eleven

261 33 10
                                    

Os olhos dele estavam vermelhos, ainda mais lindos do que o normal. Bebemos muito shopee, tanto que tive que ir ao banheiro diversas vezes.

— estão cheios? — Krass disse antes de um arroto alto.

— sim — Clin disse — o que acham de uma baladinha? Pra comemorar o primeiro show?

— o certo não seria depois do show? — comecei a rir.

— iremos estar cansados, e querendo cama! — me olhou.

— tem uma baladinha perto de casa — Pat disse tomando o restante do shopee dele.

— partiu então, vc vai Pietra? — Clin me disse encarando.

— vou, sou babá de um adulto — sorri olhando para Krass.

Pagaram a conta, e partimos a baladinha. Descemos, e pagamos a entrada, que ótimo mulher não paga, For free meninas.

Peguei um gin, bem delicioso, pra dividir com Krass, não quis, poxa.

— Mitty! — falei baixo.

Ele veio até mim, e como vem...

— bebe comigo? Por favor é gostoso mais eu tenho medo sabe...

— de ficar bêbada?

— é, eu prezo pela minha dignidade.

Sorriu e pegou o copo. Saímos juntos do balcão, e a música mudou, uma música agitada, pulamos e gritamos se divertindo no máximo. Mitty se soltou, Clin e Jes dançavam agarrados, Krass sumiu com uma garota kkkk. E o Pat, é o Pat, ele ficou sentado na cadeira do balcão, tomando um licor de frutas.

Me sentei ao lado dele.

— qual o motivo do seu desânimo amigo? — já disse meio enrolado.

— sono!

— poxa... — respirei fundo.

Um tempo depois, Krass veio até mim.

— ah vc tá aí! — disse todo suado.

— é eu tô!

— achei que tinha ido embora.

— eu? Kkkkk — dei risada — Christian, eu não sei nem onde eu tô, quem dirá a rua do seu apartamento.

— e o Mitty? — olhou para Pat.

— não faço a mínima idéia!

Krass saiu, e conversou com Jes e Clinton, e eles saíram, Krass voltou.

— vamos procurar o Mitty.

— tá — me levantei.

— vc vai comigo — Krass pegou em meu braço.

— não, eu vou sozinho, já sou bem grandinha — soltei sua mão e sai caminhando.

Andei no meio das pessoas, esbarrando em um, e esbarrando em outro, sai pro lado de fora, e caminhei torto na calçada, fui até o estacionamento do local, e não encontrei Mitty.

Minha cabeça girava, e eu me sentei escorada em nosso carro. Fui adormecendo, e dormir por uns minutos, senti uma mão sobrepor em meu ombro, dei um pulo batendo a testa no queixo dele.

— tá Loka! — Mitty disse caindo pra trás.

— foi mal, desculpa! — falei indo de joelhos até ele.

— cara vc é maluca — disse com a mão no queixo.

— machucou? — fiz uma caretinha.

— não só bateu, e doeu o meu maxilar.

— eu tava te procurando... — falei num bocejo de sono.

— eu vi, eu tava sentado naquela escada de saída emergência.

Olhei pra escada.

— poxa e eu passei perto e não te vi, tava fumando?

— não, pq?

— então tá certo, eu não te vi pq n senti o cheiro de erva daninha.

Deu risada e sentou no meu lado, escorando no carro.

— pq tava me procurando?

— sentimos sua falta.

— não tava bem, muita gente, e eu saí pra respirar.

— e fumar...

— e fumar kkk.

— tem ansiedade ou aquele transtorno que não me lembro o nome?

— ansiedade...

— tá se abrindo demais — dei risada.

— vc tá bêbada, e deve ser a primeira vez, não vai lembrar de nada.

— eu dúvido muito — estralei meus dedos.

— vou ser sincero, eu não tô conseguindo seguir minha vida sem a Jordan, ela me fez bem, e depois virou minha maior insegurança.

— ela é uma idiota e não te merecia, olha pra vc, um gato desse sofrendo por uma mulher infantil.

— não tá ajudando.

— foi mal — suspirei — olha não vai ser fácil, mas se vc se voltar só a isso, só no que ela fez de ruim, e sempre usar seus entorpecentes pra amenizar, vc nunca vai superar, e nunca vai melhorar.

— vc tem um ponto — sorriu.

— qual sua melhor lembrança?

— quando ela deixou o noivo pra ficar comigo.

— qual a pior?

— ela me traiu com o ex noivo... — suspirou.

— sabe o melhor pra se fazer? — peguei em sua mão.

— o que?

— esquecer, foca no seu futuro, que tá logo ali, passado n leva ninguém pra frente, e ela vai se arrepender, se já não está.

— não é fácil esquecer alguém que vc amou a vida inteira.

— sim, mas lembra, vc foi amante dela, quando ela estava noiva, bala trocada não dói! — sorri — o que vc ta passando, o ex noivo também passou, ela só voltou pro que deveria ter sido dela.

— realmente.

— não era pra ser sua, tem milhões de pessoas por aí, alguma é pra vc, só pra vc.

Soltei de sua mão e pus no chão, e tentei me levantar, "estou sentindo as minhas forças, ir embora".

Mitty se levantou e me ajudou, segurou em minha cintura, e eu vi tudo embaçado, eita pressão, caiu.

Pus as mãos no peito dele enquanto esperava tudo ficar claro. Ficou.

— vamo voltar, que eles devem estar preocupados.

Mitty apenas me olhou, e foi se aproximando, e segurando mais firme a minha cintura.

— Mitty... — falei baixo.

Tentou me beijar. Me esquivei, afastei, e te dei um surdão, no caso, um tapa com a mão meio fechada perto do ouvido.

— não é pq vc tá carente que precisa ser um macho escroto! — sai da li arrumando meu cabelo.

Entrei na balada, eu estava com a pulseira ainda, olhei pra Krass com cara de quem queria chorar.

Meu Novo Vício - Chase Atlantic Onde histórias criam vida. Descubra agora