Confinados

Dias 90 a 92

Às consequências do jogo trouxeram vocês três até esse momento, dois eram amigos desde o início, sempre se apoiaram, sempre estiveram juntos um com o outro, mesmo que um votasse no outro há tempos atrás mas tudo era estratégia, e uma estratégia que deu muito certo e fez vocês chegarem aqui no 90º dia de Confinados. Longe.. muito longe. Aliás, esse paredão não é sobre você, por hoje pode relaxar Izuna. — Disse Marcos 
 
Izuna respirou aliviado e abraçou Tobirama que estava ao seu lado, mas não com sentimento de vitória, afinal Paulo e Sandro haviam recém se tornado seus aliados também, ou seja, outra baixa para seu time. Até quando isso aconteceria? 
 
— Bem… essa eliminação é sobre vocês Paulo e Sandro. Duas pessoas incríveis que se tornaram unha e carne desde o início, estratégias épicas, voaram longe mas hoje, infelizmente um de vocês terá que dizer adeus. O motivo? Eu não sei falar, a casa não sabe falar, o público não sabe falar, nem vocês sabem o porque vão sair. Bem, eu não tenho nem o que falar, então sem mais enrolação e agradecido pela estadia no confinados, quem deixa a competição hoje é você, Sandro
Os dois se levantaram e se abraçaram, e as despedidas tiveram início. Despedidas essa que passou por todos, inclusive por Mônica, que também recebeu um abraço do recém eliminado que disse para a garota. — Modere nas suas atitudes, seja uma pessoa boa Mônica, ainda há esperança para você. — A garota gargalhou e disse. — Eu sou assim. 
 
— Então é uma pessoa que não vou querer manter contato nem lá fora. — Ele sorriu e a garota revirou os olhos e se afastou e as despedidas seguiram. Na vez de Izuna ele abraçou o garoto e disse. — Deveria ter conversado desde cedo com você, mas obrigado por salvar a amizade minha com os garotos, junto com o Tobirama, obrigado a vocês dois. — Ele então puxou o albino para o abraço também e ali ficaram os três abraçados. 
 
— Só fizemos o que é certo a ser feito, não precisa agradecer. — Disse Izuna e sorriu a ele, soltando o homem, e o Senju também o soltou do abraço e esse seguiu aos amigos desde o início, Borboleta e Paulo e ali eles se despediram por mais um tempo até que finalmente eles fossem junto com o eliminado até o portão da saída e mediante palmas dos confinados, ele deixou o programa. 
 
…
 
No 91º dia de confinamento, ao amanhecer Tobirama preparou uma torrada para ele e para Izuna e junto ao invés do café resolveu pegar algumas das laranjas que tinha e fez uma jarra de suco que era o suficiente para todos que podiam, beberem. Ele serviu o suco em dois copos e assim que ouviu o som da porta do quarto se virou sorridente para trás, mas sua feição se fechou de imediato, era Mônica que olhou com cara de cú para ele e depois debochou. — Credo, espero que esteja colocando veneno nessa merda. 
 
— Cala a boca, mal amada. — Disse o Senju voltando a ajeitar o café que preparou para Izuna e enquanto ele passava a manteiga na torrada do garoto, Mônica se aproximou da bancada em que o Senju preparava a comida e se encostou do lado do Senju. — Sou mal amada mesmo, afinal, você me comeu e me largou naquela primeira festa, queria que eu fosse o que? Idiota? 
 
— Aquilo era parte de um acordo, Mônica, nunca foi real. — Disse o Senju. 
 
— Para mim foi. Foi muito real sentir você dentro de mim. — Ela disse mordendo o próprio lábio. E então a mulher viu uma sombra baixinha se aproximando da cozinha e a rosada aproveitou para tocar os músculos do Senju e apertá-los enquanto disse, olhando para o homem para fingir que não via que Izuna estava chegando ali. — Foi muito bom, e eu quero muito repetir a dose aqui dentro ou lá fora, tanto faz. 
 
Monica ousou mais seus toques e deslizou a mão para o peitoral do homem que estava sem camisa, e quando Izuna pensou em se virar para sair dali e ir chorar no quarto, ele resolveu ficar mais um pouco, e que bom que ficou, ele viu Tobirama segurar o pulso de Mônica e tirar a mão dela do corpo dele e ouviu ele dizer. — Eu jamais me deitaria com você outra vez. Você é nojenta Mônica. É uma pessoa amargurada e mimada, acorda, você não pode ter tudo o que você quer, principalmente a mim. — O Senju disse a afastando, mas ela foi até ele outra vez, irritada, e disse. — Temos um contrato Tobirama, minha agência com a sua, nós temos que transar e ficar juntos aqui e eu quero isso, agora.  — Disse a garota olhando nos olhos dele. 
 
— Nunca mais teremos nada, Mônica. Não sei se já percebeu, mas eu já encontrei a minha pessoa ideal. — Disse o Senju. 
 
— Um homem Tobirama? Isso é o seu tipo ideal? O modelo mais cobiçado do mundo, que pode literalmente ter a garota que quiser, transar com a musa que bem entender, e está falando que prefere aquele merda que não tem onde cair morto Tobirama Você prefere aquele pobre do que a mim? Aquele ridículo! 
 
— Sim, o Izuna é um bom homem, é um homem que me faz bem, um homem que faz com que eu sinta uma enorme necessidade de estar perto dele, o Izuna é o único homem que me faz sorrir verdadeiramente. O único homem com quem desejo estar, com quem desejo passar as vinte e quatro horas do meu dia ao lado dele. O Izuna é um homem por quem vale a pena qualquer coisa. — Disse o Senju olhando firme para Mônica, que estava com lágrimas escorrendo pelo rosto. — Quer que eu fale mais qualidades do Izu, ou prefere ir chorar em algum canto qualquer? 
 
— Você é um monstro Tobirama. Você me usou, eu odeio você. — Disse Mônica aos prantos. 
 
— Eu nunca te usei, sempre ficou claro que era uma merda de contrato das nossas agências, eu nunca quis você, nunca gostei de mulheres, as que conheci só fizeram merda atrás de merda. E conhecendo você como conheci nesses últimos meses, me fez ter a certeza que eu nunca mais vou querer ver a sua cara depois que sair daqui. — Disse o Senju e esse ia se virar, mas antes que ele fizesse isso a mulher segurou o rosto dele e roubou um beijo do Senju e então ele a empurrou, como reação. 
 
E para a falta de sorte do Senju, ele derrubou o copo de suco ao fazer isso e Mônica acabou cortando a mão na queda. Ela olhou para a mão sangrando e olhou para o Senju agora nervoso pelo que tinha feito e observou Izuna correr até ele, e a garota sorriu satisfeita com algo ao se levantar. E disse mostrando a mão ensanguentada. — Sangue, agressão e queda. Acho que agora eu separei vocês de uma vez, otários. 
 
A garota se mandou para o confessionário e ali fez todo seu teatro, parecia até que ela tinha esquecido que tudo a todo momento era gravado e após a ceninha do confessionário ela foi atendida pelos médicos da produção e ao retornar para a casa, se reuniu com seus aliados e ali ela contou tudo, de forma exagerada e aumentada a seus aliados, reacendendo o ódio de Penélope, Jennifer  e Mila pelo casal. 
 
No 92º dia, foi dia da prova do líder e antes de irem à área de prova, Marcos chegou ali falando sobre o ocorrido. Foi necessário o pronunciamento dele, afinal a internet estava em peso cobrando a expulsão, não de Tobirama mas de Mônica pela falta de noção em provocar aquela situação para tentar prejudicar os colegas de confinamento. A verdade é que as pessoas estavam fartas de Mônica. Todo mundo a queria fora, mas ela sempre dava um jeito de se salvar. 
 
— Boa noite, vamos começar com um assunto sério. Ontem ocorreu uma situação bem chata aí na casa. Mônica acabou se machucando após Tobirama a empurrar. Sabemos que agressões não são permitidas, de forma alguma no nosso programa. Passamos horas debruçados em cima da ocorrência, analisamos todas as câmeras, todos os mínimos detalhes e chegamos a conclusão de que não vamos expulsar o Tobirama e nem a Mônica. Simplesmente porque ele se defendeu de uma tentativa de assédio por parte da participante, logo por ele ter se defendido e por Mônica ter tentado e não conseguido executar o assédio, apenas o beijou, optamos por seguir o jogo como está. Porém os dois serão punidos, pois nem a agressão e nem a tentativa de assédio são atitudes para se ter dentro da casa, portanto Tobirama e Mônica estão neste momento zerados no quesito moedas de jogo e se caso se tornem líderes na prova de hoje, considerem-se na pedreira, não vão usufruir o quarto do líder. E por fim vamos retornar o castigo do monstro, especialmente para vocês. Depois da prova, vão até a dispensa, peguem as roupas do monstro e vocês vão passar a noite na piscina. Por hora é isso, e eu já volto para prosseguir com a prova. — Disse Marcos e a imagem dele desapareceu da tela e foi falar com o público sobre como seria a prova. Enquanto isso na casa, eles ficaram conversando, chocados com o castigo e com o que havia ocorrido. 
 
