fifty-four

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Eu tomei meu capuccino e saí da cafeteira e me direcionei na pracinha. Sentei-me em um dos bancos, o que mais pegava sol e ali fiquei pensando, como eu tive a descarada ideia de dar pra ele BEBADA, não me recordo inteiramente de tudo, mas os trechos que ainda me lembro, me fazem se sentir uma estúpida, o que fiz chapada, poderia ter feito sóbria, aí quem sabe eu não ia me arrepender de algo dito naquele exato momento.

Num estante, eu ali, tomando meu cafezinho passei a mão no pescoço. Cadê meu colar? Eu não acredito que perdi, não, espera, talvez tenha derrubado na cama ou no quarto quando me levantei, é só eu procurar.

[...]

Voltei pro apartamento e revirei o mesmo de baixo em cima, não me lembro de quase nada, e o pouco que lembro eu estava dando pro Mitty, que merda, eu amava aquele colar.

Me sentei bicuda no sofá e reclamando da vida, Krass chegou e me viu parada ali, se sentou em meu lado e Cassilda levou umas sacolas de compras pra cozinha.

— qual o motivo de estar assim?

— já vai começar?

— Pietra, sou seu irmão, me preocupo com vc, e sei quando está mal ou algo está te incomodando.

— estou assim pelo simples fato de ter perdido o colar que vc me deu... — fiz uma carinha de pobrezinha.

— que colar? — ele olhou confuso.

— aquele de cobrinha, que eu tinha gostado no shopping, lembra?

— não, não lembro.

— claro que lembra, vc disse que me viu olhando, e eu disse que tinha gostado e aí vc comprou pra me agradar.

— não foi eu que comprou.

Fiquei mais confusa como assim.

— eu desconfiava mais não achava que vc iria me contar, assim tão de repente.

Ele me olhou arrependido.

— na verdade não era, agora já foi, mas eu não comprei e eu não lembro de nenhum colar de cobra.

— é aquele colar que eu sempre usava Christian.

— lembrei, não vi, já procurou na casa?

— já revirei cada canto, cada móvel, cada lugarzinho mínimo e nada! — suspirei abraçada ao travesseiro.

— quando parar de procurar acha, sempre é assim — ele passou a mão em meu ombro e se retirou.

Krass era insuportável quando queria, e quando não queria também, mas as vezes ele era gentil, simpático, tudo de mais lindo pra mim.

Uns minutos passaram escutei barulhos na cozinha, e cheiro bom de almoço, krass e cass estavam metendo a mão na massa e preparando aquele rango gostoso, mal posso esperar pra comer, parece que estou com uma larica brava.

Me deitei ao sofá pois ainda estava com sono, e eu senti o cheiro do Mitty, é meniunaassss eu conheço o cheiro dele de longe. Abri os olhos e ele segurava meu colar.

— me dá! — eu sussurrei baixo mas querendo agarrá-lo brutalmente pelo pescoço.

Balançou a cabeça sinalizando "nao".

— anda Mitchell!!

— n-ã-o... NÃO! — sorriu e pôs no bolso.

Eu me levantei e ia pra cima dele, eu estava estranha, meus sentimentos estavam aumentando, minhas reações e coordenação. 

— fica na sua! — ele me empurrou com o dedo.

Krass chegou e mudamos a expressão e arrumamos a mesa. Clinton e Patrick bateram na porta, abrimos, antes de Krass fechar Jess chegou.

Nós sentamos e fomos almoçar e eu comia, mas comia tanto, que parecia não encher o buraco negro e gigante de meu estômago.

Meu Novo Vício - Chase Atlantic Onde histórias criam vida. Descubra agora