Beleza rara.

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E chegamos ao fim.

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Eu não posso deixar que o tempo te leve jamais para longe de mim

Pois o nosso romance minha vida é tão lindo...

— Você nunca estave tão bonita. — Carolina elogiou eufórica. — Mentira, eu não sei colocar em ranking, você de noiva e você todos os dias... Não sei decidir. — Fez a mulher rir, Aurora tentava se aproximar e não conseguia. — Mas não sei, você tá tão você agora.

— Eu tô tão eu? — Questionou confusa.

— Eu tô parecendo uma turista pintada, já você tá parecendo que está em casa. — Obsevou com um tom de voz pensativo. — Fica parada! — Ordenou se afastando bem mais. — Eu preciso mostrar esse patrimônio imaterial de Salvador, deveriam fazer uma estátua sua e colocar aqui no meio.

A gargalhada que Aurora deu foi tão alta que foi captada pelo microfone da câmera que a filmava. Carolina a encaixou no enquadramento, a mulher combinava tão bem com as cores do pelourinho e a ruiva estava realizando um sonho próprio, o sonho de ver em vida a sua esposa dançando as músicas típicas da Bahia, assim como já viu por vídeo.

Pelourinho animado como sempre, as cores vibrantes davam uma sensação de ancestralidade que eles queriam puxar, época de carnaval lotado de turistas, o batuque do tambor estava presente animando o pessoal. O sol de rachar a pele, o céu aberto anunciava mais um dia de festa e de alegria, vibrava calor da natureza e humano também, todo mundo presente ali queria curtir e era isso.

Encantada pela sua esposa, Carolina não fez questão alguma de disfarçar seu olhar para a mulher, seu amor não escondia de ninguém, não tinha medo de dizer que era arriada dos quatro pneus por Aurora, que era rendida, que era completamente apaixonada.

És quem manda e desmanda nesse coração que só

Bate em razão de te amar

Daria o mundo a você se preciso...

— Ela tá encantadora, não é? — Sussurrou para o aparelho de filmagem. — Repete, repete pra mim, por favor. — A ruiva pediu manhosa e a esposa a olhou pendendo a cabeça para o lado. — Prometo que é a última vez que eu peço. — Deu foco total no rosto da morena. — Segundo Melinda, você é o quê?

— Ainda que só tenha ficado aqui por um mês da minha vida após o nascimento, sou baiana. — Disse com firmeza. — Banhada por sol e regada por água do mar. — Repetiu a frase fazendo a ruiva se derreter por inteiro.

— Voltei, casal. — Valentina e Eduarda chegaram com garrafas de água tão geladas que a embalagem suava, entregou uma delas a ruiva. — Como se sente finalmente visitando o seu lugar de origem?

— Tô ótima, tô enérgica, tô emocionada, sinto que a qualquer momento eu vou explodir de alegria. — Aurora informou sem conseguir ficar parada em um lugar só.

— Toma, segura. — Carol empurrou a câmera para a mulher tatuada que não entendia nada, mas  aceitou a função de gravar.

— Vão me pagar quanto pra eu filmar vocês se beijando? — Valen questionou em bom humor observando as mulheres.

— Você deveria agradecer por poder ver essa cena. — Aurora brincou rindo, estava escondendo coisas em sua mão fechada. — O nosso trio elétrico nestante sai! — Comentou em empolgação olhando a esposa bebendo água, a morena estava tão radiante que não parava de pular, eufórica dançava a qualquer batuque que faziam. — Eu tenho uma surpresa pra você.

Bilhetes para Aurora - Lésbico. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora