forty

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Após falarmos em Mitty, o mesmo entrou, com uma bandeja em suas mãos, repleta de coisas deliciosas, inclusive um delas tá segurando a bandeja.

— atrapalhei?

— vc não disse que tinha trancado a porta? — Jess me olhou.

— eu tranquei... — eu juro que tinha trancado aquela pocilga.

— então eu atrapalhei... — deixou a bandeja em uma cômoda vazia e estava saindo.

— não! — falei meio alto.

— não tá parecendo.

— quando se vê de fora o ponto de vista é outro! — eu falei e logo me desenrolei da coberta.

Jess se levantou e saiu acenando pra mim.

Mitty cruzou os braços.

— sério isso? — disse inconformado com algo que nem era verdade.

— o que?

— vai pegar todos da banda?

— como é?

— me beija, aí depois fica estranha comigo, tenta pular da sacada, aí se tranca aqui dentro com o Jess, ou acha que tá trancada aqui dentro com ele.

— nenhuma dessas coisas que vc mencionou são verdades — te encarei.

— então me diz, pq me beijou?

— não sei...

— tá — riu de minha cara, mas não foi tanta ironia, tinha algo em seu sorriso, uma expressão de tristeza ou desespero.

— não te beijei em vão, não tentei pular da sacada, eu só deslizei no piso molhado, e eu tranquei a porta pra ter uma conversa em particular com ele, sem q alguém ficasse abrindo a porta.

— e esse alguém sou eu?

— para Mitty! O mundo não gira em torno de vc, eu não tenho privacidade, nem aqui e nem em lugar algum, pq meu irmão e todos q eu simples conheço, ficam me brecando de coisas q eu quero, como se eu tivesse cinco anos, mas não! Eu não tenho cinco anos!

Ele engoliu saliva e estralou os dedos.

— eu entendi.

— ótimo, e quero q essa conversa acabe aqui, pq eu quase morri, duas vezes, eu tô cansada, eu só queria conversar, mas vcs sempre entendem errado as coisas, tá achando q sou as puta q vc anda? Não, eu não sou — me levantei.

— calma não fica alterada.

— não ficar? Eu já estou! — vesti minha pantufa.

Ele me puxou pela cintura após se levantar e colamos nossos corpos.

— tá eu interpretei mal, mas eu me importo com vc, me preocupo, Jess é o mais quieto, mas não santo.

— e vc é o pior da banda e tá aqui no meu quarto.

— eu não faria nada há vc!

— e Jess faria?

— não...não sei.

— não julgue alguém, nem mesmo se vc conhecer a anos, ou a vida toda, seu caráter só vc conhece.

— eu sei do meu caráter.

— e sabe o do Jess?

— não — segurou mais firme em minha cintura.

— então não fica falando as coisas, ele simplesmente virou meu melhor amigo, e sabe de tudo, e falamos de tudo, preciso de privacidade pra falar com ele, pq se for pra casa inteira saber da conversa, eu reuno todos em uma mesa.

— tá bom — ficou me olhando.

— tá chapado — ri olhando em seus olhos.

— um pouquinho.

— pouquinho?

— mais que um pouquinho — veio se aproximando.

— Mitch... — antes de terminar ele me beijou.

E foi um beijo DAQUELES, meus amigos, me puxou pela cintura com as duas mãos, apertando minha cintura como se fosse uma massa de pão caseira. Mordeu meu lábio, e beijou um pouco a baixo de meu ouvido. Voltou a me beijar após sorrir, com a boca encostada em minha bochecha, tirou uma das mãos da cintura e levou até meus cabelos, o puxou levemente. Logo segurou em minha nuca e parou o beijo.

— trouxe umas coisas pra vc comer, e um chá que já deve tá gelado pra garganta.

Só concordei com a cabeça, poxa, já melhorei, eu tô 100% curada de qualquer gripe que eu ia pegar.

Meu Novo Vício - Chase Atlantic Onde histórias criam vida. Descubra agora