Medo do futuro.

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— O que é que tu tem? Já conheço essa tua cara azeda de longe. — Valentina acusou sentando ao lado de Aurora que estava sozinha na mesa, beijou a testa dela e observou Duda fazer o mesmo.

— Dor de cabeça, tô estressada, não me pertuba hoje não. — Aurora cruzou os braços, tinha o cenho franzido.

— Meu docinho de limão. — Valentina cutucou agarrando o rosto da melhor amiga e dando um beijo forçado na bochecha, era o apelido que sempre usava quando a morena estava brava, ela conseguia ser muito bruta, mas sempre depois do avalanche se sentia culpada e se tornava um doce outra vez.

— Valentina, você tá cutucando onça com vara curta. — Eduarda avisou olhando a mulher impaciente, passou um braço por cima do ombro da morena e sentiu ela se aconchegar em seu corpo.

— Eu também acho. — Aurora concordou abraçando Duda, como se ela fosse alguém que realmente a entendia. — É por isso que eu vou ficar de chamego com a sua namorada e não com você. — Brigou com Valentina e ela gargalhou.

— Faz quanto tempo que está com dor? — Valen questionou cruzando as pernas e abrindo uma cerveja, colocou o óculos de sol no topo da cabeça.

— Belos hábitos saudáveis, minha querida doutura. — A morena cutucou, sabia que a melhor amiga era muito focada em sua saúde, fazia dieta, tinha uma ótima rotina de exercícios físicos, estava bem consigo e mantinha tudo para deixar sua vida boa. Um relacionamento saudável, vida sexual ativa, fazia acompanhamento psicológico e psiquiátrico, andava na linha, Valentina era feliz. — Tem uns 4 dias nesse inferno, não passa de jeito nenhum, alivia somente. — Resmungou.

— Ai mulher eu mereço uma folga, todo mundo merece. —  Deu de ombros bebendo um gole da cerveja gelada. — Eu ia até oferecer, mas deixa eu deduzir, você tá se automedicando sozinha. — Ergueu uma sobrancelha irritadiça, não gostava quando suas amigas faziam isso justamente porque elas tinham uma médica a disposição o tempo inteiro.

— E ela nem ao menos se alimentou, Aurora. — Eduarda brigou revelando para Aurora, mas usou do comentário afim de acusar e reclamar com a namorada.

— Ai gente, descansa. — Valentina revirou os olhos, ela sabia como ninguém que precisava de uma folga.

— Todo mundo se automedica quando é uma dor assim, Valen. — Aurora resmungou fechando os olhos. — Não vou num pronto-socorro porque tô com uma dor de cabeça comum.

— Não é assim, você me tem. — Explicitou chateada. — Eu sou o seu pronto-socorro.

— Eu sei disso, mas eu não posso ficar te incomodando toda vez que sinto uma dor, cariño. — A morena ainda tentou ser carinhosa.

— Mas eu tô me colocando a disposição, inferno. — Brigou indignada. — Caramba, tu já me ajudou tanto nessa vida e agora vem com esse papo de não me incomodar, me poupa, deixa eu retribuir nem que seja pra curar a sua dorzinha de cabeça. — Resmungou cruzando os braços.

— Ih gente, uma D.R do nada. — Eduarda comentou atenta.

— E você tá botando lenha na fogueira. — Valentina brigou fazendo a namorada rir. — Você já tomou quantos remédios? — Questionou curiosa.

— Alguns vários analgésicos. — Aurora respondeu temerosa.

— Já tentou ter... — Sorriu maldosamente. — Um orgasmo, talvez? — Era realmente uma sugestão, claro que agiu de uma forma imatura ao dar uma solução porque estava falando com sua melhor amiga, era o seu papel, encher o saco.

— Funciona bastante, amiga. — Eduarda riu. — Ontem mesmo, me ajudou demais.

— Eca. — A cozinheira encenou uma ânsia de vômito. — Eu não sinto nem um pouquinho de vontade de saber da vida sexual de vocês. — O casal gargalhou. — Não, não tô tendo tempo, nem privacidade e nem excitação o suficiente.

Bilhetes para Aurora - Lésbico. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora