Bilhetes para Aurora - Lésbico. (CONCLUÍDO)

Sina.

Aviso de conteúdo sensível: Violência física.

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"Bora bora bora, bom dia flor do dia... Acorda pra segunda parte do passeio de ontem. - Carolzinha".  enviada às 3:30AM.

"Carolina, você olhou as horas? Que paseio o que mulher, vai dormir". enviada às 3:31AM. Aurora respondeu coçando os olhos.

"Dormir é para os fracos, levanta e coloca o sapato de novo. Te encontro em meia hora lá na recepção". enviada ás 3:35AM.

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— Bom dia, linda. — Carol reagiu eufórica ao ver a Aurora. Ergueu seus braços e se espreguiçou, depois apertando as alças da mochila que carregava nas costas.

— Dia? Boa noite, Carolina. — Respondeu amarrando os cabelos. Em seu rosto eram nítidas as marcas de quem havia acabado de acordar.

— Sem reclamações, prometo outra vez que vai amar. — Apanhou a mão da moça e saiu puxando ela pelo caminho oposto ao que tinham ido no dia anterior. — É manhã né, então nada de cerveja. — Riu. — Tenho água de coco e achocolatado caso queira.

— Aceito a água de coco. — Piscava lentamente, ainda meio desligada.

— Bora. — Guiou a moça para o começo do monte e tirou um copo térmico que suava, cheio de água coco gelada que ela mesmo havia pegado quando acordou.

— Tu me acordou 3:30 da manhã pra subir um monte, Carolina? — Perguntou, mas saiu mais como uma resmungada. Deu um longo gole na água.

— Você vai se arrepender de todas as suas reclamações quando chegar lá em cima. — Repreendeu começando a subir os degraus, era um lugar iluminado e ajudava bastante pois o dia não havia raiado. — Não tem nada lá em cima, de novo. — Gargalhou. — Mas como antes, tenho história.

— Tá bom, vou aceitar. — Respondeu seguindo a moça.

— Eu só vou contar o propósito dessa segunda parte quando chegarmos lá em cima. — Revelou voltando com sua mania e andando de costas para observar Aurora.

— Chantagem pra me fazer subir lá, só porque sou curiosa e quero saber o resto da história. — Disse indignada fazendo Carol rir.

— Talvez. — Respondeu. — Eu preciso te confessar algo, Aurora. — Passou a apertar a ponta dos próprios dedos e a morena notou isso, sua inquietação era grande desde que tentou beijar a moça, havia passado a noite pensando nisso e justamente por esse motivo não conseguia esconder por muito tempo. — Na verdade, é mais de um então, preciso te confessar coisas.

— Aconteceu algo? — Perguntou preocupada, pois a moça havia ficado um pouco séria.

— Eu sou muito sincera... — Iniciou. — Com os outros e comigo mesma. — Admitiu virando de frente e andando, evitando olhar para Aurora. — Desde que conheci você, existe uma sensação diferente dentro de mim que eu não sei explicar... Eu não sei nomeá-la. Por isso é complicado, eu queria muito falar isso, mas como que eu ia te contar sem saber explicar e te fazer entender o que eu sinto?

— Não precisa. — Aurora falou. — Porque eu sinto o mesmo que você. — Respondeu sendo sincera, era uma revelação íntima demais, porém como havia uma identificação nas duas e Carolina estava se abrindo, era justo que ela fizesse o mesmo.