Aviso de conteúdo sensível: Linguagem explícita, violência (física e psicológica) e preconceito.
~
— Mônica! — Ele berrava nos corredores do hotel abrindo as portas, assim que passaram na recepção Carolina deu dois toques no balcão como um pedido secreto para a recepcionista apertar o botão e chamar os seguranças. — Mônica! — Realmente queria jogar absolutamente tudo nas costas da mulher.
Cada porta era aberta com tamanha brutalidade, para assustá-la, sabendo que ela estava em um dos cômodos.
Abriu o quarto da limpeza, a cozinha, o banheiro, a dispensa até chegar na adega de vinhos. Onde se deparou com a mulher mais velha ruiva que beijava inocentemente outra moça extremamente bela, de cabelos cacheados e um tom de pele claro, parecia ter a mesma idade que ela e aquele beijo parecia ser o primeiro das duas.
— Mãe!? — Carolina perguntou sem entender nada, verificando se era a sua mãe mesmo, totalmente perdida naquela situação... Quem não parecia surpresa era Aurora, que mais demonstrava uma expressão frustrada por terem pegado a amiga exatamente naquele momento.
— O que porra está acontecendo aqui? — Questionou totalmente agressivo, separando as duas mulheres a força, empurrando a de cabelos cacheados para longe e já pegando a ruiva mais velha pelo pescoço, prensando ela contra a parede com força, Mônica não estava entendendo nada e era visível em seu olhar. Não havia tido chance de reação, ou de explicação. — É de família esse lesbianismo nojento? — Exigiu saber, batendo outra vez a cabeça dela na parede enquanto ela se debatia tentando se soltar, apertando o pulso grosso e peludo.
O olhar de Aurora partiu rapidamente para a namorada e notou a expressão dela mudar totalmente, o gatilho foi acertado e a partir daquele momento tudo se tornou rápido demais, porém, reproduzido em câmera lenta.
— Você não vai bater nela de novo, seu merda! — O grito de Carolina foi estridente e antes mesmo de Aurora impedi-la de agredi-lo, a mulher reagiu passando um braço no pescoço dele e aplicando o golpe mata-leão apertando. — Solta! Solta ela agora! — Berrou apertando o golpe. — Eu mandei soltar, caralho! — Ordenou forçando ainda mais seu braço até ver o homem fraquejar se debatendo e soltando a mulher.
Além do vozerio atrás, tanto a mãe quando a namorada da ruiva gritavam por seu nome porque ela havia atingido seu descontrole e da última vez só o recuperou quando quebrou o nariz do homem.
E então a moça que Mônica se envolvia entrou na frente dos dois com medo de que ele tentasse algo novamente e Carol achou um belo momento para dar duas pesadas na parte de trás do joelho de Carlos, mesmo se sufocando ele caiu de joelhos no chão, já ofegante por não conseguir respirar direito e a ruiva não soltava por nada.
Diferente de todos ali, Aurora procurou a calma e se aproximou da namorada, devagar, para não assustá-la, nem causar alguma reação mais estrondosa já que ela estava agressiva.
— Carol. — Chamou em paciência. — Carol, solta ele. — Ordenou e tocou no braço da namorada.
A mulher ruiva notou o tato gelado informando que a morena estava muito nervosa e fraquejou, só então seus sentidos voltaram.
— Solta ele, os seguranças já chegaram, ele não vai fazer mais nada com ninguém. — Aurora assegurou e notou as orbes azuis percorrerem pela sala, identificou a mãe que tinha a mão no pescoço respirando fundo, a mulher de cabelos cacheados na frente dela a protegendo, Carlos que ainda tentava puxar o ar, a mulher ao seu lado e os seguranças na porta esperando para agir.
— Você nunca mais vai tocar um dedo nela ou em mim. — Declarou irritada, apenas para ele.
E ai ela soltou, empurrando as costas do homem grande para que ele caísse e desse tempo dela se levantar, afastando-se dele, caso fosse reagir. Mas assim que foi para o canto do quarto, os seguranças já seguraram o homem, pois compreendiam a situação que já havia sido explicada, entendendo que Carlos a verdadeira ameaça.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Bilhetes para Aurora - Lésbico. (CONCLUÍDO)
Romance• Livro 3 da saga "Para Nos Eternizar". • Aurora é uma cozinheira nata que anda enfrentando uma fase de estresse extremo, pois o seu querido restaurante está quase declarando falência. Devido a uma sugestão da sua ex-mulher, ela decide tirar um temp...