forty-nine

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Escorei na porta do banheiro como quem não quer nada, esperaria ela passar por mim, e não diria nada. Mas com o passar dos tempos, ela foi demorando sair, eu senti um cheiro de maconha, comecei a pensar paranoias e entrei no banheiro.

Escutei Pietra pedindo ajuda, com a voz sufocada, chutei a porta do banheiro, e o cara que com ela estava se assustou e tirou suas mãos nojentas dos seios dela. O tirei de lá de dentro puxando pela gola de sua camisa azul marinho, e o joguei no chão, o chutei muitas vezes no estômago e Pietra veio em minha direção, me abraçou e disse obrigado com a voz trêmula.

Ela saiu do abraço e foi pondo a alça de seu vestido preto decotado, sua expressão de choro me abalou, sua roupa toda amarrotada.

Enquanto lhe olhava fui surpreendido por um soco no ouvido, meu ouvido doeu, escutei chiados, e Pietra gritando meu nome, eu fiquei de joelho, sentindo escorrer sangue de meu ouvido. Respirei fundo e olhei pra cima, aquele filho da puta deu um tapa nela, e pra mim foi a mesma coisa que bater em minha mãe, levantei mais furioso do que já estava, e comecei a socar seu rosto, bati tanto, que senti seu maxilar sair do lugar, ele caiu no chão, cuspindo sangue.

- para...para... - ergueu a mão pra cima e ficou de cabeça baixa.

- se chegar perto dela de novo, eu te mato! - dei um chute em seu estômago.

Ele escorou a cabeça no chão.

- ela que veio atrás de mim...é uma vagabunda...

Engoli saliva e passei a mão no rosto suado, olhei para Pietra estava sentada no chão, com a testa cortada, ela se levantou, meio tronxa, estava super bêbada, e com certeza teria usado drogas junto com ele, não saberia o que estava fazendo. Peguei a mesma no colo e saí do banheiro, andei na multidão e não encontrei Clinton e nem Jess, fui pro carro e a pus no banco da frente.

Dirigi até um posto de gasolina, longe do nosso apartamento e comprei uma água, abri e dei a ela.

- que lindo pra vc... - olhei pra ela.

- vai me julgar? Logo vc? Vem dizer que nunca fez algo de errado?

- fiz, mas nunca sai por aí ficando com qualquer um, nem usei drogas com qualquer idiota que fiz contato labial!

- eu não tive forças pra evitar, e gritar foi quase inútil... - bebeu a água.

- entendo, só não entendo, por que? Porque saiu por aí beijando um estranho, será que ele já não deu sinais de ser um abutre sem noção?

Ela ficou em silêncio e fechou a garrafa de água.

- eh... - dei uma risada irônica - ele deu, e vc inocentemente deixou passar e continuou.

- queria que eu fizesse o que? Eu não saia, eu não beijava, eu não fazia nada, além de estudar e ficar em casa.

Não soube o que dizer, ela me deixou sem palavras.

- eu queria me divertir, senti vontade de beijar e beijei, só não sabia que ele ia me drogar e tentar abusar de mim, tentar não...pq ele conseguiu!

- quer que eu mate ele? - a encarei.

- o que?

- quer que eu volte lá e mate ele?!

- óbvio que não Mitchell!!

Liguei o carro e dirigi em alta velocidade em uma avenida parada, e a louca começou a sair pra fora do carro. Eu a segurava pelo vestido, acho que a brisa tava batendo, desacelerei e encostei o carro na entrada da avenida que nos levava pro apartamento.

- escuta se vc quer pular pra fora do carro, pule, mas não pela janela do meu carro!

- que foi Mitty? Tá com medo de eu cair da janela e morre? - começou a rir chapada.

Passava o dedo no meu braço e o levava até meu pescoço e deslizava em meu queixo.

- vc tá loucona vamos pra casa - comecei a dirigir de novo.

Chegamos em casa, deixei o carro no estacionamento do apartamento e saí, ela não conseguia abria a porta do carro, mas eu abri, e a levei no colo até chegar em casa.

Meu Novo Vício - Chase Atlantic Onde histórias criam vida. Descubra agora