19.1 - Só pode ser

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Violet precisou ficar internada por mais três dias. A princípio, a informação levada pelos médicos deixou Pepper desesperada. Se eles haviam dito que a menina logo receberia alta, porque mais três dias de internação? Como mãe, foi impossível não surtar, só queria sua garotinha bem e de volta ao lar. Não era pedir muito, não é?

A ruiva mais velha passou aquelas 72 horas ao lado da mais nova, que estava completamente manhosa e louca para se livrar do ambiente hospitalar. Olivia, por outro lado, tentava viver seus dias normalmente, se esforçando para não sentir a falta da irmã ao mesmo tempo em que atualizava Tony sobre a gêmea.

Nos últimos dias a garota vinha refletindo bastante sobre seu pai.

Ele não parecia ser o cara que as abandonaria por nada. Ele estava preocupado. Ele havia as ajudado. Ele sempre pedia por notícias. Ele se importava com elas. Então porque tudo parecia tão errado?

Liv pensou em abrir o tal pacote que ele havia deixado para elas no hospital, mas parecia estranho fazer isso sem a irmã do lado e quando resolveu sanar sua curiosidade, direto na fonte, tudo o que ele disse como resposta foi: "Eu quero que você e a Vi abram juntas, é como tem que ser. Prometo que isso resolverá tudo". Talvez sanar a curiosidade fosse um termo forte demais, já que a cada instante que se passava, mais teorias se criavam em sua mente.

Por que Violet ainda não havia chegado? Sua mãe havia dito que elas estavam deixando o hospital cerca de 1h atrás.

Quando já considerava ligar para elas em busca de uma reposta para o atraso, a loira ouviu a porta principal da mansão se abrir.

A garota desceu as escadas em uma velocidade impressionante, correu até a irmã que já esperava por ela com um sorriso no rosto e a abraçou.

— Eu jurava que você iria morrer e assim eu voltaria a ser filha única como nos 3 minutos mais felizes da minha vida. Mas claro que você não me deixaria ser feliz... -Brincou a mais velha.

— E te deixar sozinha? Você nunca saberia viver sem mim, Lottie.

— Tem razão, quem mais eu odiaria? -Caçoou.

— E quem mais eu atormentaria? -Riu.

Era a clássica provocação que só quem tinha irmãos era capaz de entender.

— Você me assustou. Eu fiquei preocupada, eu não sabia o que fazer...

— Se serve de consolo, eu também fiquei assustada. -Vi sorriu. — Mas você foi ótima, então, obrigada!

— Não é como se eu pudesse dizer que você faria o mesmo por mim...

— Jamais! -Violet ponderou. — Aliás, me atualize sobre tudo que eu perdi.

— Então vamos, porque temos a muito sobre o que conversar. -Olivia informou e no segundo seguinte já estava puxando a irmã pela mão, as duas correndo pelo hall de entrada até a escadaria.

— Meninas, não corram, vocês vão se machucar! -Pepper, que assistia a interação das duas em silêncio, alertou. Embora tivesse se esforçando, era impossível não sorrir. Sentia como se anos houvessem voltado e suas garotinhas fosse apenas crianças novamente.

— Mas e então, o que era tão urgente que eu precisava estar aqui antes mesmo de receber alta? -Violet encarou a irmã com um olhar brincalhão em seu rosto.

— Isso aqui. -Liv mostrou o pacote em cima de sua cama.

— Uma sacola?

— Se trata do que tem dentro da sala.

— E o que seria?

— Eu não sei.

— Como assim? -Vi questionou.

— O Tony deixou para a gente no hospital. Ele disse que deveríamos abrir juntas e que isso resolveria tudo.

— E você não pensou em abrir?

— Qual parte de que ele disse que deveríamos abrir juntas você não entendeu?

— E você não acha que está cedo demais para começarmos a obedecer ele? -Revirou os olhos. — Vamos acabar logo com esse mistério.

Sentadas no centro da cama, bagunçando o lençol macio em cor lilás, as duas focaram na missão de abrir a sacola e logo em seguida a caixa dentro dela.

— Isso é...

— Eu acho que sim... Só pode ser.

— Vi...

— Eu sei. Ele falou a verdade.

— São as cartas.

Come Back... Be HereOnde histórias criam vida. Descubra agora