— Queria entender a lógica dessa merda. — Disse o Senju baixinho quando se jogou para trás no encosto do sofá levando as mãos ao rosto com uma vontade imensa de desistir de tudo aquilo logo, sentiu seus olhos arderem de raiva pelo nojo que sentiu naquele momento dessas regras idiotas daquele programa também idiota. Estava sendo castigado, porque se defendeu de um assédio que foi sim executado e não apenas uma tentativa, afinal Mônica o beijou sem seu consentimento. Se fosse ao contrário, ele estaria fora!  
 
— Tobi, está tudo bem. — Disse Izuna acariciando os cabelos platinados. 
 
Aquele gesto, aquela situação aquela frase, aquele lugar, tudo aquilo absolutamente tudo, foi demais pro Senju que pela primeira vez não se conteve e disse ao tirar a mão do rosto revelando a feição de choro para dizer. — Não, não tá. — Ele se levantou dali e Izuna se levantou também, o albino seguiu até o banheiro privado e fechou a porta e se sentou no chão com as mãos apertando os fios platinados e não conteve mais o choro de desespero que a dias queria sair, mas dessa vez foi a gota d'água que faltava para fazer ele transbordar. 
 
Sentia seu corpo estremecer por tudo aquilo. Já havia passado por um episódio de assédio em sua vida, um que se concretizou de outra forma, para piorar. E ter que ser castigado por se defender de outro, mesmo que fosse “apenas um beijo”, fez todo aquele sentimento ruim voltar à tona. Izuna o chamou, mas ele nem sequer ouviu, o choro o sufocava e fazia ele bater a cabeça repetidas vezes contra a parede do cômodo enquanto estava sentado no chão escorado na parede, esse banheiro, não tinha tranca na porta, então Izuna abriu a porta devagar e o Senju nem notou ele ali, só notou quanto Izuna já tinha fechado a porta e estava ali ao seu lado colocando a mão entre a cabeça dele e a parede para ele parar de fazer isso. — Ei, Tobi, para, não faz isso. Você vai se machucar. Ei eu estou aqui, está bem? Estou aqui com você. 
 
O albino olhou para Izuna, parecia até uma criança acuada o olhando daquele jeito e logo o albino se aninhou nos braços de Izuna que o envolveram, quando o menor também sentou ali no chão para melhor acolhê-lo em seus braços. E nada disse o moreno, esse deixou Tobirama ter seu momento até que ele se acalmasse. E isso aconteceu dentro de minutos, logo ouviram o chamado de Marcos lá da sala, chamando tanto Tobirama quanto Izuna  e também Cláudio, que estava parado perto da porta do banheiro esperando os amigos. 
 
Para não prejudicar ainda mais a situação, o Senju se levantou e saiu dali junto com Izuna, Cláudio deu um leve tapinha amigável sobre o ombro do Senju, que retribuiu ao mesmo e esse acenou positivo quando Cláudio perguntou se ele estava mais calmo. 
 
E então ao chegar na sala, Marcos optou por não piorar aquele estado delicado e seguiu imediatamente para a explicação da prova do líder daquela noite que consistia em atravessar todos de uma vez um labirinto de gosma, onde teriam que achar as chaves das portas em meio a gosma esverdeada que tinha por todo o caminho, e o primeiro a chegar até o centro do labirinto, seria o líder. A prova durou aproximadamente uns 15 minutos, até aquela desgraçada da Mônica chegar primeiro. 
 
Mais um dia de imunidade para aquela sortuda. 
 
Enquanto que Tobirama mal conseguiu passar da primeira porta, de tão mal que estava com aquilo tudo. Izuna chegou por segundo no centro do labirinto e se lamentou por sua lerdeza. 
 
— Dai mesmo. — Disse Marcos. — Quem você manda para a eliminação, líder Mônica? 

— Eu seria incoerente se não mandasse o Izuna outra vez, então é ele. Izuna. — Disse a rosada e então a votação se seguiu e o indicado pela casa foi Tobirama e o terceiro candidato na eliminação foi escolhido através de uma segunda votação surpresa que se seguiu no confessionário de onde saiu Cláudio. Mais uma vez, três amigos e aliados na eliminação, em plena reta final, pois a segunda votação atrapalhou todos, que não combinaram um segundo voto, deixando então uma eliminação entre: Izuna - Tobirama - Cláudio