forty-two

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Ele me segurou pelo braço e em seguida me soltou.

— o que eu vou dizer quando chegar lá?

— dizer?

Apontou pra boca.

— que caiu com a boca na pia, certo?

— caiu com a boca na pia? Não tem outra desculpa pior?

— deu uma "carada" na porta.

— aham ram, só tá piorando.

— vc disse uma desculpa pior, e não uma melhor, nem vão reparar nem da pra ver — disse querendo rir e caminhando pra fora do quarto.

Ele veio logo atrás e descemos. Já estavam todos a mesa, comendo, e fofocando, olharam pra Mitty e seguraram as perguntas, pegamos um prato e nos servimos.

Pieh/offMitty/on

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Pieh/off
Mitty/on

Ela fez um belo prato, e não se sentou a mesa, pegou um copo de suco, e caminhou pra porta da varanda, eu vi krass chamar sua atenção, como sempre.

— onde vai comer?

Ele perguntou e eu pus mais batata em meu prato.

— comer na rede, pq? Não posso?

— só queria saber, ficou o dia todo trancada naquele quarto.

— engraçado que está desde ontem chovendo, queria o que? Que eu tomasse bronze na chuva? — ela o respondeu na maior tranquilidade do mundo e saiu.

Jess me olhou de canto e eu pus suco.

— e vc vai fazer companhia a ela? — Krass parou o garfo no tomate e me encarou.

— isso vai te incomodar?

— eu acho que sim.

— então eu vou — sorri percebendo seu desconforto e fui atrás de Pietra.

Posso tentar negar, mas ela aquece meu coração de uma forma estranha, é como se eu bebesse uma bebida batizada e ouvisse um reggae. Na maior paz. Eu cheguei na varanda fechada (vidros no lugar de muro ou parede) e ela estava sentada na rede.

— perseguição ou provocação?

— provocação.

Me sentei em uma rede, ali teriam várias, comecei a comer, eu estava numa larica brava.

— Krass reclamou muito?

— não, ele tá, digamos que ocupado demais ultimamente, reclama o mínimo que pode.

— achei que só eu tava percebendo a distância dele.

— distrações, que começa com "c" e termina com "asilda".

— ela tá mudando ele.

— ou piorando — eu dei uma mordidona no bife mal passado.

Estava suculento, pus a metade de um limãozinho nele. Acho que limão combina com tudo.

— que larica meu Deus — ela me olhou com uma cara.

— o jantar e a refeição mais importante que eu acho.

— o café da manhã que é, mas se vc acha isso.

— mudando de assunto, eu terminei as músicas — te olhei e soltei um sorriso.

Na verdade ele se soltou sozinho.

— e como ficou? Gostou? Vai melhorar? Revisão?

— gostei — sorri mas uma vez e tomei suco.

— quero ouvir depois, pode ser?

— vamos cantar ela depois, antes de dormir, o Jess quer acender a lareira.

— só programação boa.

— vc acha?

— nós aquecendo em frente a uma lareira, meninos de violão, guitarra e com uma música que ainda é novidade, é uma ótima programação pra noite.

Eu achei legal o que ela disse. Não é atoa que ela é em parte minha inspiração...

Terminamos o almoço e tomamos o suco enquanto víamos a chuva cair mais forte e com ventos leves, que bagunçavam o cabelo dela.

— vai sobrar a louça pra gente! — disse e me olhou.

— uma pergunta ou uma afirmação?

— eu tô afirmando.

— ótimo então vamos lavar, certeza que já limparam a mesa e deixaram uma bagunça na pia.

— vc não precisava fazer nada, eu faço.

— eu quero ajudar.

— eu não quero sua ajuda! — ela me tratava bem, e certas horas me travava mal.

Parece que me queria perto e ao mesmo tempo longe, eu tentava ser gentil com ela, menos escroto igual eu sempre fui, fechado a mim mesmo, e com palavras finais e sem perguntas. Mas parece que ela gostava que eu agisse assim.

Meu Novo Vício - Chase Atlantic Onde histórias criam vida. Descubra agora