Trava.

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Aurora ainda chegou a procurar a ruiva com os olhos enquanto conversava com Mônica, mas nenhum indício da mulher estava ali, pelo menos não tinha visto ninguém que se parecia com ela. Outra música reconhecida pela morena começou a tocar e então ela acabou expressando a sua vontade de dançar e o quando gostava daquela canção.

Nesse mesmo momento uma moça que estava ao lado das duas mulheres chegou perto de Aurora e pediu para dançar com ela, Mônica incentivou e a morena aceitou pois não viu nenhuma maldade ali. Deixou-se ser levada pelo ritmo da música enquanto também permitia que a mulher conduzisse ela na dança, pegaram uma boa conexão rapidamente, pois a mulher sabia bem guiar. As risadas e os sorrisos eram inevitáveis, Aurora tinha ficado tão envolvida que nem percebeu os olhares da outra mulher em sua boca e em seu corpo, ela não era desagradável, apenas mostrava indiretamente que estava disposta a algo mais caso a morena quisesse.

De longe a ruiva observava aquilo sentindo um grande desconforto, não só por a moça estar demonstrando total interesse em Aurora, que não podia negar, era muito bela e provavelmente aconteceria em algum momento da noite, mas também porque ela podia fazer com a morena o que Carolina ainda não era permitida.

A sua perna começou a mexer e sua mente deu ouvido as inseguranças e nunca, em toda a sua vida, ela desejou tanto ter algo firmado com alguém como desejava agora, uma relação onde podia confiar totalmente e ter a certeza que por mais que sentisse um incômodo, nada aconteceria ali entre as duas. Estava em um caminho incerto, não podia fazer e nem exigir nada, não saber exatamente o que ela e Aurora tinham a deixava em uma corda bamba, havia gostado muito da moça e imaginar ela com outras mulheres tinha lhe causado um ciúme profundo, pois certamente queria que a morena tivesse apenas olhos para ela.

Notou as mãos da outra mulher tocarem em Aurora, ela dava em cima, mas não se comportava invasivamente, se aproximava aos poucos na medida em que a morena deixava. Carolina tentava não pirar, afinal era só uma dança e que mesmo que tivesse algo com Aurora, continuaria sendo apenas uma dança, mas saber que um dos lados tinha interesse era algo incômodo.

Ela respirou fundo e decidiu que a melhor opção seria deixar aquele lugar, não gostaria de ver caso Aurora beijasse aquela mulher, a morena era livre para fazer o que quisesse e quem tinha se comprometido e colocado a ideia na cabeça de que não queria mais ninguém, havia sido Carolina, não podia e nem estava no direito de cobrar a morena em nada.

Aurora era uma mulher independente e madura que poderia ficar com quem bem entendesse se caso desse na telha, se desse vontade, mas Carolina torcia fervorosamente para que não e para que fosse a única mulher ali que despertava interesse na morena.

~

Você anima meu coração

Quando o resto de mim está baixo

Você, você me encanta, mesmo quando você não está por perto

Se houver limites, eu vou tentar derrubá-los

Estou travando baby, agora eu sei o que eu encontrei...

— Tá sentadinha aqui há muito tempo? — Aurora questionou fechando a porta dos fundos da balada e recebendo a brisa da noite em seu corpo. Estava um pouco suada, o calor corporal na pista de dança era intenso.

— Não muito. — Respondeu Carol tomando um gole da sua cerveja diretamente do gargalo. — Aconteceu alguma coisa? — Estava um pouco séria, era ciúmes porém não podia demonstrá-lo, estava tentando.

— Nada. — Negou com a cabeça. — Ainda procurei você, mas não achei então decidi tomar um ar sozinha. — Caminhou sentando ao lado da mulher, era um canto um pouco escuro, mas haviam luzes cegantes até fora da balada.

Bilhetes para Aurora - Lésbico. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora