Capítulo 52 - Parte 1

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Leyla

Não consigo parar de pensar nem por um segundo nas coincidências que me ligam à Sara. Primeiro o perfume e agora aquela caixinha? O mais intrigante é que foi Mateus que me apresentou o perfume e me presenteou com a caixa quando começamos a nos relacionar em Renascença.

Entro no condomínio tentando achar uma maneira de tirar essa história a limpo, mas só consigo pensar em como vou entrar na suíte onde os pertences de Sara estão para me certificar que o conjunto de caixas que Carlos Eduardo comprou em Amsterdam está guardado e completo.

Entro no condomínio imaginando uma maneira de entrar no quarto sem ser vista e a cada passo que dou minha adrenalina parece aumentar.

Quando passo da guarita, vejo o carro de Carlos Eduardo se aproximar devagar. Ele para ao meu lado e baixa o vidro da sua janela.

- Tem certeza que não quer uma corona? - Pergunta com a expressão arteira.

- Tenho! - Respondo tentando disfarçar minha apreensão. - Em alguns minutos chegarei à casa.

Ele apenas balança a cabeça em sinal positivo, revirando os olhos, e volta a dirigir até a mansão.

Quando chego em frente à casa, o portão se abre e atravesso o jardim ignorando os olhares disfarçados dos seguranças.

Sigo até meu quarto para guardar minha bolsa antes de ir ao encontro de Rafael.

Quando adentro no cômodo sinto uma espécie de pânico tomar conta de mim. Não consigo ter a coerência de raciocino necessária para entender o que pode estar acontecendo, mas sei que preciso ter autocontrole para não agir sob impulso.

Jogo a bolsa sobre a cama e caminho de um lado para o outro tentando encontrar uma maneira de dissipar minha desconfiança.

Sou despertada de meus pensamentos pelo barulho da porta se abrir.

Mateus entra apressado, tomando cuidado para não ser visto.

- O que você está fazendo aqui? - Pergunto irritada com sua presença.

- Como foi a noite com o patrão? - Me devolve outra pergunta, animado.

- Não interessa! - Falo, passando à sua frente em direção à saída do quarto.

- Ei! - Ele segura em meu braço me impedindo de continuar - Calma, Caty! O que está acontecendo?

- Eu que te pergunto! - Me desvencilho de seu toque e viro em sua direção.

Cruzo os braços e o encaro firmemente.

- O que houve? - Volta a perguntar com o semblante rígido.

Continuo o encarando sentindo meu sangue ferver, mas desisto de tomar qualquer atitude precipitada quando lembro de Carlos Eduardo e Rafael. Então, levo as mãos à cabeça e tento me acalmar.

- Está tudo bem! - Afirmo olhando para o teto. - Estou apenas tentando achar uma maneira de acabar com essa história de uma vez por todas.

- Calma, gatinha! - Mateus se aproxima e tenta me abraçar, mas em um rompante, me desvencilho novamente do seu toque. - Tenho tudo arquitetado em minha cabeça. Não se preocupe.

- E posso saber o que realmente está arquitetado em sua cabeça? - Mas uma vez o enfrento fitando-o profundamente. - Em nenhum momento você foi claro o suficiente sobre seu plano, Mateus. Nunca me disse o que te encorajou a chegar até aqui. Nunca me explicou o porquê de escolher Carlos Eduardo D'ávila como nossa vítima e muito menos me justificou o motivo pelo qual parece ter uma verdadeira obsessão pela fortuna dele.

Trapaças do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora