Passado dói

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Sekido notou que Karaku tinha sumido quando Urogi tinha ido em buscar de um médico, então foi procura-lo.

Procurou no quarto, sala, varanda, cozinha... Mas nada.

– Tá procurando por quem, Sekidinho. – Disse Karaku com um olhar esgotado, seu tom de voz era fraco e estava com a mão na barriga.

– Eu tava te procurando, trouxa! Onde estava?!

–No banh... – Karaku não conseguiu terminar a frase, ele correu às pressas ao banheiro.

– O que raios há com ele?! – Se perguntou Sekido, preocupado com o irmão.

Urogi tinha encontrado uma médica para Karaku, era Tamayo.

– Eu te conheço de algum lugar... – Disse Aizetsu olhando para ela.

– Também acho, mas onde está o doente? – Perguntou Tamayo.

– Era para você tratar o Karaku não o Urogi. – Disse Aizetsu.

– Tá me chamando de doente?!

– Sim, mental. – Continuou Aizetsu rindo baixinho de Urogi que ficou de mal com ele.

– Ele tá no quarto, não faz muito tempo. – Contou Sekido, ele levou Tamayo até Karaku que estava na sua cama com uma expressão sem emoção.

– Olá, Karaku. Eu vim tratar de você, me diz, qual é o problema? – Perguntou Tamayo se sentando do lado do moreno que lhe contou lentamente.

– Sekido, seu irmão sofre de algum distúrbio alimentar? – Ela questionou.

– Nós quatro temos. – Ele respondeu com vergonha.

– Pode me dizer como isso se desenvolveu? – Ela perguntou, Sekido hesitou, mas depois começou à contar.

Num quarto escuro havia um rapaz que estava usando o kimono de Sekido, amarrado com cordas e com a boca tampada. O pobrezinho estava com sinais claro de desnutrição.

Yudi, o pai de Hantengu, entrou no quarto encarando o rapaz que o olhava implorando por piedade.

Aquele era o castigo que ele recebia toda a vez que contrariava seu pai, preso no seu próprio quarto sem água ou comida por dias.

Yudi se aproximou lentamente do filho, sorrindo maldosamente. Ele o soltou das cordas e destampou a boca dele, permitindo que falasse.

– C-comida... Por favor... P-pai... – Pediu Hantengu com lágrimas escorrendo no rosto.

– Tá bom, mas da próxima vez vou deixa-lo semanas assim. – Yudi disse rindo do estado do filho, indo pegar algo para ele comer.

" Okãsan... Por que você... Me deu a luz? O que eu fiz para merecer isso? " Pensava Hantengu chorando.

Yudi voltou dando uma grande quantidade de comida para o moreno que hesitou, nervoso.

– Anda seu imprestável! Come! – Gritou Yudi puxando o cabelo de Hantengu que gritou de dor. Depois de conseguir engolir o choro, ele começou comer sob a observação do pai.

" Como eu queria estar com Managi agora... " Hantengu pensou com tristeza.
Yudi bufou assim que o filho terminou e saiu do quarto o trancando lá.

Hantengu se encolheu num canto do quarto, abraçando os joelhos e escondendo o rosto entre eles.

Hantengu limpava as lágrimas que insistiam em escorrer no kimono, um presente de Managi quando tinha sido encontrado por ele.

Dois Lados Da Mesma Moeda (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora