5.0 - Não tinha decisão sobre vida ou morte

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Dias Atuais

Thomas Henry Potts foi o primeiro-ministro da Inglaterra entre os anos de 1999 e 2010, até que se aposentou e passou a dedicar-se exclusivamente a sua profissão original, bancário. Apesar de ter mais de 70 anos, ele era forte e saudável.

Assim como a neta, ele gostava de ter o controle sobre as coisas e detestava o sentimento de impotência. Precisava saber cada detalhe, cada pequena informação escondida. Há muito tempo havia aprendido a não confiar, mas tudo que aconteceu nas últimas horas estivera longe de suas mãos. Ele não tinha decisão sobre vida ou morte. Virginia também não.

Após resolver todas as questões burocráticas pós falecimento, a ruiva dirigiu de volta para casa. Quando estava a poucos metros, começou a sentir o peso dos fatos e tentou afastar seus pensamentos até pelo menos entrar na residência.

Ao estacionar, sentiu a dor de estar naquela casa sem seu avô.

Thomas morreu. O homem que havia ajudado a lhe criar, que foi como um pai, que ajudou a criar suas filhas, tinha morrido. Ele havia visto suas vitórias, havia lhe ajudado a não fracassar.

Respirando fundo para tentar controlar sua respiração, foi em busca de alguns documentos, precisava focar no que era importante.

Em seguida, embora soubesse que com a cobertura da mídia metade do país já devia estar sabendo do ocorrido, resolveu ligar e avisar a Brian o que tinha acontecido. Ele trabalhava com meu tio, uma das muitas ajudas que Thomas deu ao longo da vida, e conhecia os amigos e empregados que deveriam ser chamados para o velório e cerimônia de cremação. Não tinha forças para avisar a todos e repetir diversas vezes que um infarto fulminante levou seu tio em tão poucos segundos.

A campainha tocou assim que terminou o telefonema para Brian, e sabia que era Natasha, não sabia como, só sabia.

Desde então, tudo foi no automático. Desde trocar de roupa até seguir com as filhas para o adeus final de uma das pessoas que mais amaram na vida, sabendo como esperavam que se comportassem por serem a única família de Thomas Henry.

Só começou a perceber o que seria dali para frente quando se sentou na frente do pastor, observando as pessoas chegarem para honrar a memória de seu avô. Acompanhou cada discurso, cada tapinha amigo em seu ombro e cada frase trocada, até que as cinzas começaram a voar pelo céu escuro e todos rumaram para a casa deles, para um segundo encontro em homenagem ao falecido.

Ao estacionar na frente da mansão, preparou-se para a última missão, e percebeu que o advogado do seu avô, Dan Nolan, estava lhe esperando nos degraus da casa. Ela não queria falar sobre testamento e herança, mas sabia que era o próximo passo natural.

Pediu para que as filhas fossem entrando e parou para falar com o advogado.

― Virginia, tudo bem? Sei que a situação é muito triste, mas precisamos conversar sobre o testamento.

― Claro, Nolan, sei que é necessário. Pode ser amanhã?

― Sim, seu tio avô deixou tudo pronto.

— Quero que tudo isso termine o mais rápido possível. Podemos conversar antes, se quiser...

— Entendo você, Virginia, e acredito que foi por isso que seu avô deixou regras tão rígidas sobre a abertura disso. Podemos nos encontrar aqui, às dez horas?

— Claro. Amanhã às 10h. -Confirmou.

O que seu avô havia tramado?

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