Confinados

A2: Mas Notícias

O celular estava vibrando sobre a mesa de cabeceira ao lado da cama, Madara foi o primeiro a despertar, Hashirama estava longe de ser uma pessoa que acordaria apenas com a vibração do celular. Madara se deu conta que era seu aparelho a emitir o som e então se sentou na cama, notando sua nudez, manteve a coberta cobrindo suas partes íntimas enquanto viu o número e nome de seu advogado na tela, era uma ligação tradicional, o que era raro alguém fazer nos dias de hoje, exceto Hashirama. 

—Alo. —Disse o Uchiha, baixinho e com a voz sonolenta. 

—Bom dia, Madara. —Disse Jiraiya com o sotaque carregado de quem não era dali e tentava falar portugues. —Desculpe te acordar, mas acho que você precisava saber direto de mim antes que ligue a tv ou acesse a internet. Zetsu foi solto. 

—O q-que, mas já?! —Madara falou mais alto, o que acabou acordando Hashirama que ficou o olhando confuso e preocupado, mas cheio de sono. 

—Pois é, infelizmente não consegui fazer nada a respeito disso, pois a medida protetiva foi expedida após o acontecimento e isso acabou libertando ele. —Disse Jiraiya. 

—Mas e as drogas? —Perguntou Madara. 

—Ele vai responder em liberdade, mas até o final do processo ele não pode sequer deixar a cidade. Então, ele vai continuar por aqui e livre. 

—Que droga. Obrigado por avisar. —Disse Madara levando uma das mãos a testa, massageando-a e assim que se despediu de Jiraiya, desligou o celular. 

—Está tudo bem, amor? —Perguntou Hashirama com a voz rouca de sono e após beijou o rosto do Uchiha e disse baixinho. —Bom dia. 

—Bom dia amor. —Disse Madara que se aninhou nos braços do estilista voltando a se deitar. —Já soltaram ele. — informou Madara em um tom nítido de quem estava segurando o choro. Não era justo isso, não era justo ele ter que mudar toda sua rotina por causa de um desgraçado que o ameaçava e não ficava preso. Não era justo...nada era justo nesse país em que escolheu viver. 

Hashirama abraçou forte Madara e disse baixinho. — Sinto muito por isso meu anjo, mas saiba que não vou deixar nada ruim acontecer com você está bem?! Nem com a sua família. 

Madara assentiu e ficou um longo tempo em silêncio, apenas abraçado ao Senju. E após esse silêncio o Uchiha disse, enfim tomando uma decisão. 

—Eu vou com você. Eu não quero ter que ficar preso nessa casa enquanto aquele desgraçado vai ficar livre por aí. —Madara olhou para o namorado e disse ao se sentar mais uma vez. — Mas eu vou com uma condição. 

—Qual? Eu faço qualquer coisa para tirar você daqui, da linha daquele maldito. —Disse o Senju ao se sentar e segurar as mãos de Madara. —Meus pais precisam sair daqui também. Me ajude a convencer eles a se mandarem desse lugar Hashi. 

—Eles vão sair Mada, seu pai falou sobre isso ontem. Eles não vão sair do país, mas vão ir para outro estado. —Disse Hashirama, soltando uma das mãos do Uchiha e afagando o rosto do namorado. 

—É tão injusto… —Disse Madara olhando ao redor, voltando a acumular lágrimas em seus olhos. —É injusto, meu pais terem que sair daqui logo agora que eles recém vieram para cá, logo agora que tudo estava indo… tão bem. —Madara não conseguiu falar mais nada, apenas deixou com que as lágrimas tomassem conta de seu ser e Hashirama o trouxe para seus braços e ficou afagando os cabelos e costas do namorado enquanto ele o acolhe em um abraço forte e quente, deixando claro que estava ali e que ficaria ao lado de Madara. 

—Eu sei como é injusto isso amor, não tem nada que eu possa falar para amenizar essa injustiça da vida, mas eu posso certificar você que eu estou aqui e que não vou deixar você nunca mais. Vamos ficar juntos, independente do que acontecer eu vou sempre estar aqui com você. —Disse Hashirama sorrindo e agora segurou o rosto choroso de Madara entre suas mãos e sorriu ao homem. —Eu amo você Madara.