Três pausas, três palavras.

224 18 0
                                    

Aviso de conteúdo sensível: Insinuação a sexo.

~

Virava para o lado e para o outro na cama esbarrando com o corpo de Aurora e acordando-a, depois de um tempo tentando entender, a morena puxou a ruiva para mais perto ao deduzir que ela estava em um pesadelo.
Fez com que Carolina a abraçasse e começou a niná-la com o maior cuidado que tinha, fazendo a moça sentir seu cheiro e perceber inconscientememte que ela estava ali, que tudo era um sonho ruim.

— Shh... É só um pesadelo. — Aurora falava com calma, para que sua voz adentrasse em sua namorada e a acalmasse. — Eu estou aqui com você. — Deixava com que Carolina sentisse mais seu corpo, ela fungava profundamente o pescoço moreno com sua respiração agitada. — Estou aqui e nada está acontecendo, calma. — Sussurrava baixinho nervosa, querendo acordá-la.

As pálpebras pálidas se apertavam com força e ela resmungava tentando falar algo, choramingava, seus braços se envolviam no corpo de Aurora como se tentassem acreditar que realmente alguém estava ali em apoio, como uma mão pra salvá-la, se agarrou a isso para sair do mundo irreal.

De uma hora para a outra parou de respirar e se mover, paralisando na cama, seu aperto ficou frouxo assim como todo corpo ficou mole. Aquilo assustou a morena que começou a chamá-la baixinho para não assustar, mas na intenção de acordá-la, pois ela parecia sufocada, já que havia parado de respirar.

— Amor, acorde. — Dizia em um sussurro bem rente ao ouvido da ruiva. — Amor. — Chamou outra vez. — Carolina, por favor. — Cutucava ela com cuidado.

Em uma inspirada profunda, absorvendo todo o ar que conseguia na urgência de que o oxigênio chegasse em seus pulmões rapidamente, Carolina acordou em um solavanco sentando-se na cama e processando aquele quarto enquanto seus olhos procuravam desesperadamente alguém.
Levou a mão até o coração acelerado e ao olhar para o lado e ver a namorada, desmontou por completo. Seu choro transbordou no rosto e nos soluços fortes, como aconchego, local de segurança e para ter certeza de que aquilo era real, suas mãos agarraram se na morena em total necessidade puxando-a sem nenhuma delicadeza contra seu corpo, apertando-a com toda a força e inspirando fundo para sentir mais uma vez o cheiro da moça.

— Ai meu Deus, você está aqui. — Disse em surpresa e em total alívio, escondendo seu rosto na morena, parecia que todo contato físico que tinha ainda não era suficiente.

— Calma, meu bem querer, foi só um pesadelo. — Acariciava os cabelos ruivos tentando entender aquele assombro todo, o choro era tão dolorido que parecia uma angústia guardada, uma coisa íntima, que vinha de lá de dentro do peito. As mãos tatuadas de Carol tateavam o corpo de Aurora no meio do abraço, querendo senti-la. — Vamos, respire fundo, tenha calma, olhe onde está... Eu estou aqui com você, estamos bem, tudo está bem. — Tentava acalmá-la sentindo os soluços tão fortes que mexiam até mesmo o seu corpo.

— Me abraça forte, por favor, eu preciso sentir que você está aqui. — A voz saiu tão cortante deixando explícita a sua urgência, a um pedido daquele e daquela forma Aurora nunca negaria.

Abraçou a moça com força, a cabeça repousou no colo da morena ainda sentindo o os braços dela e ela suspirou liberando todo o ar dos pulmões, havia ficado mais leve, parecia que toneladas de carga tinham saído de cima dos seus ombros e deixado ela respirar com calma. Aos poucos foi se acalmando e os soluços passaram, ela seguia respirando fundo por causa do susto, até que ela mesma se desvencilhou da namorada.

— Se sente melhor? — Questionou em preocupação apertando a mão pálida. — Existe algo que eu possa fazer por você? Você quer uma água? Alguma coisa? Um chá?

Bilhetes para Aurora - Lésbico. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora