twenty- four

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Mitty on.

Ainda no café da manhã. Tomávamos enquanto falávamos da cagada, que fizemos, e do que passamos. Nem todos pagaram, apenas eu e Pietra. E pra compensar entramos em um acordo, Krass, Jess, Clinton e Patrick, iriam pagar os armários, no nosso lugar.

— agora, vcs dois passaram a noite juntos, sem acontecer agressão? — Patrick perguntou.

— vc tá querendo saber da física ou da verbal? — ela riu e tirou um pedaço do pão com os dedos.

— ambos.

— não ouve nenhuma agressão.

Eu abaixei a cabeça e tomei um capuccino. Parei pra pensar, e, estou desde a hora que fui preso, sem usar qualquer droga, sem bala, injetável, pó, ou cigarro.

Me levantei, e lembrei do que pus no vaso, ou será que eu já fumei? Minha mente anda tão pesada e complicada ultimamente, que não me lembro das coisas.

Fui até o vazo, encontrei, fui até a varanda do apartamento, acendi aquela bituca de cigarro da erva daninha e fumei calmamente, deixando a mente acalma.

Mitty off.
Pietra on.

Mitty saiu, se levantou da mesa, não deveria estar com fome, só tomou um gole de capuccino e saiu. Ele foi até o vazo, e pegou uma de suas drogas, que escondeu pela casa, e foi até a varanda.

— e como foi passar a noite na cadeia? — Jess falou comendo bolo.

— entediante.

— e vcs falaram sobre oq?

— eu e Mitty? — deixei o pão de lado, não descia nada pela minha garganta.

— isso aí.

— não conversamos sobre nada, apenas ficamos olhando pra cara um do outro.

— dúvido — Krass tomou café.

— na real, eu e Mitty conversamos um pouco, mas isso não lhes vem ao caso.

Me levantei. Krass ficou olhando, ele sempre olha, e ele sempre tem algo a dizer sobre, mas nunca fala. Voltei pro meu quarto, e meu celular tocou.

Olhei. Mitty me mandou uma mensagem, "não conta sobre o que falamos ontem a noite". E eu iria contar pra que? Eu já fui muito idiota de ter dito a ele. Me deitei na cama, e iria ficar ali por um bom tempo, descansando, a cama da cadeia não é nada confortável.

Eu dormi a manhã, e a tarde toda, não levantei nem pra almoçar. E na caixa de mensagens teriam várias, e várias "mensagens", avisando sobre a saída deles (Jess, Mitty, Clinton, Patrick e Krass).

Um tal de fomos ao mercado, shopping, churrascaria almoçar, na drogaria comprar ceda, em algum lugar da cidade fazer cartazes para divulgação da banda em papéis e digitais. Enfim, eles aproveitaram o dia bem, só não foi melhor que o meu.

Cocei os olhos. CARALHO!! 17HRS!! Me levantei na maior preguiça, foda-se, que já eram o final da tarde, eu tava morta, de cansaço, fome, e ainda estava com sono. Lavei o rosto e escovei os dentes de novo, passei um creme no rosto e sai do banheiro, pro quarto, e do quarto pra sala, da sala pra cozinha.

Escorei no balcão, eu estava lenta, até parece que não acordei, abri a geladeira, um pão bem recheado, com tudo que tava na geladeira. De quem seria? Não sei, só peguei ele, enchi um copão de coca cola com gelo, e me sentei numa cadeira magrela giratória e massetei aquele pão.

Tava uma delícia, só exageraram no requeijão e no salame. E pra aliviar o peso que eu comi em minutos, devorei uns cachinhos de uva, sai comendo o último e esbarrei em Mitty, pela sei lá quantas vezes, desde que ele veio morar aqui.

— tava gostoso o "meu" pão? — fez uma cara de desgosto.

— seu... pão? — sorri sem graça.

— é, meu pão!

— já era — dei risada e passei por ele.

O mesmo pegou a uva que eu iria por na boca, e comeu.

— ainda quero o meu pão — disse comendo.

Me virei pra ele, eu estava de costas, iria saindo da li.

— há! E minhas pizzas! — piscou pra mim.

— minhas, eu caí de uma secada que quase me levou a óbito, então...qualquer uma, tendo muito queijo — mandei beijo e sai saltitando.

Ele continuou seu tráfego até a cozinha.

Meu Novo Vício - Chase Atlantic Onde histórias criam vida. Descubra agora