18.2 - Elas são minhas filhas também

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Por mais que fosse difícil, Tony assentiu e se dirigiu até a recepção para preencher todas as papeladas necessárias.

Ao concluir, se sentou em uma das cadeiras da sala de espera se sentindo extremamente impotente. Abraçou Olivia e tentou confortar a filha da melhor maneira possível. Deixou que a garota chorasse em seu colo até que adormece de tanto cansaço.

Ligou para Pepper algumas vezes, mas seu celular ainda caía em fora de área, por isso deixou algumas mensagens de voz e enviou sms. Esperava que ela visse o quanto o antes, não conseguiria fazer aquilo sozinho e se perguntou, com enorme dor, como ela dera conta de criar as duas por 15 anos sem que estivesse ao seu lado.

Pouco mais de 1h havia se passado para que o médico responsável por Violet aparecesse para lhes dar informações.

A garota havia chegado no hospital com quase 42º de febre e foi diagnosticada uma infecção no sangue, para sua sorte, eles haviam agido de forma rápida e como entraram com antibióticos via venosa de forma imediata, não era mais um quadro grave. Um novo exame seria realizado no dia seguinte e a depender dos resultados, a garota poderia receber alta.

Ao ouvir a notícia, Tony soltou o ar que nem sabia segurar. Estava aliviado, para dizer o mínimo.

Agradeceu ao médico e após pegar Olivia no colo, que ainda dormia, o seguiu até o quarto em que Violet estava.

Ele ajeitou as garotas na cama do hospital de forma que ficassem confortáveis e continuassem a descansar, mesmo que o móvel fosse pequeno para as duas.

Se sentou na poltrona de frente para elas e ficou velando o sono das filhas até por volta das 20h, quando viu uma Pepper nervosa e chorosa atravessar a porta do espaço.

Ela foi direto em direção à cama e beijou a testa das duas, segurando a mão de Violet e chorando um pouco mais ao notar a filha conectada aos fios e aparelhos.

— Como ela está? -Perguntou em um sussurro. Pela primeira vez, se virou para ele.

— O médico disse que ela vai ficar bem. Eles conseguiram agir rápido e não há com o que nos preocuparmos no momento.

— Droga, como eu pude não notar? Eu sou a mãe delas e não sabia que minha filha estava assim... -Ouvir aquilo cortou seu coração. Ele precisou controlar todo o impulso de correr até ela e abraçá-la. Só queria sentir seu toque novamente, confortá-la de alguma forma.

A situação não estava sendo fácil para nenhum deles.

— A Liv disse que foi de repente, que nem a Vi notou. Não tinha como você saber.

Ela ficou em silêncio por alguns instantes, como se absorvesse suas palavras.

— Aliás, o que você está fazendo aqui? -Não podia ignorar tudo que havia acontecido entre eles.

Tony revirou os olhos e reprimiu uma risada amarga. Claro que ela não facilitaria. — A Olivia me ligou, eu não iria deixá-las sozinhas.

— Obrigada. -A loira murmurou.

O moreno a encarou por um breve momento, querendo garantir que ouvira certo, mas decidiu que apenas se contentaria com aquele momento. Seria melhor se não pensasse demais.

— Elas são minhas filhas também, não há nada que eu não faria por elas. -Deixou claro, tendo ainda mais certeza depois do dia intenso que tivera. —E não me importa o que você pensa, no que contou para elas... Isso realmente não tem importância. -Vendo que a mulher logo rebateria, prosseguiu. — Eu estou aqui agora, e não vou à lugar nenhum. Não importa o que aconteça, eu quero e eu vou fazer parte da vida delas. -Garantiu.

— São 15 anos de atraso.

— Que eu preciso recuperar. -Fez uma pausa. Não queria iniciar uma discussão, aquele não era o lugar ou o momento. — Eu vou deixar vocês a sós, tenho certeza que as meninas vão gostar de acordar e ver você aqui, mas tem uma coisa, será que poderia entregar algo para elas?

— Você não vai as machucar... -Foi o que a ruiva respondeu.

— Que bom que não é minha pretensão, porque isso vai fazer tudo, menos machucá-las. -Reforçou.

- O que é?

— Nada importante, tenho certeza que uma hora elas vão te contar. -Deu de ombros.

Tony se levantou enquanto ela o observava atentamente. Em silêncio, o moreno deixou uma sacolinha em cima da mesinha que havia próximo a cama e logo em seguida beijou as testas das gêmeas.

Acariciou levemente os cabelos delas e deixou o quarto.

Secretamente, torcia para que aquele fosse o recomeço que tanto precisavam.

Come Back... Be HereOnde histórias criam vida. Descubra agora