29.0 - 1º de Novembro

267 24 62
                                    

Oi oi oi, gente! Como estão?

Como existe a possibilidade de eu não estar por aqui no horário de sempre, atualização com algumas horinhas de antecedência. 

No capítulo de hoje teremos um episódio de crise de ansiedade/pânico. Como sei que pode ser um gatilho, eu não me aprofundei. Então, por favor, tenham cuidado. Caso queiram, pode pular essa parte sem problema, não afetará em nada no entendimento da história.

Ah, esse capítulo é bem curto também, ele é mais para situar em que parte da história nós estamos, mas o próximo, será de compensação. Ansiosos para finalmente descobrirem o que aconteceu com o nosso casal dos sonhos e o porquê de tantos desencontros?

Boa leitura!

˚♡ ⋆。˚ ❀


Dias atuais

Virginia acordou na manhã seguinte se sentindo mais cansada do que no dia anterior, se isso era possível. Suspirando, precisou de um grande esforço para retirar o tapa olho do rosto e se permitir encarar a claridade do quarto, quase incômoda aos sus olhos vermelhos e inchados.

Se sentando sobre a cama, foi simplesmente impossível não sorrir ao se deparar com o bolo de aniversário sobre a mesa, surpreendentemente, com algumas velas ainda acesas sobre ele. Caminhando até a sobremesa, a loira leu as palavras impressas no papel ao lado dela, sendo obrigada a admitir que Tony poderia ter os milhares de defeitos que ela gostava de nomear, mas ele era extremamente gentil e atencioso quando queria.

"Feliz aniversário! O bolo é uma surpresa minha e das garotas, espero que esteja bom, já que custou muito para que a cozinha aceitasse esse pedido de última hora. E só para saber: cada uma das minhas palavras no instagram é verdade, não precisamos fingir tudo para o mundo."

Mais um aniversário, oficialmente 38 anos.

Lembre-se que é totalmente possível ser madura aos 38. -As palavras de Nat ressoaram em sua mente, então ela se viu pegando o celular para ver a tal postagem e agradecer ao ex-namorado.

Em seguida, foi a vez de responder as homenagens das filhas e de alguns amigos em suas redes sociais. Conversou com as gêmeas por alguns minutos e em seguida se permitiu procurar por Tony no pequeno hotel fazenda, ainda extremamente movimentado devido aos resquícios da tempestade.

Como era tão característico deles, não se permitiram conversar sobre o que havia entre os dois, ignorando os problemas e focando em suas responsabilidades. Passaram o dia juntos, postaram fotos e declarações, como se esperava de um casal apaixonado, confirmaram o pedido de casamento e fizeram planos para os futuros passos que deveriam dar.

Fizeram exatamente tudo o que se esperava deles diante da situação em que se encontravam, até naquele fatídico 1º de Novembro, quando em plena quarta feira, se dirigiram até um dos cartórios da cidade para se casarem, mesmo querendo correr na direção oposta, evitar tudo o que parecia os assombrar.

Estava sendo uma completa confusão de sentimentos e emoções. Dizer que era agridoce era o mínimo. Alianças lindas e minimalistas repousavam no dedo anelar da mão esquerda de cada um deles, exatamente como se permitiram sonhar anos atrás, mas naquele instante, nenhum dos dois se sentia completo.

A joias em prata e diamante pesavam uma tonelada, quase os sufocando. Poderiam fingir bem para aqueles que não os conhecia, mas para os amigos, isso era missão impossível.

Quando chegaram à mansão que agora dividiriam, Violet e Olivia se refugiram com o Joshua na sala de cinema, sentindo-se culpadas demais para conseguirem encarar seus pais e toda a indiferença e frieza que os cercavam naquele momento. Quando decidiram buscar pelo genitor, imaginavam um casamento feliz, motivado pelo amor, não um matrimônio cercado de tristeza, ressentimento e obrigações.

Tony, Scott e Bruce foram direto para o bar que ficava na área externa da piscina, sabiam que algumas garrafas de whisky seriam necessárias e que somente o desconforto físico, causado pela ressaca, poderia camuflar o desconforto emocional que Stark sentia.

Já as mulheres mais velhas, foram direto para o quarto da loira. Pepper subiu as escadas correndo, quase tropeçando, enquanto Natasha a seguia, tentando acalmar a amiga. Desde o momento que começara a se arrumar, a dor era visível em seu olhar, bastou saírem do cartório e entrarem no carro, longe dos olhares públicos, para que desmoronasse.

— Eu preciso respirar, eu preci... Só, só tira. Por favor, tira. Eu preciso... -As lágrimas copiosas que caiam através dos olhos da loira a impedia de conseguir falar com clareza. Ela estava desesperada, tentava a todo custo tirar o vestido branco que usava, sem sucesso.

Naquele instante, agradecia imensamente pela veste ser uma peça única da sua coleção mais recente, poderia queimá-la e nunca mais precisaria ver ninguém vestindo a mesmo, lhe fazendo reviver memórias indesejadas.

— Ei, tudo bem, calma. -Nat se aproximou dela, puxando o zíper para baixo e deixando o vestido finalmente cair aos seus pés. — Você precisa respirar, Gin. -A amiga pediu, acariciando suas costas levemente, tentando acalentá-la, verdadeiramente preocupada.

— Eu não consigo, Nat... E-eu nã-não consigo respirar. -Ela levava as mãos aos pescoço, como se tentasse tirar algo que estivesse preso por ali, impossibilitando a troca de ar.

— Sim, você consegue. -Ela afirmou. — É só uma crise de ansiedade, só isso. Você ainda tem o controle, lembra?

Mas Pepper não conseguia dizer nada. Abria a boca para falar o que estava acontecendo, mas sentia a garganta queimar. Doía abrir a boca, mexer o braço esquerdo e virar para a direita. Doía respirar.

Seu corpo tremia violentamente.

Não conseguia respirar.

Não conseguia bloquear todos os sons na sua cabeça.

Ela não conseguia desligar o seu cérebro.

Não conseguia respirar.

— Olha para mim, por favor. Só olha para mim e tenta focar no movimento do meu peito. Escuta o som da minha respiração.

Após o que se pareceu um longo período de horas e não apenas os poucos minutos que de fato haviam se decorrido, Pepper finalmente foi recuperando o controle do seu corpo, sentindo o ar entrando e saindo dos seus pulmões lentamente.

— Gin, você tem certeza do que está fazendo? -Natasha perguntou com cuidado.

— Eu preciso fazer isso.

— Você sabe que não... Eu estou preocupada, olha só essa crise toda em menos de 1 hora depois de vocês assinarem os papéis.

— Eu vou ficar bem.

— Você tem certeza? Certeza de que vocês vão ficar bem? -A ruiva lhe perguntou olhando diretamente em seus olhos. — Está claro que nem ele sabe lidar com essa merda toda.

Virginia suspirou, ela não sabia a resposta para aquela pergunta.

Ela não sabia o que estavam fazendo.

Ela não sabia porque, mesmo depois de tantos anos, a vida continuava lhe empurrando para Anthony Stark.

Ela não sabia porque se sentia tão mal, tão culpada.

Ela não sabia porque não dera fim a aquele acordo nas inúmeras oportunidades que teve.

Ela não sabia muita coisa, mas esperava descobrir.

Come Back... Be HereOnde histórias criam vida. Descubra agora