27.4 - Eu não posso fazer isso agora

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Uma suíte de lua de mel.

É claro que eles teriam uma suíte de lua de mel.

O último quarto disponível geralmente significava uma suíte de lua de mel ou um armário de vassouras e, francamente, Pepper sem dúvida teria preferido um armário de vassouras naquele instante

Por outro lado, o quarto era enorme. Na verdade, parecia ser maior do que muitos apartamentos. Mas o que realmente a deixou de queixo caído foi a cama que ocupava quase metade do espaço e parecia mais uma pista de pouso do que um móvel. Tinha um edredom elegante bordado e chocolates em forma de coração nas almofadas. Quem precisava de uma cama daquele tamanho, afinal?

Por que as pessoas não podem dormir em camas de tamanho normal, pelo amor de Deus? Que desperdício de... Peças de móveis. E espaço. -Pensou.

Havia também uma lareira, um sofá de dois lugares e pelo menos um milhão de velas em cada superfície plana ao redor deles. Pesadas cortinas caíam sobre as portas de vidro que levavam a um amplo pátio, no momento inútil e coberto com pelo menos meio metro de água.

E ainda por cima havia uma garrafa de champanhe gelando no balde sobre o criado-mudo e lírios na mesa perto da janela.

Parecia seu pior pesadelo.

— Eu sonhei com isso uma vez... -Tony passou por ela e entrou no quarto, dando uma olhada no local. — Você estava lá, e...

— Você fez isso? -Pepper jogou sua mala no sofá, sem se importar em ser cuidadosa.

— Pedi? Não. Esperava? Sim, talvez um pouco. -Ele pegou o champanhe do balde e leu o rótulo. — Coisa boa. Sabe, na verdade está começa a parecer férias.

— Não estamos de férias, Tony. -Ela fechou a porta, tentando não pensar em como se sentia claustrofóbica a cada segundo que se passava, mesmo com todos os metros quadrados ao seu redor. Eles provavelmente poderiam simplesmente andar em direções diferentes e se perderem rapidamente.

Aquela maldita cama, no entanto...

— Você está pensando o que eu estou pensando?

Ela olhou para cima, assustada. — Definitivamente não.

— Ah, vamos, admita! Você também está se perguntando porque diabos alguém iria querer passar a lua de mel nesse fim de mundo. -Tony hesitou. —Você sabe qual é o seu problema, Pepper? Você não sabe como relaxar.

Ele se jogou na cama, parecendo ridiculamente animado com a coisa toda, antes de mexer as sobrancelhas para ela e dar tapinhas no colchão, bem ao lado dele, como se esperasse que ela se juntasse à sua festinha.

— Sério? -Ela o encarou, esperando conseguir fazer sua melhor cara de "não estou impressionada", com a mão no quadril. — Não conseguir relaxar é o meu problema?

Seus olhos vagaram intencionalmente para o sofá no canto do quarto.

O moreno seguiu seu olhar. — Você está brincando, certo? Essa coisa é meio metro menor do que você.

— Tony...

— Vamos! Eu vou me comportar, eu juro. Palavra de escoteiro. -Ele adicionou com um sorriso em seu rosto.

— Você já foi escoteiro?

— Esse não é o ponto. -Ele desviou do assunto. — Vamos fingir que é uma festa do pijama, compartilhar segredos e trançar o cabelo uma da outra. Vou até deixar você pintar minhas unhas ou qualquer coisa do tipo que vocês mulheres fazem quando se juntam. Poderíamos fazer uma guerra de travesseiros.

Não havia ibuprofeno suficiente no mundo para ajudá-la a lidar com a mãe de todas as dores de cabeça que latejava em seu crânio naquele momento.

Ela esfregou as têmporas e então fixou os olhos em Tony, que estava confortavelmente espalhado sobre a única coisa no mundo que fazia sentido para ela. Isso e talvez um longo banho quente. Não nessa ordem exatamente.

— Foi um dia muito longo. -Suspirou.

Devia ter havido algo em sua voz que fez com que ele se endireitasse. O sorriso do homem sumiu instantaneamente e ele rolou para fora da cama em um movimento rápido, parecendo estranhamente impaciente e incomodado, o que era estranho e normalmente não era o comportamento com o que ela estava acostumada, e isso a deixou desconfortável também. A vulnerabilidade repentina da situação era enervante.

Ele limpou a garganta. — Sim, foi. - E quando o moreno encontrou forças para finalmente olhar para ela, o canto de sua boca se ergueu levemente, como se estivesse testando o terreno. — Você pode ficar no quarto. Eu poderia simplesmente dormir no carro.

Pepper piscou, pega de surpresa.

— Não seja ridículo. Ninguém vai dormir no carro. Não posso deixar que o pai das minhas filhas seja levado pela água ou coisa assim.

Tony enfiou as mãos nos bolsos da calças, tímido. — Acho que excedi minha cota de coisas idiotas para se dizer no dia. -Murmurou baixinho.

— Cerca de 17 anos atrás. -Ela concordou.

— Olha, se você quiser que eu vá embora, vou dormir em outro lugar. Não é grande coisa. Aposto que ninguém aqui vai nos reconhecer e informar o que está acontecendo para algum site de fofoca.

As feições da loira se suavizaram e seus ombros caíram um pouco. — Não seja ridículo, Tony. Eu só... Eu não posso fazer isso agora. Nada disso. -Explicou, como se fosse óbvio o bastante, torcendo para que ele entendesse.

Para ele era difícil dizer se a ex não queria expulsá-lo porque se importava ou simplesmente porque não queria lidar com o que quer que ele pudesse se meter, então era mais fácil mantê-lo em sua linha de visão. Apenas para estar seguro. E talvez aquela pontada no peito e sua súbita falta de ar significassem que ele precisava visitar um médico, mas Tony duvidava seriamente que fosse esse o caso.

Ele sorriu para ela. — Eu estarei no meu melhor comportamento.

— Você não está em seu melhor comportamento mesmo quando está em seu melhor comportamento. -A loira também sorriu.

Isso lhe rendeu uma risada suave. — Você está se contradizendo, Srta. Potts.

— Eu me pergunto de onde eu tirei isso...

O sorriso de Tony vacilou, seu rosto repentinamente aparentando estar perdido e incerto. Ele parecia que ia dizer alguma coisa, mas então o celular de Pepper soltou uma série de estridentes toques, quebrando o momento.

— Eu tenho que... -Seu olhar desviou do homem para o telefone e de volta para ele. — Eu tenho que atender, é sobre o desfile.

— Sim. Claro. Vou... hum... -Ele limpou a garganta. — Vou verificar a banheira...

E então, se virou, deixando-a sozinha no quarto.

Come Back... Be HereOnde histórias criam vida. Descubra agora