Não te conheço tão no fundo pra entender
O que você diz em silêncio
Suponho tantas coisas, mas não sei
Se é minha vontade inventando a sua...
— Infernação com essa saia visse, tô pensando porque diacho eu inventei de colocar ela na mala... — Esbravejou indignada puxando o tecido para baixo na força do ódio, ele estava colado em seu corpo e subia por suas coxas.
E foi apenas nesse momento que Carolina reparou nela, seu olhar desceu das orbes castanhas lentamente até a bendita peça de roupa, ela ergueu a sobrancelha e conteve um sorriso que queria brotar em seu rosto, logo virou o rosto pressionando os lábios.
— Porque ela fica linda em você. — A ruiva respondeu.
— E é curta, não lembrava que passava estresse usando ela. — Resmugou irritada. — Não me olhe assim. — Repreendeu dando um leve empurrão em Carol, que deixou sua risada escapar.
— Eu não fiz nada. — Deu de ombros se fazendo de desentendida.
Era uma saia acima dos joelhos, colada no corpo e tinha uma fenda pequena no lado direito, realçando assim as curvas de Aurora, dentre elas o seu bumbum consideravelmente grande e coxas torneadas.
Em resposta Carolina apenas recebeu uma encarada da morena, como um aviso de quem sabia que ela não era nada inocente.
— Você quer ir no quarto mudar? — Questionou prestativa.
— Não, é trabalho demais. Eu tô com preguiça de sair daqui. — Foi sincera passando a mão entre os cabelos soltos.
Estavam em um lugar um pouco afastado do hotel, era alto e dava para ver a praia de lá, a esteira de palha estava aberta no chão e as duas mulheres se encontravam sentadas lado a lado, não tinha mais ninguém ali, dando abertura para que Carol cantasse e paquerasse Aurora o quanto quisesse.
— Pois tome. — Tirou o casaco quadriculado vermelho que usava e ofereceu para a morena. — Também hoje você tá incomodada com tudo, até os brincos tirou mais cedo... Inclusive tenho que te devolver, você foi almoçar e eu fiquei com eles.
Era um dia um pouco frio, o céu estava nublado e ventava, depois dos desabafos durante a manhã, decidiram que era melhor que Aurora fizesse uma programação leve, que descansasse até ficar totalmente bem, e ela quis ficar ao lado da sua mais nova companheira, pois Carolina estava de folga e era uma boa companhia.
— Tu não vai ficar com frio não? — Perguntou ponderando a aceitar. — E depois tu devolve os brincos.
— Se preocupe não, vou não. — Colocou o casaco no colo da moça, cobrindo as coxas dela e deitou-se ao lado de Aurora, olhando para cima, para o céu cinzento.
— Você não tem outras coisas pra fazer, não? Estou contigo desde a manhã, pode ir, não quero incomodar. — Deitou-se de lado, virada para a moça, o cotovelo se apoiou no chão e a cabeça na mão.
— Eu tô exatamente onde deveria, perto de você. — Sorriu, mas com seus olhos fechados. Satisfeita por poder agir como queria.
Será que a gente tá pensando o mesmo?
Não tem ninguém pra nos testemunhar
E o que acontece entre nós
É coisa nossa...
— Gosto de como você é aberta. — A mão foi até a cintura magra de Carolina. — Suas tatuagens são lindas, reparo nelas desde que te olhei pela primeira vez. — Confessou em admiração.
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Bilhetes para Aurora - Lésbico. (CONCLUÍDO)
Romance• Livro 3 da saga "Para Nos Eternizar". • Aurora é uma cozinheira nata que anda enfrentando uma fase de estresse extremo, pois o seu querido restaurante está quase declarando falência. Devido a uma sugestão da sua ex-mulher, ela decide tirar um temp...