thirty-seven

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Eu estava perdendo o sentido, quando senti alguém me erguendo pra cima, eu estava com frio, meu corpo gelado, eu não maxia nenhum músculo.

— eu tô aqui...eu tô aqui... — ouvi a voz de um anjo, Mitty.

Mesmo morrendo afogada eu dei um sorriso. Eu não abria os olhos, eu estava com medo, com frio, com tudo, menos confortável.

Eu senti Mitty por a boca dele na minha, e assoprar, saiu uma cascata de água de dentro da minha boca. Espirrei e espirrei. E percebendo que Mitty estava em pé, caiu a ficha que o lago era tão raso, que vc andava por dentro dele, sem se preocupar.

Ia morrer por uma burrice. Ele estava comigo no colo, sua mão me segurava firme pela cintura, e pelas minhas pernas, ele soltou-as e eu fiquei em pé, eu estava com dificuldade em respirar, mas também, após o susto, eu quase fui com Deus. Cara eu vi um filme da minha vida.

Eu acabei descobrindo um novo medo. Nunca mais entrar em um bote furado a noite, mas como eu ia saber que ele estava furado.

— está bem agora? — ele disse e alisou meu rosto molhado.

Nossa, aquele momento me deu um pico de coragem. Eu dei um beijão nele. O mesmo me pegou no colo e me ergueu.

(Só uma ilustração)

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(Só uma ilustração)

Parei e pensei "ops". Mentira eu pensei "CARALHO". Eu olhei pra ele, não sabia o que fazer, na verdade eu nem tava enxergando ele. Ficou um silêncio, ele me pôs no chão de novo, e andamos por dentro do lado, eu segurando na mão dele, pois nem sabia onde eu estava mais.

Chegamos na ponte ele me ergueu e eu fiquei sentada, as roupas dele estavam ali.

— querendo morrer? — ele vestiu seu shorts.

— não...não agora — cruzei os braços de frio.

— toma — me deu sua camisa.

— o que? — eu não enxergava meu companheiro.

— veste minha camisa — chegou mais perto.

— não precisa, eu vou tomar um banho quando chegar no chalé.

— prefere ir assim, quase nua, com frio, tremendo, do que vestir minha camisa seca?

— afe...me dá isso — vesti a camisa dele sem desabotoar nada.

Ficou navegando em mim, mas de boa. Nossa que homem cheiroso. Eu andei por cima da ponte segurada no braço dele, o infeliz estava com o celular no bolso, por isso ficou quase nu antes de me salvar, não queria molhar suas "vestes, nem seu Pocket".

Chegamos na trilha, pra sair direto no chalé ele me parou e me puxou, colamos nosso corpo.

— toma um banho, depois vai lá na fogueira — tirou meu cabelo de meu rosto.

Só concordei com a cabeça, o guri (garoto) me deixou sem fala.

Me deu um beijo no canto da boca, mais bem no cantinho, e me deixou ali plantada. Fiquei tremendo, e agora não era de frio não.

Subi as escadas bem lentamente, mal sentia minhas pernas, eu cheguei em meu quarto e tirei a camisa de Mitty, eu pus ela em meu rosto e senti seu cheiro por um tempinho, sorri feito uma grande idiota e deixei a mesma em cima da minha cama.

Tomei um banho, nem olhei pra banheira hoje, lavei meu cabelo que tava duro e todo embaraçado, fiquei de toalha no quarto, olhando pro espelho, eu fiquei roxa, deve ser de frio, hidratei minha pele e penteie meu cabelo.

Apanhei uma calça de moletom na mala e um cropped simples com uma borboleta na frente, vesti minha roupa e pus um meião e calcei minha pantufa. Desci até a fogueira entrei dentro da minha cabana e peguei uma coberta, me enrolei e fiquei ao lado de Casilda.

— onde diabos vc estava? — krass me perguntou com o pezão dele erguido num toco.

— já vai começar? — olhei sério, eu tava 0 ânimo.

— perdão, mas vc sumiu por horas, eu fiquei preocupado.

— eu tô aqui, não tô? — peguei um espeto de carne e comecei a comer.

Krass ficou me olhando, Mitty deu um sorrisinho curto e abriu uma lata de coca.

— a pergunta não é onde ela estava, e sim se ela se divertiu, certo? — Jess abriu uma coca pra mim.

— real — Pat piscou pra mim.

— me divertir a beça... — imagina...se ele soubesse.

— o Mitty tinha ido atrás de vc, não tinha? — Casilda disse.

— foi, mas eu dei de cara com ele na ponte do lago, quando eu estava voltando — falei mastigando.

— então, está tudo bem né, agora vamos cantar? — Clinton disse.

— concordo — krass respondeu.

— vamos cantar aquela que vc escreveu krass? — Jess perguntou.

— friends? — sorriu.

Eu fiquei calada, não sabia do que estavam falando.

— isso aí, e depois as meninas dizem o que acharam — Jess entregou um papel com a letra para cada integrante menos pra gente.

Mitty se levantou e ficou atrás de mim, me entregou seu caderno, o deixou em meu colo. Pegou o violão e sentou em meu lado.


Meu Novo Vício - Chase Atlantic Onde histórias criam vida. Descubra agora