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— Sim Aurora, uma coisa que eu queria informar e acabei esquecendo, é a questão de que eu quero que você se sinta em casa aqui. — Informou puxando a cadeira para mais perto da nora. — Que nem Carolina e as minhas funcionárias, que trate o hotel como casa e não só como um hotel. Pode usar todos os elevadores, você tem total liberdade para transitar a qualquer horário, para usar a cozinha... Se deu vontade de comer algo, pegar uma maçã, fazer brigadeiro, cozinhar, pode ir sem medo nenhum, pode mexer na dispensa ou na adega. — Deu a liberdade que já queria ter dado a moça. — Tipo Valentina, quando ela vem aqui nunca paga, só avisa que vem. — Riu. — Eu vou te insentar das cobranças em relação a estadia, você já está no andar onde é para amigos e familiares. Eu só não posso te insentar das barraquinhas de bebida na praia e coisas assim porque isso já não é mais por minha conta, a gente só tem parceria, mas não sou eu quem recebo. Quem movimenta esse comércio são os moradores locais daqui e é a forma de sustento deles, mas em relação ao hotel, você não vai pagar nada.
— Não, Mônica. Eu não posso permitir isso, a estadia aqui custa muito. Olha o tanto que você vai deixar de ganhar, principalmente com Heloísa aqui e Juliana que chega semana que vem. — Negou com a cabeça.
— Como eu disse, você já tá na área de amigos e familiares, pode até tentar pagar, mas já informei a meus funcionários que não aceitassem porque seria tudo por minha conta. — Avisou em uma quase ameaça para que ela não tentasse.
— E como é que eu retribuo isso? — Questionou sem acreditar era de uma tamanha generosidade.
— Você já é a minha amiga, todos os seus conselhos até agora foram extremamente valiosos não só para o meu entendimento sobre a minha sexualidade, assim para com a relação que eu tenho com a minha filha. Você já fez muito por mim e pela minha companheira atual, me apoiou nessa aventura e também faz a minha filha muito feliz. — Não esqueceu de citar Carolina. — Eu nunca quis que Carol sofresse na mão de qualquer marmanjo ou algo do tipo, e é muito bom poder olhar pra você e sentir uma calmaria, sentir que não virá maldade da sua parte... É muito bom que ela tenha arrumado alguém como você e que você já tenha se tornado minha amiga antes mesmo de conhecê-la. Eu gosto de ter essas duas posições em sua vida, sogra e amiga.
Aurora se sentiu comovida com aquelas palavras, ter a aprovação da sogra era extraordinário e principalmente se você estiver incluído no meio LGBT. Era muito bom ter a certeza de que alguém com extrema relevância não só aprovava, mas também apoiava o seu amor.
Não conseguiu conter-se, abraçou a mulher ruiva mais velha em um agradecimento não verbal que valia muito.
— Muito obrigada pela confiança e por tanto carinho, saiba que ele é recíproco e que eu vou batalhar muito pra devolver tudo isso em comida gostosa porque é o que eu sei fazer. — Aurora declarou fazendo Mônica gargalhar alto, deu um beijo na testa da nora e voltou a se sentar.
— Olha que eu cobro em, ainda mais se for comida. — Ela avisou em um bom humor se arrumando na cadeira.
— Pode cobrar, eu amo cozinhar. — Riu concordando com aquilo.
— Ah e deixe-me dizer, amei conhecer Heloísa... Ela tocou nos meus cabelos. — Gargalhou. — É uma moça muito adorável.
— Não é? Ela é demais. — Sorriu e cruzou as pernas pronta para perguntar o que pretendia. — Deixa eu te falar... — Iniciou como quem não queria nada. — Você acredita nessas coisas de sereia que existe por aqui? — Foi entrando no assunto.
O mais irônico de tudo era que sabia que estava sendo observada por ela, por Sirena, então sempre que tocava em seu nome, conseguia escutar aquele riso teatral e sarcástico.
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Bilhetes para Aurora - Lésbico. (CONCLUÍDO)
Romance• Livro 3 da saga "Para Nos Eternizar". • Aurora é uma cozinheira nata que anda enfrentando uma fase de estresse extremo, pois o seu querido restaurante está quase declarando falência. Devido a uma sugestão da sua ex-mulher, ela decide tirar um temp...