Eu te amo.

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— Acorda, ei psiu. — Carolina não gostava de invadir o espaço pessoal de outra pessoa enquanto ela dormia, mas se deu a liberdade de fazer isso visto que Aurora era sua namorada. — Ei, gatinha. — Chamava em sussurros enquanto dava selinhos demorados, caso ela pedisse para parar, na hora deixaria de fazer. Eram somente selinhos, não passaria disso, não enquanto ela estivesse dormindo.

A mulher abriu os olhos preguiçosamente, tudo estava escuro e nada era enxergavel, sentia o peso da ruiva em cima de si e a boca dela tocando a sua inúmeras vezes, mas não a via. Choramingou a morena por ter sido acordada durante a madrugada, ainda sonoleta piscava lentamente os olhos.

— Acorda, meu amor. — Seguia sorridente, parecia eufórica e animada.

Já tinha deixado a namorada pronta, havia convencido Aurora de dormir com uma blusa larga de moletom que ia até os joelhos, assim na hora que precisasse acordá-la, era só calçar os chinelos e estava pronta, claramente não iriam ver mais ninguém e pensou na questão da sua namorada que era muito vaidosa, era um bom plano.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntou arrastadamente com os olhos fechados já cochilando de novo.

— Não. — Passou a mordiscar o pescoço da morena fazendo ela rir por sentir cócegas. — Nossa, você dá muito trabalho pra acordar. — Resmungou subindo suas mordidas para as bochechas.

— Claro, tu só me acorda durante a madrugada. — Seguia imóvel só sentindo os carinhos, era bom, adorava.

— Vamos, levanta. — As mordiscadas foram para os cantos do lábio inferior. — Vamos, amor! — Chamava intensificando seus selinhos ao sentir que ela retribuia, ainda choramingando. — Adianta, Aurora. Umbora! — Chamou tomando a boca dela com um beijo lento e rendido enquanto se levantava aos poucos fazendo a namorada acompanhá-la só para não ter que cessar o contato. — Agora eu já sei como te faço levantar. — Riu contagiando a morena.

Aurora agarrou a ruiva segurando o moletom que a ruiva também vestia e a puxou de volta ainda resmungando para beijá-la de novo, após ter o que conseguia, sorriu docemente.

— A gente não pode ficar na cama só namorando? Trocando beijinho, vai ser tão bom. — Perguntou voltando a entregar selinhos.

— Não, adianta. — Reclamou. — Tu vai gostar.

~

— A gente tá fazendo o que aqui, hum? — Perguntou abraçando a namorada por trás. — Tá tudo escuro, não consigo enxergar.

Observava o céu cheio de estrelas, mais evidente, visto que nenhuma claridade atrapalhava a delas, a não ser a da lua, que estava ali tão cintilante e grande no céu, banhando o casal com toda a luz que podia, abençoando as mulheres que se amavam as escondidas.

A ruiva tirou um controle do bolso e apertou um pequeno botão, então deu pra escutar o barulho de estruturas de metal se movendo e pelo visto se aproximava das duas.

— Você confia em mim? — Carolina perguntou calmamente segurando uma caixa mediana nas mãos, como uma caixa de bombons.

— Confio. — Ela respondeu de pronto, sem dúvida alguma.

— Então vamos, não me questione, só quando chegarmos onde quero. — Disse sorridente enquanto andava, tomou a mão da namorada e subiu em uma espécie de bondinho, Aurora se mantinha silenciosa tentando entender o que acontecia, tentando entender a estrutura.

Era quase como uma caixa grande, tinha dois bancos que comportavam duas pessoas de cada lado, as janelas transparentes faziam parecer que não tinham segurança ali por ser tudo muito exposto, mas só parecia.

Bilhetes para Aurora - Lésbico. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora