seventy four

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Procurei uma lanterna pois meu celular já iria descarregar, e bati o pé no sofá e tive uma torção.

— AAIIII BUCETA!! - disse alto gritando e com dor.

— que ouve? Seus gritos deram pra ouvir do banheiro, e o box e fechado.

— puta que pariu, puta que pariu... — disse suspirando e morrendo de dor.

— fala o que ouve?

Me viu sentada no chão e não fez nada.

— eu torci o pé...eu...aí que dor!! — disse querendo chorar.

Ele me pegou no colo e pos no sofá.

— saiu correndo e caiu?

— não — pus a cabeça no sofá e suspirei.

Aquilo latejava e doía como nunca.

— então?

— eu bati o pé e acabei torcendo só isso.

— só isso? Hum...

— vc tá tão calmo que me dá raiva... — disse raivosa.

— quer que fique agressivo? Só pedir.

— não, não...sua agressividade se resume a algo que não desejo no momento.

— mas vc gostava tanto.

— cala a boca e busca gelo pra mim.

— o que ganharei com isso?

— o que vc quiser, agora busca logo e cala a boca menino!!

— menino? Há sério?

— foi mal eu tô com dor...

Ele sumiu na escuridão e voltou com gelo no saquinho, pos em meu pé e me olhou no fundo dos olhos, e aquele abismo de seus olhos que ficaram preto no escuro, eram lindos...

— pq bateu no professor? - perguntei.

— ele te roubou, era o mínimo que merecia.

— ele não roubou.

— roubou, pegou teu colar e não devolveu, isso é roubou.

— digamos que seja, não seria motivo para ser espancado por vc.

— e pelo Jess.

— o jess bateu nele? Meu Deus, onde está o juízo de vcs?

— perdi quando ele roubou o colar que te dei.

— vc só fez isso pelo colar? Ou por outra coisa? — sorri de lado.

— qual outra coisa seria? — fez massagem em meu pé.

Senti uma leva dor que foi acalmando (não façam em casa plmds)

— não sei me diz vc...  — sorri.

— ele pode ter abusado de vc sexualmente, acordou sem saber o que ouve, e tinha roupas dele no chão.

— ele não fez nada, eu saberia se ele tivesse feito.

— e como iria saber? — me olhou sério.

— Mitchel...já transei com vc de diversas formas possíveis, no outro dia acordei com um leve desconforto vaginal, claramente foi resultado da transa passada, então não, ele não fez nada, eu saberia, estupro é diferente de transar, um vc se doa sabendo o que vai acontecer e o outro vc é literalmente forçada!!

— digamos que seja verdade, mas e se não te machucou como eu te machuco quando pedes? Hein? Me diz!

— muda de assunto, odeio pensar que fui abusada pelo meu professor, eu só dei pra vc, e vc sabe... — alisei sua mão.

— é  — sorriu desconfiando.

— mitty... — ele se levantou.

— quero ficar longe de vc, agora que está melhor, passar bem!

— volta aqui! — disse tentando levantar e sentindo desconforto no pé.

— não se esforça!

— se vc não ficar eu vou me levantar e ir atrás de vc! — o olhei.

— para! Vc brinca com meus sentimentos, e eu tô péssimo com isso, ouviu seu irmão falando mais cedo, eu tô estranho nos shows, estou distante, só penso em vc, e nos shows eu esqueço a letra, me perco na melodia, cada vez mais me encho de drogas e aí, o que acontece? Eu desejo vc, te possuo em meus braços, transamos e vc some!

— não! Vc some, vc finje que não me comeu, finje que não ouve nada demais.

— vc me pediu isso, não lembra? Me disse para agir como se nos odiassemos, que só seria transas e nada mais, porém isso tá passando dos limites, há sentimentos, nem que seja ódio entre nós dois.

— pessoas que se odeiam, não sentem vontade de se satisfazer em cima de outra pessoa!!

Ele veio em minha direção e apertou meu rosto com a palma de suas mãos abertas.

Meu Novo Vício - Chase Atlantic Onde histórias criam vida. Descubra agora