está na hora de sabermos sobre vocês.

— Tudo bem, Olivia. O que vocês querem saber?

— O básico. Como se conheceram, como se apaixonaram, como terminaram... Porque terminaram...

— São muitas perguntas.

— São muitos anos sem resposta.

— Tudo bem... Vamos lá. Eu conheci a mãe de vocês durante uma disciplina que fizemos juntos no verão de 2006. O Martin deve ter contado sobre isso quando vocês foram falar com ele.

— Na verdade, não entramos em detalhes. -Violet falou. — Vocês se apaixonaram tipo nos filmes? Pelo primeiro olhar?

— Não mesmo. -Tony riu com as memórias daquele dia. — Foi acontecendo aos poucos, eu acho. Mas, com certeza, nos odiamos no primeiro momento. Eu posso ter sido um babaca, mas a Pep não facilitava muito.

— Você continua a chamando de Pep... Por quê? -A garota perguntou mais uma vez.

— Quando eu a conheci, ela era igualzinha a você. O cabelo ruivo a fazia parecer com uma pimenta e, bom, o temperamento não era muito diferente disso.

— E ela aceitava que você a chamasse assim numa boa? Até hoje, acho que o único apelido que ouvimos alguém chamar ela foi Gin.

— Não exatamente. No início ela odiava e eu sabia, então fazia para provocar... Mas depois acabou virando algo nosso. Acho que ela sabia que não ia adiantar reclamar.

— Então a história de vocês foi como num filme. Desses de amor e ódio.

— A mamãe sempre disse que o amor e o ódio andam lado a lado... Nunca imaginei que ela soubesse tão bem do que falava. -Olivia sorriu.

— Acho que se pode dizer que sim. Nos conhecemos por causa de uma disciplina sobre cinema, nos apaixonamos enquanto desenvolvíamos nosso filme e terminamos como em um drama hollywoodiano.

— A vida imitando a arte... Ou a arte imitando a vida. -Violet mordeu o lábio inferior por um instante, pensativa. — A tia Nat falou algo assim para a mamãe uma vez, quando elas estavam conversando sobre esse tal filme. Ela disse que em algum momento a história dos personagens de vocês se misturou com a realidade.

— Bom, nossos personagens tiveram um final feliz, então não podemos dizer que foi auto biográfico.

— Mas vocês ainda podem ter. Você não ama a mamãe? -A loira o questionou, de forma séria. Os olhos claros brilhando em expectativa.

A pergunta o pegou completamente desprevenido, fazendo que com que se engasgasse com a própria saliva. Como aquelas garotas podiam ser tão audaciosas? Como podiam ter coragem de lhe perguntar algo assim? Como podiam fazer insinuações daquela maneira?

— Eu já respondi muitas perguntas hoje.

— Ótimo, como se não bastasse uma mãe que não responde nossas perguntas agora ganhamos um pai que faz a mesma coisa. -Violet resmungou.

— Sabe o que eu acho? Que assim como a mamãe, você não esqueceu o que tiveram. -Olivia o acusou. — Tenho certeza que ainda se amam.

— E o que você sabe sobre amor?

— O bastante para enxergar a verdade entre vocês -A menina deu de ombro.

— Quer saber? Se eu realmente for o pai de vocês, vamos ter uma conversa muito séria depois. -Tony falou, então se virou para a garçonete e pediu a conta.

Ele se encontraria com um amigo advogado ainda naquela manhã e queria deixar as garotas de volta no apartamento antes de ir. Mesmo que o percurso para elas fosse menos de 100 metros, o moreno queria assegurar que chegariam bem.

As ruas de New York começavam a ficar ainda mais movimentada e não queria nenhum paparazzi tirando proveito delas.

Come Back... Be HereOnde histórias criam vida. Descubra agora