Bilhetes para Aurora - Lésbico. (CONCLUÍDO)

Favores.

"Dessa vez fui eu quem precisei sair, estava com muita dor de cabeça, acho que a nossa conversa teve uma grande carga emocional.

Estou com sua mãe, ela pediu a minha ajuda para uma coisa e como eu sei que vai vir no quarto quando sair do trabalho, deixo esse bilhetinho.

Não se proecupe, não falarei nada sobre nós e também espero não ver o seu pai, acredito que isso tem que vir de você e não irei atrapalhar o seu momento com ela.

Um beijo! Eu te amo e estou contigo sempre.

- Sua namorada, Aurora".

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"Peguei um punhado de carinho e vim aqui pra te dar. Mas cuida bem, tem doçura, tem afeto e tem amor. Vai germinar! " (Gil Buena)

— Não, só acho que você ficou na defensiva do nada. — Mônica observou entregando o copo com água gelada para Aurora.

— Não fiquei, juro. — Virou todo o líquido e deixou o objeto em cima da mesa do enorme salão de festas. — Eu só acho que você tá me enrolando demais. — Foi incisiva e cruzou os braços. — Acho que você tá enchendo linguiça e não me fala o que realmente quer me falar, Mônica... Vamos, diga logo. — Enfrentou a mulher, sua voz tinha um bom tom, amigável, queria ajudá-la, notava ela nervosa demais.

— Eu não sei se posso falar disso com você. — Ela admitiu parando no meio do salão.

— Ah, qual é? — Aurora adotou uma expressão de desagrado. — Somos duas mulheres adultas. — Sentou-se em cima da mesa de madeira, ainda sentia a dor de cabeça incomodar junto com um leve enjôo.

— É... — Ela ponderou, mas ao encarar a morena, fraquejou, ela tinha o poder de arrancar a verdade das pessoas, era impressionante. — Eu acho que eu sinto atração por mulheres. — Confessou com uma voz trêmula.

— Acha? — Aurora ergueu uma sobrancelha querendo tirar toda a verdade. — Vamo lá, você já foi casada...

— Tá, eu sinto atração por mulheres. — Suspirou tirando um peso enorme das costas.

— E tá tudo bem. — Ela respondeu dando de ombros. — Você tem alguma pergunta a me fazer em relação a isso?

— Não sei, é a primeira vez que digo isso em voz alta. — Se sentou na cadeira. — Como você sabe que tem atração por alguém?

— Não, calma. Você tá me dizendo que nunca sentiu atração por ninguém, Mônica? — Questionou em choque.

— Eu não sei se eu sentia atração por Carlos. — Revelou sendo sincera. — Nunca senti vontade de beijá-lo, nem de me deitar com ele, sempre foi um carinho muito forte... Mas até abraços demais me incomodavam um pouco.

— Pera. — Ela organizou os pensamentos em sua cabeça. — Você está conversando com alguma mulher? Recebendo cantadas ou se sentido mexida por alguma mulher específica? Ou foi algo que você passou a desconfiar se analisando?

— Estou, estou conversando com uma mulher. — Esclareceu e a morena assentiu.

— E como você se sente na presença dela? — Queria entender a situação.

— Nervosa. — Foi certeira. — Fico nervosa toda vez em que ela me olha, ela também me faz rir muito... E quando se aproxima, eu entro em um pane. — Se sentia uma adolescente confessando aquele tipo de coisa, mas riu juntamente a Aurora.