Aviso de conteúdo sensível.
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— Inferno, hoje vai chover. — Praguejou indgnada. — Só porque eu ia te levar em uma cachoeira, é muito legal lá, preciso ir com você, só nós duas.
— Por quê? — Perguntou sentada observando a namorada.
— É porque assim, dizem que aquele canto é um dos lugares preferidos da sereia e que lá é encantado. — Vestia o short jeans. — E que você entra em um tipo de transe sabe, você sai de lá com a sensação de que o dia foi incrível e que você se divertiu bastante, e alguns flashes de você conversando sobre a água e pulando na cachoeira. E detalhe... O melhor está por vir. — Levantou o dedo articulando empolgada e fazendo Aurora rir. — Todo mundo tem a mesma memória.
— Quê? — Não havia entendido.
— Isso mesmo que você ouviu, todo mundo tem a mesma memória. — Repetiu sorridente. — Independente do dia que você foi, com quem você foi, todo mundo tem em mente exatamente a mesma cena com os mesmos detalhes e ninguém nunca se lembra de tudo o que viveu lá, a única coisa que fica são essses flashes totalmente iguais. — Explicou. — Isso não é fascinante?
— Fascinante? Eu teria medo. — A mulher declarou franzindo o cenho e a ruiva gargalhou.
— É porque dizem que é um lugar muito sensível onde você entra em contato com o íntimo da sua alma e tem gente que não ta pronto pra isso então pra não causar nenhum trauma, assim que você pisa fora dali, você esquece tudo o que foi vivido verdadeiramente naquele local... E a gente sai mais leve, mais verdadeiro com a gente. É muito bom. — Sorriu docemente.
— Tu já foi, né? — Questionou em curiosidade.
— Fui uma vez, sozinha... Quero voltar lá com você. — Sugeriu. — Diz que sim, por favor. — Pediu de mãos juntas.
— Vamo combinando daqui pra lá, sabe... Deixa eu entender como as coisas funcionam. — A namorada assentiu concordando.
— Vamo descer? — Questionou chamando a mulher.
— Não, venha aqui antes. — Agarrou o braço da ruiva antes dela vestir a blusa, as orbes pararam na morena sem entender. — Eu tava falando sério. — Pegou um pedaço de algodão com um esparadrapo e colocou no umbigo da mulher pálida, tampando ele. — Eu preciso te proteger de qualquer jeito que seja, não posso permitir que aquele homem te deixe naquela situação de novo. — Negou com a cabeça lembrando do quanto ficou assustada com Carolina naquele estado.
Como alguém poderia perder a consciência e a fé em si mesma tão rápido? Era meio óbvio que Carlos tinha um poder de sugar outras pessoas e isso não só existia no mundo espiritual, no mundo material conseguir fazer uma pessoa se perder é possível e ele era do tipo de pessoa cínica que sabia disso, sabia que era manipulador.
— Mas... — Ia se pronunciar.
— Mas nada, amor. — Levantou-se segurando o rosto da ruiva. — Não dá e você também não pode permitir que ele mexa dessa forma contigo. — Beijou a fronte dela. — Tenha em mente que isso é para proteção e que vai te ajudar, tá bom? — Questionou ajudando ela a colocar a blusa e observando a moça assentir obediente.
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— Obrigada por ontem. — Duda sorriu para a morena. — Eu mandei um textinho enquanto a Valen tava dormindo e a gente conversou muito, foi incrível. — Beijou o topo da cabeça de Aurora.
— Que nada. Vocês duas são lindinhas demais juntas. — Correspondeu ao sorriso. — Conte sempre com o meu apoio, visse? — Deu a mão para a mulher que trabalhava e fez ela se sentar. — Tá ocupada agora? Sente ai e me faça companhia, Carol foi pegar sorvete.
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Bilhetes para Aurora - Lésbico. (CONCLUÍDO)
Romance• Livro 3 da saga "Para Nos Eternizar". • Aurora é uma cozinheira nata que anda enfrentando uma fase de estresse extremo, pois o seu querido restaurante está quase declarando falência. Devido a uma sugestão da sua ex-mulher, ela decide tirar um temp...