Bilhetes para Aurora - Lésbico. (CONCLUÍDO)

Luz que me traz paz.

— Amor, trouxe morango com chocolate. — Carolina informou fechando a porta.

— Eu tava morrendo de vontade de comer, ainda bem que você trouxe. — Aurora parou na porta do quarto com uma barra de chocolate inteira aberta, quase metade já havia sido consumida. A ruiva franziu o cenho e pendeu a cabeça para o lado.

— Mas você já tá comendo chocolate. — Estranhou aquilo e largou sua bolsa com a toalhinha no canto da sala.

— Mas não é o chocolate que eu queria, eu queria meus morangos cobertos de chocolate. — A morena explicou a nítida diferença. — Como foi a aula de hoje, flor mais bonita do meu jardim? — Sorriu.

Refletiu nos meus olhos, adeus, solidão

Duas histórias que se cruzam sem intenção

Combustível pra alma, minha inspiração

Povoando minha existência e imaginação...

— Adoro quando você me chama assim. — Confessou com as bochechas coradas e deu um selinho na esposa, não a abraçou porque estava suada. — Foi cansativa, mas nada de novo por aqui. Preciso de um banho. — Retirou os sapatos deixando-os em seu devido lugar.

— Posso ir com você? — Ela sorriu.

— Mas você não precisa de um banho. — Andou até a esposa e cheirou seu pescoço fazendo ela rir. — Inclusive você acabou de tomar um. — Semicerrou as pálpebras.

— Você sabe muito bem que eu não vou pelo banho. — Se expôs.

— Cadê Helô? — Questionou curiosa passando os olhos pela casa.

— Tá no colégio, de lá a Valen vai levá-la para fisioterapia, só chega mais tarde. — Respondeu caminhando até o quarto e sendo seguida pela esposa.

— Hum... — Carolina pareceu pensativa. — Então pode. — Permitiu e a morena comemorou. — Como foi o seu dia?

— Chato, ter folga sem vocês pra me fazer companhia é chato. Fiz o mercado e voltei pra casa. — Expressou ajudando a ruiva a tirar a roupa.

— Seu mal estar passou? — Questionou fazendo o mesmo pela mulher, ajudando-a, parando para enchê-la de selinhos.

— Depois que vomitei tudo, passou. — Aurora sorriu pela intimidade que tinham e a esposa fez uma cara de desagrado enquanto ela ria.

— Não me leve a mal, meu amor, mas o que você queria comendo aquele pastel gorduroso as três da madrugada? Não ia cair bem de forma alguma. Tem vezes que sua teimosia passa da minha. — Amarrou seus cabelos ruivos no topo da cabeça.

— Mas eu tava com fome e aquele pastel estava quase gritando "venha cá Aurora Bellerose Parisi e me coma". Eu não vou negar um pedido desse, não se nega a um pedido desse. — Carolina gargalhou alto ao ouvir aquilo.

— Boba. — Disse negando com a cabeça. — Vou tomar banho gelado, viu? — Avisou de pronto.

— Ah não. — A morena expressou uma total desaprovação e subiu de volta a calcinha que estava tirando. — Pois eu vou vestir minha roupinha agora mesmo. — Procurou o sutiã enquanto a esposa ria.

— Ah mas não vai. — A ruiva negou.

Aurora já imaginando o que ela iria fazer, apanhou a peça que procurava e se afastou o mais rápido possível rindo, Carolina foi ligeiramente atrás dela e a morena saiu correndo na ponta dos pés pela casa.