Sentimentos de Karaku

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Ao chegar ali, Gyokko vê Karaku próximo ao lago. Se acabando em lágrimas e seu pescoço sangrava. Em suas mãos, uma katana de um caçador que já estava morto quando Karaku tinha chegado.

– Karaku?! – O moreno ergueu a cabeça ao ouvir a voz de Gyokko, sua expressão era vazia.

– Só me deixa sozinho. É a melhor coisa que podem fazer, afinal, eu quero isso. – Disse Karaku com a voz fraca.

– Não! Eu não vou sair! Anda, vem. Eu vou levar você para casa. – Disse Gyokko determinado, se aproximando de Karaku.

" Por que se importa? Nem para fazer meu único pedido conseguem... " Pensava Karaku vendo Gyokko o pegar no colo e correr até a casa Kanroji.

Ao chegar lá, vê que ninguém tinha chegado ainda. Então teve que entrar pela janela. Indo pro quarto dos clones, pôs Karaku na cama dele.

– Eu queria saber o que estava acontecendo lá atrás. – Disse Gyokko curioso. Karaku abraçava os joelhos e se recusou à fazer contato visual com Gyokko.

– Só me deixa em paz. É tudo o que peço. – Ele disse como se estivesse engolindo o choro. Gyokko não respondeu e se levantou e saiu do cômodo.

Karaku se deitou na cama. Tentado dormir para poder esquecer, mas em vão. Sua frustação se tornou raiva, à ponto de bagunçar o quarto.

Gyokko ouvia aquilo, sentindo-se mal pelo Karaku. Hesitando em ir até lá. Até que teve uma idéia. Foi à cozinha preparar uma receita que Kanroji o ensinou com os clones.

Gyokko logo apareceu no quarto de Karaku. Abrindo a porta com um chute, assustando o moreno.

– O que tu quer agora, misera? – Resmungou Karaku.

Gyokko tinha em mãos um prato com mochis de sakura e foi até Karaku.

– Come um pra se alegrar! – Exclamou Gyokko colocando um mochi na boca do moreno, quase o fazendo engasgar.

– G-Gyokko, para. Eu não... –

– Calado, eu me recuso à ver meu querido desse jeito! – Ele retrucou com as mãos nas bochechas de Karaku. O moreno suspirou derrotado e teve que comer os mochis.

– E aí, tá gostoso? Eu que fiz! – Gyokko comentou, com um sorrisinho no rosto. Karaku continuava com aquele olhar triste enquanto comia.

– Huum... E-eu... – Sua voz vacilou no momento. Ele virou o rosto pro lado, querendo que Gyokko não olhasse pro seu rosto.

– Qual o problema? – Gyokko perguntou, se aproximando do moreno.

– Já falei que não quero falar sobre isso! – Reclamou Karaku, empurrando de leve o outro.

– Eu só quero poder ajudar, se eu puder. Você estava horrível lá. – Contou Gyokko, gesticulando.

Karaku o encarava com dúvida, por quê ele queria tanto isso? Não faz sentido, ninguém gosta dele. Só fingem.

Karaku respirou fundo e então contou o que era. Os olhos de Gyokko se arregalaram com o que ouvia. Karaku abaixo a cabeça, inseguro com a possível resposta do oni.

– Por que não disse nada antes? Por que não contou pros seus irmãos? A Kanroji pelo menos sabe? – Eram as perguntas de Gyokko que estava com as mãos envolta do moreno.

Karaku ouvia aquelas palavras, se recusando à acreditar que eram verdade. Por que mentem para ele? Por que fingem que se importam?
Ninguém sentiria a falta dele se tivesse conseguido se matar naquela hora.

– N-não... Ninguém s-sabe... M-mas não têm p-problema, sério. – O moreno mentiu, forçando um sorriso. Mas Gyokko apenas o deu um olhar sério.

Dois Lados Da Mesma Moeda (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora