Bilhetes para Aurora - Lésbico. (CONCLUÍDO)

Aguei.

Aviso de conteúdo sensível: insinuação a sexo e linguagem explícita.

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A ruiva se despediu cedo depois do beijo na balada, durante o dia seguinte se mantiveram afastadas porque Carolina trabalhava no bar e Aurora não podia atrapalhar a mulher. Não trocaram carinhos como gostariam, nenhum outro beijo foi dado, nenhum abraço ou ao menos um singelo toque de mãos, deixando assim os corações com saudade e fazendo até parecer que entre as duas aquele contato físico era algo comum.

Aurora passou a se sentir carente e a ruiva para se manter presente sempre que podia mandava uma mensagem para a mulher, a morena ainda se sentou no bar e olhou as ondas que quebravam a sua frente, inclusive foi um ponto essencial para acalmar Carolina quando um cliente bêbado a destratou. Mas minutos depois ela saiu dali, andou pela biblioteca, ainda chegou a conversar com Mônica e tentou se distrair até porque sua estadia naquele Hotel não precisava depender de Carol, ainda que tudo fosse melhor ao lado dela.

A morena passou muito tempo lendo, adiantou muita coisa do seu livro e decidiu que precisava compartilhar dele com a ruiva, em primeiro lugar porque gostaria de pilhar Carolina, que havia ficado toda paranóica e criado teorias que foram até engraçadas a serem discutidas e em segundo lugar, pois as semelhanças das protagonistas com elas duas era gritante e também a assustava absurdamente, estava começando a se sentir como alguém que ignorava os sinais, pois parecia que em tudo que tocava, em todo lugar que ia, gritava que ela tinha alguma ligação bem mais forte com Carolina.
Se era uma roupa que vestia, as expressões que usavam, o jeito de falar e de se declarar, o desejo interminável e o mais importante de tudo, a sensação de que já se conheciam há décadas... Tudo isso era estranho demais e ela não tinha mais ninguém a compartilhar a não ser com alguém que estivesse passando pela mesma coisa que ela.

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A ruiva abriu a porta do quarto, já era tarde então mandou apenas uma mensagem de boa noite para Aurora, sua mente estava a mil em estresse, tanto que suas bochechas estavam vermelhas, ela apenas se fez o favor de tirar a blusa social com botões e ficar apenas com a regata de malha que era colada em seu corpo, costumava usar sempre abaixo do uniforme. Precisava relaxar de alguma forma, sentia a tensão pesar em seus ombros, não queria incomodar a morena com suas preocupações do dia a dia, mas só de estar ao lado de Aurora já a acalmaria... Apelou para os métodos antigos.

Se sentou em uma cadeira de madeira de frente para a janela do seu quarto, o céu estava extremamente estrelado e era uma boa para tomar uma brisa. Abriu os dois lados dos vidros e pegou seu violão para acompanhar e fazer o seu entretenimento, calor demais fazia e o vento que entrava da janela a refrescava bastante.

Passou muito tempo ali, totalmente desajeitada na cadeira, tocando só por diversão, fazendo uma serenata para a lua ou pra quem se desse o trabalho de ouvir... Seu quarto estava totalmente escuro e a única luz que entrava era a provida pela natureza.

Aguei quando te vi chegar

Pensei: Meu Deus, que beijo bom deve ter...

A luz do quarto da frente lhe tirou dos seus profundos devaneios e conexão com a música, chamando-lhe a atenção. A cortina mais fina estava passada pela janela fechada do outro lado, em primeiro, viu a moça andando de um lado para o outro, foi quase um vulto, mas já sabia quem era.

O seu coração acelerou de imediato em nervosismo, Aurora havia acabado de chegar.

Por seguinte, a morena se posicionou em frente a luz, fazendo com que a sua sombra projetasse muito bem na cortina fina que havia ali. Carolina suspirou profundamente presa naquela visão, engoliu em seco e por mais que sua primeira resposta fosse fechar a janela e dar privacidade a Aurora, não conseguia levantar de jeito nenhum, passeava suas orbes azuis por todos os cantos... Sabendo que era totalmente errado continuar ali olhando.
Em sequência a morena passou a tirar a roupa, primeiro foi o short, depois a blusa, o sutiã, fazia tudo tão lentamente que Carol poderia jurar que era até proposital, caso Aurora tivesse a visto.