nine

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Antes de chegar na atravessia da rua, escutei um "e a cerveja amanteigada?".

Sorri de cantinho, eita como ela é ingênua, e dei uma olhada pra ele.

— vc disse que não foi um convite.

— ainda estou sendo gentil, vc quer ou não quer? — cruzou os braços.

Voltei até ele e fomos até essa tal loja.

Pietra off, Mitchel Cave on.

Eu me arrependo, me arrependo mesmo, de ter dito que tomava sempre cerveja amanteigada, eu não gosto, nem do cheiro, e agora vou ter que tomar, por causa de uma mentirinha básica.

Atravessamos a rua juntos ela mais afastada claro, e entramos, já senti o cheiro daquilo, e minha garganta raspou de levinho.

— tá tudo bem? — ela me olhou.

— tô bem — escolhi uma mesa, e me sentei.

Ela se sentou ao meu lado.
Pegamos o cardápio, e irmão, eu ia ter que escolher a cerveja amanteigada de todo jeito, que droga.

Chamei um moço, deverás sejas o garçom.

— quero duas cerveja amanteigada — sorri como se ele já me conhecesse.

— claro Mitty — ele disse, e como que essa desgraça sabia meu nome? Kkkk.

— mas alguma coisa Pietra? — abaixei meu cardápio e olhei pra ela.

— não, só vim pela cerveja que vc diz que sempre toma — olhou pro garçom e ele ficou sem graça, mas se tocou e colaborou.

Ele saiu, e trouxe a bendita cerveja.

Ele saiu, e trouxe a bendita cerveja

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— parece capuccino — ela disse.

Cara, eu não sei o que é cerveja amanteigada, eu disse que era de beber, mas se fosse um bolo, eu não saberia.

— eu só não gosto desse creme daqui da cima — fiz uma cara enojada.

— tem coisas que são boas sem alguns ingredientes, mas como vc vem sempre, eles já não deveriam saber que vc não gosta?

— sempre esquecem — ri e tomei um pouco com aquele creme em cima quase transbordando do copo.

Desceu querendo voltar, eita que maravilha.

Ela tomou, e parece que gostou, comeu o creme com a colher, e depois tomou apenas o líquido, se é assim que se "delícia" uma cerveja amanteigada, não sei.

Sempre olhava no colar, caiu muito bem pra ela, e tá meio que na cara que foi eu que deixei lá né, mas negarei, foi um presente, e a banda vai me zoar, e zoar ela.

Agora com o fim do meu relacionamento, eles não vão nos deixar em paz, por causa de um pequeno presente.

Ela acabou, o meu ficou pela metade.

— tá cheio?

— sim, eu comi demais no shopping, só venho pra não perder o costume — que gosto horrível na boca.

Deixei o dinheiro em cima da mesa e saímos.

— vc não faz idéia de quem deixou esse colar na cama?

— não faço, e se alguém entrou no apartamento não vi — enfiei as mãos no bolso.

Calça larga parecia um pijama, com uma camisa mais larga que ela.

— não tem como entrar sem as chaves, ou o cartão — sorriu.

Desgraça esperta, puta que pariu cara.

— não faço idéia entendeu?

— tá.

Voltamos pro apartamento, e ela sumiu para seu quarto, tirou o tênis na porta, e os pegou com as mãos.

Olhei o chão da sala, e estava com marcas do meu tênis no tapete caro do Krass.

— fodeu! — cocei a cabeça e tirei o tênis, deixei encostado no sofá, e pus uma pantufa, sim caro amigo, uma pantufa, azul.

Me deitei no sofá, olhei o relógio e eram 4:30 da tarde, e o Krass ainda não tinha chego.

Peguei meu celular.

Krass, vai demorar? Tô com vontade de fumar, não faça que nem muitos pais, dizer que vai comprar cigarro e ir embora!

Mandei um áudio, e liguei a TV. Escutei um som de mensagem caindo, olhei pra porta, Krass entrou, pulei do sofá e fui de encontra.

— irmão tô seco de tanta vontade do meu basiadinho!

— toma, eu demorei pq tava um trânsito perto dessa tabacaria — falou num cansaço e foi pro quarto de sua irmã.

Fui para mais perto da janela da sala, fiz meu cigarro caseiro, e acendi, dei uma tragada gostosa, e quase morri de tanto tossir. Apaguei e pus no vazo de flor, mais tarde eu fumo ele.

Guardei os outros cigarros na gaveta da estante da tv, e sentei no sofá de novo. Esperando o caro Krass sair, pra gente bater um papo.

Mitty off.

Meu Novo Vício - Chase Atlantic Onde histórias criam vida. Descubra agora